quinta-feira, dezembro 27, 2007

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Lê-se e não se acredita (IX) ...

Na passada quarta-feira, o Tribunal Constitucional notificou os partidos políticos a provarem, no prazo de 90 dias, que têm pelo menos cinco mil militantes, sob pena de serem extintos por incumprimento da lei. A democracia portuguesa agora mede-se em nº de militantes? Pode a qualidade da democracia depender do facto de uma organização política possuir mais ou menos cidadãos envolvidos? Porquê 5000? Porque não 4000? Ou 3000? Ou 2000? ou até 100?
Se não fosse preocupante para a liberdade de opinião seria patético...

Novos modelos de gestão das escolas - mais vale tarde do que nunca ...


O nosso PM anunciou a intenção de proceder a alterações no modelo de gestão pedagógica e administrativa das escolas básicas e secundárias.


“A nossa visão para a gestão das escolas assente em três objectivos principais: abrir a escola, reforçando a participação das famílias e comunidades na direcção estratégica, favorecer a constituição de lideranças fortes nas escolas; e reforçar a autonomia das escolas”, disse José Sócrates, durante o debate mensal.No âmbito desta reforma, o director executivo de cada escola passará a ser escolhido por concurso pelo respectivo órgão colegial, o Conselho Geral, tendo que ser obrigatoriamente um professor.No Conselho Geral têm assento professores, pais, autarquias e “actividades locais”, especificou o Chefe de Governo. (in Correio da Manhã 11.12.07).


Já era tempo de alterar a forma de liderança das escolas, terminando com um modelo que já não serve, face à complexidade organizacional das escolas. A natureza dos problemas e desafios das escolas, não se compadecem com lideranças pedagógicas a prazo e/ou inconsistentes, exigindo lideranças fortes - não confundir com autoritarismo ou "regressos ao passado do Director ou Reitor" - capazes de trilhar caminhos de melhor gestão dos recursos humanos e materiais, para uma melhor qualidade de ensino. Esta medida, parece assentar numa lógica descentralizadora. Capaz de estimular a busca de caminhos próprios pelas escolas e de "arrasar" com o modelo de gestão pré-determinado pela circular da 5 de Outubro ou o do despacho publicado na página web do Ministério da Educação. No entanto vivemos num tempo dominado pelo centralismo burocrático perante as escolas portuguesas. Em que o ME tudo controla e determina. Com um responsável máximo a dizer como devem ser os planos das aulas de substituição... Contraditório, não é? O ME parece não confiar nas suas escolas e respectivos professores. Esperemos que até lá a autonomia das escolas não seja palavra vã, bem como um reforço das suas possibilidades de melhoria de funcionamento. A bem da qualidade de ensino nas escolas, saudemos esta intenção fazendo votos de que ela seja uma verdadeira aposta na forma de encarar a gestão das escolas, a participação da comunidade e o desenvolver de lideranças pedagógicas assentes em ideias e projectos claros e contextualizados localmente.
A ver vamos...

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Carta Educativa de Águeda - novela até quando?


Num tempo em que todos os municípios à nossa volta vêm aprovadas as respectivas Cartas Educativas Concelhias (CEC), com vista ao seu desenvolvimento com base em candidaturas do "mui anunciado e desejado" QREN, em Águeda os consensos políticos ainda estão na fase de "mimos por conferência de imprensa" - A Comissão Política de Águeda do Partido Social Democrata (PSD), promoveu na segunda-feira, dia 10 de Dezembro, uma conferência de imprensa, na qual tomou posição em relação à Carta Educativa do Concelho de Águeda. in SP (12 Dez/07).
Isto é, enquanto uns recebem o OK da administração central, acerca da sua CEC, outros ainda estão na fase "chicaniana da coisa". Com razões e culpas de parte a parte, torna-se incompreensível como não se consegue paulatinamente definir consensos. O que se passa em Águeda? As bases de debate e discussão da CEC são pouco sólidas e contextualizadas? Os actores políticos estão a usar e abusar da "mera disputa político-partidária"? As opções sugeridas na proposta de CEC são pré-decisões tomadas, sem rigor e fundamento técnico?

