sexta-feira, julho 28, 2006

segunda-feira, julho 24, 2006

RDA que projecto?


O Recreio Desportivo de Águeda (RDA) iniciou uma nova fase, desta vez elegendo de acordo com os seus estatutos corpos sociais para os seus três orgãos. Mas aquilo que se pensava ser a entrada numa fase de normalidade e estabilidade, parece não se confirmar. Infelizmente, demasiados factos em catadupa têm surpreendido quem gosta do RDA. Dirigentes eleitos duvidosamente confirmados como associados do clube; um vice-presidente eleito que após 15 dias passa a treinador principal da equipa sénior; demissão de vários membros da Direcção; substituição de membros da Direcção eleitos, por membros coaptados; demissão em bloco dos dirigentes dos escalões de formação; ameaças públicas e privadas. Num início de época desportiva onde se desejaria que a tranquilidade imperasse de forma a desenvolver e operacionalizar ideias e projectos, nada disso se passa. Um clube da dimensão e inserção social do RDA ou possui potencial de organização e mobilização ou agoniza socialmente. E uma de muitas estratégias passa (de uma vez por todas) por, de forma sustentada conceber, planear e desenvolver o trabalho ao nível dos seus escalões de formação. Não se trata só de proporcionar a prática do Futebol, aos mais jovens ou aos mais aptos. Há que tirar todo o partido do Futebol e de todos os que dele gostam. Fazer do clube uma instituição social que com base no Futebol seja capaz de atrair as pessoas, não só para as suas bancadas, mas principalmente para um envolvimento generalizado com a prática desportiva. Imaginar que um clube se deve dimensionar, em função do valor do "cheque" da autarquia local é "não estar cá". Os exemplos que por aí pululam (principalmente a Norte e nas ilhas) de (des)investimento sem critério em equipas/SAD/clubes da santa terrinha, por parte de Câmaras Municipais e Governos Regionais têm os dias contados. Hoje o desafio é o de desenvolver projectos que pelo seu reconhecimento social, surjam com níveis mínimos de sustentabilidade económica e financeira. Já não acreditamos em "projectos-milagre" em que o pretenso rigor da planificação, a total previsão do imprevisível tornam o sucesso e a vitória fatais como o destino. A actividade humana e Futebol como tal, exigem sim trabalho prévio, pensamento estratégico, planeamento, identificação de problemas, definição de estratégias, mas acima de tudo mecanismo de monitorização dos projectos. Não se trata de definir sucessões de cenários B, antes possuir mecanismos que suportem a serenidade da intervenção desportiva, para lá da bola que bate no poste, do penalti que se falha ou do árbitro que foi "habilidoso". Os clubes se quiserem sobreviver e cumprir o seu desiderato social na promoção cada vez mais qualificada da prática desportiva têm de se profissionalizar em termos da intervenção técnica. Já não é mais possível, formar jovens, desenvolver aptidões físicas, pretender potencializar capacidades técnicas e tácticas, rentabilizar a proliferação de valores éticos de "fair-play", acompanhar percursos individuais diferenciados de evolução, numa base de desenrasca e fora daquilo que hoje é o conhecimento do Futebol.
O RDA carece de uma ideia, carece de um projecto. Um projecto para lá do "mega-concerto", para lá da "aposta na formação". O RDA precisa como de pão para a boca, de estruturar e desenvolver um Centro de Formação que não vacile época após época, com rumos assumidos e traçados beneficiandos os jovens que gostam de jogar Futebol. Fazemos votos para que o futuro traga ao RDA a paz, a serenidade e a ambição de "pensar hoje o clube do futuro"...

terça-feira, julho 18, 2006

Jardel no Beira Beira...



O brasileiro Mário Jardel foi hoje oficialmente apresentado como reforço do Beira-Mar, com quem assinou por um ano, prometendo “fazer tudo para ajudar a equipa com muitos golos”. Além do avançado, o clube de Aveiro apresentou ainda o guarda-redes búlgaro Todor Angelov Kiutchoukov, como o último nome a entrar para o clube na temporada 2006/2007.
Na “casa” do Beira-Mar, o Estádio Municipal de Aveiro, onde decorreu a apresentação aos jornalistas, Jardel afirmou-se preparado “para começar tudo de novo” e “provar” no clube de Aveiro que ainda pode “fazer golos”.Sublinhando que estará em plena forma “dentro de um mês, um mês e meio”, o avançado brasileiro disse que irá contar com o apoio do treinador do Beira-Mar, Augusto Inácio, para conseguir entrar com o pé direito na equipa. “O treinador disse que ia montar uma estratégia para a equipa jogar para mim. Com uma sequência de cinco ou seis jogos seguidos, acredito que vou recuperar a minha forma física. Só me falta a confiança e o ritmo competitivo”, afirmou Jardel, manifestando a esperança de que irá ter “o apoio do clube e da cidade” de Aveiro."Quero voltar a ser o Jardel de antigamente. Quero marcar golos e ajudar o Beira-Mar na manutenção do principal campeonato. Quero viver apenas para o futuro e esse passa pelo Beira-Mar", reforçou o jogador, de 32 anos, que agradeceu ao clube por tê-lo contratado

