sábado, setembro 23, 2006

Semana Europeia da Mobilidade

Longe do furor, inovação e entusiasmo dos primeiros anos, a Semana Europeia da Mobilidade em Portugal está a correr o risco de se transformar aos olhos dos cidadãos "numa maçada" ou um "desvio às rotinas de mobilidade urbana". Ela não pode ser a "catarse" daquilo que deveríamos fazer durante o ano, mas como não temos coragem ou não somos capazes, realizamos apenas durante uma semana com muita divulgação e "show off" à mistura. Se estas semanas não tiverem impacto na alteração das políticas nacionai e locais, de quase nada valem. Temos alguma dificuldade em identificar políticas e vontades de mobilizar os cidadãos para alterarem hábitos e comportamentos de mobilidade urbana. Observemos como a política nacional controlada pelo "lobby" do betão consegue continuadamente impor decisões no sentido de mais auto-estradas, mais estradas, mais viadutos, mais túneis, mais rotundas, em nome das acessibilidades. Tudo na lógica da utilizaçãso abusiva do automóvel como transporte individual. Alguém houve falar de transporte ferroviário? Para além da megolamania TGV, obviamente.
Alguém houve falar de políticas concertadas de incentivo à construção de eco-vias? Alguém vislumbra políticas de protecção a outras formas de mobilidade que não sejam o automóvel? Alguém houve falar em políticas de afastamento dos automóveis dos centros urbanos?
As redes de transportes públicos com as necessárias sinergias entre si deviam ser potenciadas. As oportunidades de incentivar e encorajar formas diferenciadas de transportes não poluentes - bicicletas, por exemplo - deviam ser uma constante e não um acaso.
Águeda ex-capital das duas rodas poderia e deveria dar o exemplo, na utilização das bicicletas.
Águeda independentemente da sua configuração territorial poderia ter respostas ao nível da mobilidade urbana - articulando transportes individuais (ex:bicicleta) com colectivos (ex: mini-bus).
Porque a questão da mobilidade não é só diminuir as filas automóveis nas principais urbes. Não é só a diminuição da emissão de CO2 para a atmosfera. Não é só a diminuição de consumo de combustíveis fósseis. Não é só uma forma de desencadear práticas informais de actividade física nas rotinas das pessoas. Não é só uma questão de saúde individual e colectiva.
As alterações dos nossos hábitos de mobilidade urbana, são essencialmente um factor de qualidade de vida.
Vamos transformar as semanas em anos e os anos em ... vidas.

terça-feira, setembro 19, 2006

Hipocrisias educativas

A Ministra da Educação depois de um ano lectivo a insultar, denegrir e humilhar em público os professores portugueses, prepara-se para instituir um prémio nacional para "4 ou 5" professores que se destaquem. De forma conveniente as "agências de imagem" aconselharam concerteza a Srª Ministra a alterar atitudes e comportamentos. Trata-se de um caso a merecer estudo acerca da "pior forma de fazer política, parecendo que se se sabe do assunto, se é forte e poderoso".

sexta-feira, setembro 01, 2006

Interesse Púdico

Caso Mateus:

FPF vai invocar «interesse público»A situação no futebol português, que atravessa uma crise institucional sem precedentes com o caso Mateus, deverá ficar normalizada com a invocação do «interesse público», avançou Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), à saída da reunião com o Governo e a Liga BWin. in Diário Digital 1.9.06

Será que ainda não percebemos que o "Caso Mateus" é a ponta do iceberg. Reflecte na perfeição o estado a que chegámos. O "pântano do Guterres". Ele é o espelho da nossa forma de estar e de viver. Um misto de laxismo, com "chico-espertismo" e jogos no facto consumado. Este "Caso Mateus" não se esgota na análise desportivo-jurídica da coisa. Das guerras surdas e encobertas FPF-Liga. Das diferenças (?) entre O Dr e o Major. Tenho esperança numa coisa. Que apenas o programa da RTPN "A Liga dos ùltimos" nos ajudará a compreender e reflectir acerca da profundidade do problema... Até lá o Blatter que espere ou vá andando.

"Inolbidabilé"

A administração fiscal portuguesa detectou 4.837 declarações de IRC de 2005 com deduções excessivas de prejuízos de anos anteriores, num montante superior a 100 milhões de euros. Em comunicado, o Ministério das Finanças assinalou que esta detecção foi conseguida através da implementação de um software de controlo das deduções ao lucro tributável, a título de prejuízos fiscais gerados em exercícios anteriores, que faz a validação das declarações de forma automática. Acrescenta que aquela aplicação informática permite a detecção “de forma massiva e atempada de deduções indevidas de prejuízos fiscais” de anos anteriores na declaração de IRC, um controlo que em anos anteriores era feito à posteriori pelos serviços de inspecção tributária. A Direcção-geral de Contribuições e Impostos (DGCI) “vai em breve, proceder à correcção dos valores declarados e à liquidação do imposto em falta e dos juros compensatórios devidos relativamente a todas as situações detectadas”, esclarece o ministério. in Primeiro de Janeiro 1.9.06
Impressionante. Fantástico. "Inolbidabilé"...
Após tantos anos só agora conseguem chegar a este facto. Porquê só agora? Por onde andou a vontade política de verificar, fiscalizar e averiguar objectivamente? A desculpa do "sofeteuere modernaço" é curta e coxa, já que basta ter olhos na cara e ... querer ver. Quem vive na Universidade Aberta da evasão fiscal há muito que quotidianamente percebeu tudo isto e muito mais. Sabemos todos que a justiça fiscal não impõe a justiça social. Mas a sua ausência não pode ser motivo para o acentuar das diferenças entre cidadãos. Entre os que pagam, os que não pagam nada, os que devem e ainda aqueles ...que pura e simplesmente não existem fiscalmente falando.