Começa a ser trágico este compasso, não de espera, mas de inércia e imobilização. Com o QREN aí à porta, com todas as autarquias que criaram CEC, já a pensar em terrenos, projectos de arquitectura, requalificação de escolas, melhoramentos em espaços exteriores, novos processos de ensino-aprendizagem induzidos, a partir de novas escola, em Águeda ainda discutimos ou não, se há escola ali, se fecha acolá, se abre além.

Tivemos o privilégio de participar ontem na apresentação pública do projecto de arquitectura de uma escola do 1º Ciclo do Ensino Básico com características modelares e ímpares nas construções escolares portuguesas. Nesta autarquia a CEC foi elaborada em 2005...

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Aeroporto no Beato

O PSD anunciou que vai avaliar a localização do Novo Aeroporto de Lisboa - NAL segundo quatro critérios: o custo, a competitividade para Lisboa, a segurança e a sustentabilidade ambiental.
Eu pergunto: Só interessa a competitividade para Lisboa? O resto do país não interessa? E vamos pagar todos?
Só uma dúvida: o actual Presidente do PSD não é aquele que em tempos falou em “sulistas, elitistas”? então e agora aceita sem mais que o novo aeroporto só interessa para a competividade de Lisboa?
Se eu fosse lisboeta ficava preocupado. Com estes antecedentes ainda vai concluir o PSD que a melhor localização do NAL é no Beato…

terça-feira, dezembro 04, 2007

A política no estado puro ...





A querela simples, ou aparentemente simples do percurso da linha de cabos de alta tensão da responsabilidade da Rede Eléctrica Nacional (REN) que se opõe à vontade das populações mais afectadas nos concelhos de Silves e Sintra, é neste momento revelador da qualidade da nossa democracia. Uma grande empresa decide, em função dos seus mais imediatos interesses económicos e financeiros, a zona de passagem de uma linha com cabos de alta tensão, contra os constantes protestos das pessoas, atentas ao seu direito à tranquilidade e à saúde. Apesar de em tribunal de o director da equipa de projectos da REN dizer "admite que linha mista “é genericamente possível. ...mas viu os seus técnicos admitirem possibilidade de enterramento da linha, com diferentes nuances".(http://www.alvordesintra.com/noticias/templates/Noticias.asp?articleid=8597&zoneid=12&z=1&sz=&n). Como se observa há soluções técnicas, falta deixar de olhar para a calculadora da REN...e ter em consideração a saúde dos cidadãos. Entretanto, "A REN continua a recusar-se a enterrar a linha na zona urbana porque considera que podia ser um precedente para outros locais" (http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=311351&visual=26) o que demonstra quais os verdadeiros valores que presidem às decisões.
Os tribunais decidem a favor das populações, mas os recursos e toda a "banha da cobra jurídica" fazem adiar e na prática anular decisões, jogando com o tempo. Os responsáveis políticos, do Ambiente à Saúde, assobiam para o lado... Ninguém ouve ninguém, nem uma voz, ... parece que todos os nossos políticos depositam total confiança na resolução do problema "através do mercado"... Com tanta regulação, tanta concorrência regulada, cada vez mais a democracia do faz de conta, da aparência e boas maneiras se impõe sobre as pessoas. E assim temos David contra Golias, em que David afirma os valores da saúde e das populações lesadas. Sim, porque nas questões de dúvidas ao nível da saúde não se pode vacilar. Estamos fartos de "dúvidas e ausência de relações directas" que passados 20 anos são verdades integradas no senso comum. Com a saúde não se brinca...

quarta-feira, novembro 28, 2007

A mensagem e o mensageiro

Nos últimos tempos têm surgido várias notícias sobre denúncias feitas por titulares de cargos públicos. Nas três mais recentes, o Provedor de Justiça disse que há abuso de autoridade na nossa máquina fiscal, o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais disse que há (grandes) empresas que não cumprem com as suas obrigações fiscais e o Inspector Geral da Administração Interna disse que há incompetência e abusos nas polícias (que o Carlos R. tratou no post anterior – cowboyadas).
Nenhuma destas notícias é novidade para nós, todos sabemos que é assim. O que não sabemos exactamente é a dimensão do problema.
Mas qual foi a reacção geral dos fazedores de opinião e dos políticos (da oposição, claro)?
No primeiro caso aplaudiram a coragem e a seriedade do Provedor de Justiça.
Nos outros dois casos, não faltaram os ataques à honestidade, inteligência e competência dos denunciadores. Levianos foi o menor mimo que receberam.
Esta diferença de atitude dá para perceber?
Porque é que umas verdades são mais inconvenientes que outras?
Será que há pessoas que perdem o direito de dizer certas verdades?
Por que é que, em certos casos, há esta tendência para se matar o mensageiro? Porque não se gosta da mensagem?
A mim, o que me preocupa, é que estas pessoas tenham sentido a necessidade de fazer as denúncias!...
Será que nos estão a pedir ajuda?

sábado, novembro 24, 2007

Cowboyadas...