17.07.2006 - 18h17 Lusa, PUBLICO.PT


O Futebol tem destas coisas. A vida de um futebolista é feita de altos e baixos e muitas voltas. Este regresso a Portugal de Mário Jardel, tem para já o mérito de fazer incidir sobre o clube de Aveiro as atenções da comunicação social que valoriza mais o que se passa fora das quatro linhas, do que o que lá se passa. Como tónico de marketing estamos perante uma "boa jogada", resta-nos esperar para constatar se os resultados desportivos, podem beneficiar da experiência e do talento matador de Mário Jardel ou ... viver da nostalgia das grandes tardes, dos grandes golos, dos fulminantes cabeceamentos "entre os centrais" que nos ficaram na memória futebolística.
Mas cada vez mais somos confrontados com este "mercado de jogadores" vendáveis, transferíveis e saldáveis a qualquer momento para alimento de uma "indústria" cada vez mais afastada dos valores que estiveram na essência da expansão do Futebol.
Grandes voos para Jardel e sorte para o Beira-Beira na I Liga...

segunda-feira, julho 10, 2006

quarta-feira, julho 05, 2006

Vale do Vouga, Metro de Superfície e TGV


Assembleia Municipal de Aveiro pede reabilitação da linha ferroviária do Vouga 04.07.2006 - 15h58 Lusa

A Assembleia Municipal de Aveiro vai enviar uma moção ao Presidente da República e ao Governo a reclamar a reabilitação da linha ferroviária do vale do Vouga.
A moção, aprovada ontem por unanimidade na reunião da Assembleia Municipal de Aveiro, foi proposta por António Regala, da CDU, e deverá ser também endereçada às áreas metropolitanas de Aveiro, Porto e Viseu, já que a linha do Vouga serve ainda Espinho e, em tempos, ligou Aveiro a Viseu.A linha-férrea do Vale do Vouga foi desactivada em vários troços, servindo ainda as populações mais litorais dos concelhos de Aveiro, Águeda, Albergaria-a-Velha, Oliveira de Azeméis, São João da Madeira, Feira e Espinho.A reduzida frequência de automotoras e a falta de investimentos naquela via nos últimos anos tem levado à decadência da linha do Vouga.No debate que antecedeu a aprovação da moção da CDU, o socialista Carlos Candal manifestou o seu cepticismo quanto à recuperação da linha, lembrando que "o primeiro ataque foi feito quando atribuíram os incêndios às locomotivas e, mais recentemente, foi questionada a rentabilidade da sua exploração". Carlos Candal referiu, contudo, que "milhões de portugueses vão passar a vida toda sem pôr os pés no TGV", pelo que há um fim social na reabilitação da linha do Vouga que justificam o seu apoio à moção. (Público, 5.7.06)
Cá está um bom motivo para mobilização intermunicipal. O "velhinho" comboio do Vale do Vouga não pode ir caindo às peças, fechando estação após estação, apeadeiro após apeadeiro. Num país com tão elevada taxa de investimento público de rentabilidade duvidosa, a linha do Vale do Vouga assume-se como merecedora de requalificação e modernização. A capacidade de fazer desta linha ferroviária, que une vários concelhos do distrito de Aveiro, um pólo de desenvolvimento regional, requer um olhar que ultrapasse a sua principal função social, ou seja o transporte de pessoas e mercadorias. Deve ser possível combinar esta função com outras de dinamização do ordenamento do território, de expansão da oferta turística, de combate à desertificação do interior, da mobilidade dos cidadãos no espaço regional, da diminuição dos tempos de entregas de mercadorias para as empresas. Aveiro e a sua região carecem de um transporte atraente, célere e moderno. Que responda às suas características de um território de elevada mobilidade diária de cidadãos, que se vêm condenados a usar e abusar do automóvel individual. Um metro de superfície que contribua para atrair quem hoje não utiliza o transporte ferroviário do Vale do Vouga, é uma das soluções. Uma linha que desça da zona serrana até à costa. Que consiga ligar o litoral ao interior. Que contribua para fazer circular pessoas pelas aldeias isoladas e permita o acesso às grandes urbes. Que facilite a mobilidade junto dos grandes pólos de atração de Aveiro (Universidade, PT, etc) ligando-os a outras urbes.
O Orçamento Geral do Estado é do país, não é só do Porto ou de Lisboa. O país não pode continuamente pagar os aeroportos que não utiliza, os TGV que não deseja, os viadutos que não pediu, os metros de que não beneficia. Um país desenvolvido, é um país equilibrado. E Portugal é cada vez mais um país desequilibrado regionalmente.
Modestamente, entendemos que um metro de superfície na região de Aveiro poderia ser um factor de combate a esses desequilíbrios. Haja vontade política.......que o resto aparece.

terça-feira, julho 04, 2006

O país e o "Potocolo "...

A crise está aí. Com magia nas estatísticas e cálculos enviezados, as notícias do dia a dia não enganam. As multinacionais que não estão em vias de deslocalizar, preparam as "chantagens institucionais" à volta dos fundos europeus+subsídios+benefícios fiscais+formação profissional. As conversas no tecido económico cada vez são mais "nem fazem ideia de como isto está"... mas os topos de gama e as altas cilindradas continuam a ter lista de espera. O desemprego passou a habitar a vida de muita gente e a preocupar outros tantos. Mas o grande problema no debate político é a ordem nos desfiles. É a sequência nas cadeiras. As hierarquias das passadeiras vermelhas. Triste país este que á beira do abismo consegue eleger como preocupação principal para os seus mais responsáveis políticos o "protocolo de estado".....