sexta-feira, outubro 27, 2006

sábado, outubro 21, 2006

Lê-se e não se acredita (III)

A seguir, o Sr. Presidente informou que vai partir amanhã para o Canadá, com um técnico municipal, para receberem formação para operar com a ceifeira aquática adquirida, que se espera venha a ser entregue no próximo mês. in Acta da Reunião de Executivo da Câmara Municipal de Águeda de 06-10-2006.
O nosso Presidente vai ser o utilizador da ceifeira? Será que a vontade de resolver o problema dos jacintos, leva o nosso presidente a "pôr mãos à obra"? Como utilizador habitual dos trilhos envolventes da Pateira, durante as rotas incertas do grupo de BTT, poderemos assim observar como se desenrolará esta saga contra os jacintos na Pateira de Fermentelos e seus adjacentes.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Gesto Orelhudo - imagem singular de Águeda



O V Festival Gesto Orelhudo está a decorrer na grande tenda instalada na D'Orfeu ao fundo da Venda Nova. Com uma programação onde a música está quase sempre presente, o festival tem tido uma grande participação de público, a que não deverá ter sido alheia uma divulgação mais cuidada e ampla. Um dos seus momentos altos foi o espectáculo dos holandeses Slampampers (Holanda) onde a excelência da música casou com a capacidade de fazer rir o público. Do melhor que vimos nestes últimos anos no Gesto Orelhudo. Destaque este ano para a forte participação portuguesa na programação, com algumas agradáveis e positivas surpresas como foi o caso da O’QUESTRADA banda de sonoridades de fusão quentes e arrojadas.
PS - Ficámos satisfeitos por saber que este não era o ano 0 do Festival.

terça-feira, outubro 17, 2006

Desculpem-me a insistência...

Ainda a parceria MIT-Portugal... com um pedido de desculpa pela insistência, a qual resulta, essencialmente, da necessidade de 'desabafar' depois de ter tido acesso a uma série de documentos sobre o processo.
Para o nosso Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, José Mariano Gago, a selecção das universidades e institutos de investigação que participam na parceria "foi a mais transparente e com base numa avaliação feita pelo MIT”, (Diário Económico, 12 de Outubro de 2006). Tive acesso à agenda das visitas de representantes do MIT a Portugal, as quais visaram a tal avaliação a que o Zé Mariano se refere. A agenda está inserida como anexo num documento intitulado "Assessment of an MIT-Portugal Collaboration". Uma prova de transparência, sem dúvida. Porém, um olhar mais atento sobre a agenda mostra de forma clara (e transparente!) que os representantes do MIT apenas visitaram as instituições de ensino superior que, por coincidência (ou não), acabariam por ser as seleccionadas para integrar a parceria. Deduzo que a rapaziada do MIT nunca ouviu falar da Universidade da Beira Interior, da Universidade de Trás-os-Montes, da Universidade de Aveiro, da Universidade do Algarve, e, já agora, dos politécnicos (alguns dos quais têm vindo a desenvolver trabalho de mérito em várias áreas de investigação e fomentando ligações profícuas com as empresas, e.g., Leiria)!
Se houvesse transparência de facto, não haveria lugar a especulações como as que se seguem: será que as instituições seleccionadas, ou seja, a 'nata' do sistema de ensino superior em Portugal, foram objecto de uma pré-selecção? Alguém sentado no seu gabinete localizado na capital decidiu que apenas as instituições x, y e z seriam avaliadas pelo MIT? Mais, (e não é especulação), os portugueses pertencentes ao 'governing board' do programa estão todos ligados ao Instituto Superior Técnico, por coincidência, a 'casa' quer do ministro quer do seu secretário de Estado!
O transparente processo vai render aos cofres do MIT cerca de 33 milhões de euros (seguem-se mais 28 milhões para a Carnegie Mellon e cerca de 10 milhões para a Universidade de Austin). O Zé Mariano diz que o primeiro grupo de empresas afiliadas ao Programa MIT-Portugal, não deverá apenas "contribuir para o programa mas, também, assumir "perante o País a responsabilidade de duplicarem os seus investimentos em investigação e de apostarem em recursos humanos de alto nível científico e tecnológico". De facto, o interesse das empresas portuguesas neste programa atingiu tal dimensão que os dinheiros para pagar aos americanos vão sair dos bolsos dos contribuintes (140 milhões de euros vindos do Orçamento de Estado para financiar o programa nos proximos cinco anos).
Estas 'transparências', somadas a outros 'eventos', como o triste debate sobre a nova lei das finanças locais (alguém viu o Prós e Contras da RTP 1 ontem, com a moderadora a mandar calar os autarcas presentes na plateia - "Calem-se senão...", e o ministro a atirar pedradas ao Ruas de Viseu?), ou a constatação estatística de que há 2 milhões de portugueses que vivem abaixo do limiar da pobreza, não matam mas moem...