"Há incompetência a mais na polícia". "Há por aí muita 'cowboyada' de filme americano na mentalidade de alguns polícias". Estas são duas das muitas e muito graves afirmações reproduzidas na última edicação do Expresso (tema de capa). Pelo 'estilo' podem parecer 'bocas' típicas de um qualquer programa televiso tipo 'Noite da Má Língua'. Porém, quem as produziu foi nem mais nem menos que o Inspector-Geral da Administração Interna (IGAI)!!!
Mas sabem o que me preocupa mais? A reacção do Ministro da tutela (o MAI), que, num telejornal, disse basicamente que está tudo bem e as situações anormais (as tais 'cowboyadas') são excepções. Partindo do princípio de que o IGAI é uma das principais, senão a principal, fonte de informação do MAI sobre aquilo que se passa no dia a dia das nossas forças de segurança, há algo aqui que não bate certo... O IGAI diz ao MAI que há 'cowboyadas' e para o MAI está tudo bem (salvo as excepções)?
Das duas uma: ou o MAI não ouve ou não confia no IGAI, ou então estamos na presença de mais um sinal de que anda por aí uma espécie de pandemia do 'está tudo bem e recomenda-se' que está a alastrar-se nas esferas governativas. Crescimento económico? ...'está tudo bem e recomenda-se' . Desemprego?...'está tudo bem e recomenda-se' . Universidades sem dinheiro para funcionar? ...'está tudo bem e recomenda-se'. O Ministério da Educação 'strikes again'? ...'está tudo bem e recomenda-se'. Há por aí alguma vacina?

quinta-feira, novembro 22, 2007

Rio Águeda espelhado


Scolari ao seu melhor nível

Não discutindo a forma como aconteceu o apuramento, não questionando a qualidade de jogo praticado, não pondo em causa a regularidade das exibições e resultados da selecção portuguesa, até quando temos de aturar "broncos" destes a lançar atoardas e sem posturas profissionais. Depois da "difesa do minino cigano" temos a cena II do "treinador ofendido" com as perguntas dos jornalistas na conferência de imprensa. A ver e apreciar em:
Alguém que explique a este senhor que está na Europa, a treinar uma selecção nacional e a ser pago principescamente para tal. Tudo para exigir comportamentos de profissional. Porque temos nós de aturar e pagar para aturar isto ???!!!

sexta-feira, novembro 16, 2007

Portugal Amordaçado ?

A redacção da RTP está em polvorosa. Depois dos recentes desenvolvimentos no caso do pivô José Rodrigues dos Santos - que, segundo fontes próximas do processo, vai ser despedido -, os jornalistas da estação sentem que está em causa a sua liberdade de expressão. Segundo fonte da redacção, a percepção dos repórteres é que se trata de uma lógica de perseguição por parte da Administração. Motivo pelo qual está marcada, para hoje, uma reunião geral em que estarão presentes todos os jornalistas, o Conselho de Redacção e os membros da Direcção de Informação. in Diário de Notícias 16.11.07
O que é isto? O que representa? Porque começa a ser padrão? Para onde caminhamos?
Se com Rodrigues dos Santos e na RTP, se passa isto, como será com o anónimo cidadão no recôndito local de trabalho? Alguém sonhava com "coisas destas" depois do 25 de Abril? Se fosse o desgoverno do "Trapalhadas I" que barulho e mobilização não haveria na nossa comunicação social!!! Mas neste desgoverno do "Trapalhadas II" as agências fazem o trabalho de casa e não se passa nada. Os danos limitam-se a uma breve e escondida notícia num qualquer canto de um jornal.
Um país não é um país, com a vida, os problemas e os desafios dos seus cidadãos no seu quotidiano. Mas antes a imagem que todos os dias se consegue transmitir dele. Um país de faz de conta. Até quando?
A liberdade ainda estará a passar por aqui, como cantava o Sérgio Godinho?
Quietinhos e caladinhos...

quarta-feira, novembro 14, 2007

Dívidas dos municípios excessivas?

