domingo, agosto 27, 2006

sexta-feira, agosto 25, 2006

O exemplo que vem de cima

Treze partidos portugueses vão ter de pagar mais de 299 mil euros de multas por irregularidades nas suas contas relativas a 2003, de acordo com o acórdão do Tribunal Constitucional ontem publicado em Diário da República, destaca a imprensa de sexta-feira. (Diário de Notícias 25.6.2006)
Os portugueses têm esta sina. Aqueles que minimamente deveriam através do exemplo, fomentar uma cultura de rigor e transparência política são objectivamente condenados pelo Tribunal Constitucional, orgão máximo da justiça portuguesa. Os partidos políticos que multiplicam a esquizofrenia dos discursos, não coincidentes com as práticas políticas, têm a responsabilidade ética e moral de pautar a sua actividade por critérios de gestão financeira correcta. Até porque estas leis foram por eles discutidas e aprovadas. Deveras interessante é como as políticas editoriais da nossa comunicação social, conseguem "atirar" com factos inquestionáveis e objectivos como estes para "notícia de rodapé", vulgarizando como normais e aceitáveis tais práticas.
Quando muda tudo isto?

sábado, agosto 19, 2006

Lê-se e não se acredita

O Governo recusa intromissões do Parlamento Europeu na definição da sua política, nomeadamente no capítulo da defesa e dos negócios estrangeiros. Com base neste princípio, prepara-se para recusar informações aos eurodeputados que investigam "o envolvimento e a cumplicidade" de Estados membros da União Europeia numa série de alegadas actividades ilegais da CIA no Velho Continente a pretexto do combate aos terroristas islâmicos. (DN, 17.8.2006).
Há momentos assim. Nós lemos as notícias, voltamos a ler e não queremos acreditar que seja verdade. O Governo do Sócrates entende que uma investigação do Parlamento Europeu, em curso há vários meses, é uma birra político-partidária (talvez por ser coordenada por um português que até é do PSD???!!!) e como tal deve conceder-lhe a devida indiferença. Se o caso não fosse de extrema gravidade, daria para rir. Mas estamos perante a busca da verdade sobre um dos maiores atentados ao direito internacional e às liberdades individuais praticados por quem julga tudo poder fazer onde e quando quer. Obviamente que estas coisas só acontecem com grandes silêncios e cumplicidades. A História ensina-nos que os seus momentos negros sempre estiveram associados à banalização dos atentados às liberdades individuais dos cidadãos. Em nome do dito terrorismo, não vale tudo. E se a Europa quer ser Europa tem de se definir, afirmar e possuir posições na política internacional de acordo com os valores morais e políticos dos seus discursos e prosas.