segunda-feira, outubro 16, 2006

A salvação da Pátria...

Nada vai ser como dantes! Uma economia pujante e competitiva (que se cuidem os melhores...); uma estrutura produtiva que faz jus à economia do conhecimento; uma universidade de excelência (não só no ensino como no seu relacionamento com as empresas)... enfim, um país totalmente novo, uma espécie de Finlândia do Sul da Europa. O que terá acontecido neste cantinho à beira-mar plantado para que esta mensagem tenha entrado de rompante pelos nossos lares, doces lares, dentro? O Alberto João demitiu-se? Em vez de elevarem Canas de Senhorim a concelho, os nossos políticos decidiram agrupar municípios de dimensão ridícula? Um efeito borboleta relacionado com as pedradas atiradas aos funcionários do Ministério do Ambiente? Nada disso... foi assinado um acordo entre o Estado português e o Massachussets Institute of Technology (MIT). É a panaceia para todos os problemas que nos afligem, pelo menos segundo os mensageiros e, particularmente, o seu chefe, leia-se o nosso premier José.
A 'filosofia' do MIT, prestigiado estabelecimento de ensino norte-americano, ao ser transposta para (algumas) universidades portuguesas parece ir ter como resultado (automático, diga-se), uma revolução nas suas estruturas de gestão, métodos de ensino e de investigação, ligação ao muindo exterior, etc.. Empreendorismo (de alta tecnologia, seja lá o que isso for) é a palavra chave. Indivíduos empreendedores, universidades empreendedoras... trata-se afinal de romper abruptamente com uma tradição (de séculos nalguns casos).
Paralelamente, anuncia-se com pompa e circunstância, um aumento (o único!) de 64% no orçamento da Ciência para 2007. 64%! Caramba! Como o José disse, e bem, 'nenhum outro país da Europa o fez até agora'. Somos pioneiros! Produção científica 'a dar com pau' para alimentar empresas sedentas de novo conhecimento para incorporarem nas suas estratégias de competição global (diria o Valentim: venham elas, onde estão, quantas são?).
Agora é que vai ser! Ressuscitámos o chamado modelo linear de inovação, um modelo muito em voga nos anos 60 e que hoje é quase unanimente considerado como obsoleto! Segundo este modelo, basta investir fortemente na ciência para que se desenvolva toda uma cadeia ao longo da qual novos produtos e novos processos de produção ficam disponíveis no mercado. Coisas como o nível de qualificação dos portugueses, a qualidade da justiça e da administração pública, a qualidade de vida nas nossas zonas urbanas e rurais deixam de interessar.
Espero que o futuro não reflicta as minhas dúvidas quanto à eficácia da estratégia milagrosa que nos é agora apresentada. Gostava de não ter razão. Mas... note-se, por exemplo, que enquanto se assinam acordos com o MIT, asfixiam-se financeiramente as universidades portuguesas (sem dinheiro para cobrir as suas despesas de funcionamento básicas), para ao mesmo tempo exigir excelência, exigir a adaptação (mais ou menos em 'cima do joelho') a Bolonha (o que parece exigir mais recursos, nomeadamente humanos). Poderemos estar optimistas?

sábado, outubro 14, 2006

E agora ... algo totalmente diferente...