Segundo o Diário Digital, citando valores de uma lista de incumpridores elaborada pela DGAL, "Lisboa (PS) e Vila Nova de Gaia (PSD) mantêm-se no topo da lista em termos de valores absolutos, com cerca de 10 milhões de euros e 11,9 milhões, respectivamente, de endividamento em excesso".

Ainda há dias as notícias, mais ou menos confirmadas pela própria Câmara, indicavam que o endividamento total da Câmara de Lisboa era da ordem dos 1.400 milhões de euros.

Agora, segundo o Ministério das Finanças, só 10 milhões é que são em excesso.

Só?!... Tanto?!... É para rir?!...

Das outras Câmaras não tenho informação sobre os valores totais do endividamento. Mas, pela amostra, presume-se que o panorama seja semelhante.

Ainda assim, há Câmaras que se preparam para contestar estes valores de endividamento excessivo e as consequentes penalizações.

Estão todos a brincar com a gente, não estão?

sábado, novembro 10, 2007

A nossa memória - "O Srº Arquitecto"

Através da sua última obra artística, Águeda evoca, mais uma vez, um dos seus. O Arqº Rocha Carneiro foi para nós, nos últimos anos em que tivemos o privilégio de com ele conviver, uma verdadeira lição de vida, na forma de estar e de gostar de Águeda. É fundamental lembrar e divulgar pessoas e obras que constituem a nossa memória colectiva como comunidade. Não será possível falar de Águeda e das suas colectividades e iniciativas nas últimas dezenas de anos, sem lembrar o Arquitecto Rocha Carneiro. O "Srº Arquitecto" pela sua multipla vivência de Águeda, desde o Recreio até à Anata, foi um cidadão exemplar. Vale a pena rever as belas peças pintadas à mão - com todo o "azul inconfundível do Outeiro" - e que evocam os descobrimentos portugueses, principalmente para nós que "ouvimos nascer" algumas das peças, vimos desenhos em papel vegetal e lemos alguns dos textos poéticos sobre os descobrimentos e seus actores, pintados nas peças e azulejos.

sexta-feira, novembro 09, 2007

O Pidac esse malandro ...

O PIDAC parece que mais uma vez foi madrasta para Águeda, não satisfazendo velhas aspirações badaladas ciclicamente de 4 em 4 anos como miragens a venerar. O PS para aqui, o PSD para ali, todos falam e gesticulam e os comboios continuam a passar... Águeda é o país, o país é Águeda, Leitão para aqui e para ali Leitão e novas do PIDAC não há.
Assim, o projecto da rede municipal de piscinas para todo o território concelhio terá de ficar para nova oportunidade. Também a estudada e explorada aposta no turismo activo através da delimitação de percursos pedestres, de btt e de canoa nos nossos rios, tão carentes das respectivas infra-estruturas de suporte ficarão para depois. A aposta na transformação da zona envolvente do Rio Alfusqueiro na freguesia do Préstimo, para depois ficará. O projecto quase integrado numa rede internacional, do Parque de Campismo da Redonda, ficará para segundas núpcias. A requalificação urgente do campo de futebol junto ao Estádio Municipal, também só daqui a algum tempo. A transformação do Aeródromo do Casarão em Aeroporto Regional para responder às necessidades turísticas e empresariais, ficará para segundas núpcias. A possibilidade do Pavilhão de Exposições da AIA sofrer beneficiações e com isso integrar a rede europeia de feiras e exposições de várias áreas económicas, está a perder-se. A intenção de transformar o Centro de Canoagem num centro de estágio que aglutine a actividade desportiva da canoagem regional.
Concluindo ... o PIDAC é um malandro...

quinta-feira, novembro 01, 2007

BUTE - porque não em Águeda?

O projecto BUTE (bicicleta de utilização estudantil) estruturado na disponibilização de 2000 bicicletas pela Universidade do Minho à sua comunidade é uma iniciativa de louvar. Não só pela promoção de actividade física nos seus utilizadores, mas pelo potencial de iniciativa e exemplo que associa ao desenvolver pequenas práticas de forte impacto na vida da comunidade. Contribuir para não utilizar o automóvel é preciso. Projectos apoiados institucionalmente como este são fundamentais para ultrapassar mentalidades menos abertas à integração das bicicletas no nosso quotidiano. As alterações de estilos de vida pelos cidadãos não são exclusivamente decisões de iniciativa individual, mas antes influência de vários contextos. Ficamos contentes por Águeda também estar ligada a este projecto através da empresa Ideia Biba de Zé Nuno Amaro.

Para quando Águeda ressuscita as bikes na cidade e fora dela?

terça-feira, outubro 30, 2007

Miragem...


Requalificação do Largo 1º de Maio/Botaréu - mais do mesmo?

O que é isto? O que vamos ter? Mais do mesmo? Betão em cima de betão? Tudo indica que sim. Ainda não será desta que iremos ter em Águeda uma área de lazer sem betão. A famosa aproximação da cidade ao rio, continuará bloqueada no betão. Rio, margem, água, rima mesmo só com ... betão.


Quando teremos em Águeda, áreas de lazer normais onde componentes naturais - terra, relva, árvores, etc - sejam dominantes? Porque estamos condenados a desperdiçar áreas nobres da cidade com soluções arquitectónicas de elevado custo financeiro e baixo nível de qualidade?
Até quando?

quinta-feira, outubro 25, 2007

Só como S.Tomé





A candidatura à organização dos Jogos Olímpicos é algo que a Câmara Municipal de Lisboa não está a equacionar, afirmou o presidente do município lisboeta, António Costa, que terminou hoje uma vista de três dias à capital chinesa.
"A candidatura aos Jogos Olímpicos não é de todo em todo tema de reflexão", disse à Lusa António Costa, depois de ter visitado as infra-estruturas e equipamentos que Pequim está a construir para os Jogos Olímpicos do próximo ano. in PUBLICO 24.10.07


Os nossos governantes parece que só caem na real perante as evidências e a perspectiva da bancarrota. Imaginar a cidade de Lisboa a organizar uns Jogos Olímpicos, apesar de bonito, só seria possível em mentes delirantes... Com a observação da realidade que espera os próximos Jogos Olímpicos em Pequim, foi possível fincar os pés no solo e perceber a envergadura do evento. Ainda bem ...

quarta-feira, outubro 24, 2007

Lá bem no Norte


Há duas semanas em Luleå, na fronteira das estepes da Lapónia, a cerca de 150 km do círculo polar ártico. No Verão, ou antes, no período da luz, que são quatro meses, o sol não se põe. Nos restantes meses é a escuridão quase completa, que acompanha o dia a dia desta região pouco habitada que, pasme-se, também recebe chorudos fundos europeus (é aqui que se encontra um dos principais clusters aeroespaciais europeus, em Kiruna, sendo a única base em solo europeu comunitário com capacidade de lançamento de naves aeroespaciais). Realidade pouco conhecida, num país pouco sensível a essa coisa da Europa e nada interessado em propagandear os alguns beneficíos dessa realidade.

sexta-feira, outubro 19, 2007

Às vezes, no fim de uma semana de trabalho, apetece

fazer o que a menina do cartaz sugere, mudar de carreira. Pensando assim de repente, sei lá, por exemplo; ser avançado do grande FCP, reflectir sobre a Teoria Crítica de Adorno numa Universidade alemã, preferência Heidelberg (chatice, teria de aprender alemão), administrar o governo dos gémeos polacos (segundo a imprensa sueca, o primeiro desse país ainda vive com a mãe e, como bom menino católico, entrega-lhe o ordenado todos os meses), ou então, ter um café com um nome assim do género Pessoa, onde pudesse ler "O livro do desassossego" de Bernardo Soares em sueco (está traduzido), ao mesmo tempo que fazia torradas (como as do café Avenida em Águeda, que saudades) só para mim. Pronto, acabou a viagem, tenho que me concentrar novamente no paper que estava a preparar, estes anglicismos.

Carta Educativa de Águeda - e agora?