YouTube - Les demoiselles de Rocherfort

Lê-se e não se acredita (II)

NOVAS TAXAS MODERADORAS
O ministro da Saúde admitiu esta quinta-feira que as taxas de internamento poderão ser aplicadas até 14 dias, a um custo de cerca de cinco euros por dia, medida que deverá ser implementada a partir do próximo ano.
Durante uma entrevista ao programa «Grande Entrevista», na RTP1, António Correia de Campos afirmou que os valores destas novas taxas moderadoras ainda poderão sofrer alterações e que só serão definitivos depois da aprovação do próximo orçamento de Estado.
O ministro especificou que, no caso do internamento, o doente poderá ter de pagar uma taxa (cerca de cinco euros) diária, até um máximo de 14 dias, prazo após o qual a doença passa a ser considerada «muito grave».
Segundo o ministro, 14 dias de internamento poderão custar a um utente do Serviço Nacional de Saúde (SNS) 70 euros.
in Portugal Diário 13.10.06
Parece que estamos a sonhar. A miragem de um Serviço Nacional de Saúde ao serviço de quem precisa é cada vez mais uma miragem. Agora pagamos porque necessitamos de ser internados e o nosso médico nos prescreve uma intervenção cirúrgica. O delirante "combate ao deficit" faz destas coisas. O país está amordaçado no pensamento por esta gente que para além de só ver o "deficit" só olha para um lado... O SNS tem gorduras. Mas estarão elas nas pessoas que fazem do internamento hospitalar uma estadia num moderno SPA? O níveis de relaxação na mesa de operações atingirá tal climax que os portugueses pedem bis? Não brinquem connosco.
Isto é assim quando falta a coragem e a vontade de ver as gorduras onde elas saltam à vista. Porque não se ataca onde Portugal sai da norma europeia (medicamentos mais caros da Europa, consultas acima da média europeia, etc) E assim, é bem mais fácil prescrever taxas moderadoras a todos.
Até quando o delírio, o embuste?

sexta-feira, outubro 13, 2006

Portas da Venda Nova (VII)

Aqui nasceu um verdadeiro "lateiro"...

sexta-feira, outubro 06, 2006

Bloguejudeu - penosamente 1 ano

O BLOGUEJUDEU já fez um ano. Em Setembro último completámos um ano de "postagens" irregulares e incertas. Abordando temas distintos, desde o local, ao nacional e ao internacional. Sempre numa óptica muito subjectiva e pessoal. Esperamos que a participação de todos os "postadores" para além de mais regular, consiga interagir com quem lê e aumentar a circulação de informação e opinião. Vamos a ver...

O país pensa...

Sondagem: Portugueses contra cortes na Educação e Saúde. Os portugueses rejeitam cortes orçamentais nas áreas da Segurança, Educação e Saúde, considerando prioritário poupar dinheiro nas Obras Públicas, no ministério dos Assuntos Parlamentares e na presidência do Conselho de Ministros, revela uma sondagem divulgada hoje.
A sondagem avançada hoje pela Rádio Renascença, mas que foi também realizada para a SIC e Expresso, adianta que os cortes do orçamento para o próximo ano devem ainda ser feitos no gabinete do primeiro-ministro e na área da Defesa. in Diário Digital/Lusa 6.10.06
Portugal parece o país dos alfaiates e dos cineastas. Só se ouve "corta" ... "coooooooooorta". Por tudo e por nada a solução é "corta". Há um problema, um pequeno equívoco...a solução é "corta". A cegueira obsessiva do deficit público, se deve induzir rigor e racionalidade na gestão e investimento público, não pode olhar só para um lado. Os cortes sobre tudo e todos que "cheirem" a um mínimo de Estado-providência. Até parece que o "Compromisso Portugal" ganhou as eleições. Fechamos escolas a esmo, sem racionalidade e critério. Fechamos maternidades, urgências e outros serviços de saúde, não olhando às pessoas e suas necessidades. Fechamos serviços descentralizados. Mas o mais negativo são os sinais que se dão ao país. Ao empurrar todos os serviços para o litoral. Concentrando os serviços mais qualificados nos centros urbanos. Desertificação das aldeias? Diferenciação interior/litoral? Desenvolvimento equilibrado? Solidariedade territorial? São ideias loucas e deslocadas no tempo...
A partir daqui só se pode nascer em Lisboa e Porto. Estudar numa escola do 1º CEB só na sede de concelho. Consultas de especialidade só em Coimbra.
Cá pra mim trata-se de uma "ideia de amplo alcance". Como o futuro é negro e o desemprego será denominador comum de muita gente, esta será a principal forma de manter as pessoas em trânsito pelo território e sem pensar noutras coisas. Se tiverem $$$ para as viagens.
Biba o TGV e a OTA!!!