O presidente da Câmara Municipal de Águeda enviou hoje, dia 2 de Outubro, a Carta Educativa "reprovada" na Assembleia Municipal ao presidente desta instituição, o social-democrata Paulo Matos.
Foi enviada, segundo a epístola assinada por Gil Nadais, "afim de que possam introduzir todas as alterações que entendam, de forma a viabilizar a aprovação do documento!".
A carta educativa foi apreciada na AM da última quarta-feira e "chumbada" com 22 votos contra, todos se eleitos do PSD, mias um do CDS/PP. in Soberania Povo 2 Outubro/07

O presidente da Assembleia Municipal (AM), devolveu ao presidente da Câmara de Águeda (Gil Nadais) a Carta Educativa do Concelho de Águeda (CECA), dando conhecimento desta posição aos membros da AM.Chumbada na quarta sessão ordinária da AM, (26 de Setembro), Gil Nadais a remeteu a Carta Educativa a Paulo Matos, solicitando que os eleitos da AM “possam introduzir todas as alterações que entendam, de forma a viabilizar a aprovação do documento”.n DEVOLUÇÃO: Menos de uma semana depois de receber a proposta de reordenamento da rede escolar do concelho votada na AM, Paulo Matos devolveu-a ao presidente da edilidade, baseando-se na lei para considerar que “a sua elaboração é da competência da Câmara Municipal”.O presidente da AM entende que a carta de Gil Nadais “não configura nenhuma proposta, nem dela resulta que tenha sido objecto de discussão em executivo municipal” e lembra que a Carta Educativa “constitui um documento de planeamento complementar ao PDM” e que “compete à Câmara Municipal elaborar e submeter à aprovação da AM os planos necessários à realização das atribuições municipais”.n COMPETÊNCIAS: Paulo Matos entende, segundo disse a SP, que “a AM não tem competência legal para introduzir, por sua iniciativa, as alterações que entenda de forma a viabilizar a aprovação do documento, nem o presidente da Assembleia Municipal pode promover as acções que considere necessárias para consubstanciar as posições defendidas pelos membros da AM, sem que seja de novo submetida à AM uma proposta aprovada no executivo municipal”. n PARECERES: O líder da AM, ainda assim, solicitou pareceres jurídicos à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), prometendo, assim que os tenha, remetê-los a Gil Nadais. in Soberania do Povo 17 Outubro/07.




E agora? Como se avança? Como temos Carta Educativa de Águeda (CEA) em tempo útil?

Neste jogo de ping-pong político já todos estaremos a ver quem fica a perder. Águeda, as suas escolas, os seus alunos, o seu desenvolvimento. Num momento em que a maior parte dos municípios portugueses "fazem o trabalho de casa" nesta área de forma a obterem financiamento comunitário e nacional (ex: QREN e outros) para a requalificação das suas infra-estruturas educativas, em Águeda prevalece a chicana política. Num processo que já começou atrasado em Águeda, que não foi conduzido da forma mais brilhante, corremos agora o risco de cair num beco sem saída, numa disputa estéril acerca de competências e pareceres jurídicos. Entendemos que neste caso não há lugar a atitudes desta natureza. Na maioria dos municípios a Carta foi objecto de enorme consenso técnico e político. Só que tal, apenas foi alcançado com base em muito diálogo, debate e partilha de opiniões e posições entre actores sociais envolvidos. Nesta matéria a questão da definição de consensos é fundamental. E não passa por "pactos" ao nível dos partidos do centrão. Consensos que não se esgotam na luta politico-partidária, antes se aprofundam no suporte técnico de especialistas da área de Educação, nas opiniões dos eleitos locais como os autarcas das Juntas de Freguesia, os professores que conhecem e dominam a realidade local, os pais e encarregados de educação como parte directamente interessada e a comunidade em geral. Refira-se (mais uma vez) que a CEA não se reduz ao documento escrito produzido, mais importante é o consenso técnico, político e social que ela introduz na comunidade para a definição da rede escolar, numa lógica de desenvolvimento educativo. Haja juízo e bom senso de forma a que rapidamente Águeda esteja em condições de se candidatar ao QREN que aí vem. O tempo não espera por esta Águeda reminescente da Universidade de Ciências Políticas de Travassô...
PS - Será que a reduzidíssima participação no inquérito aqui no blog, indica o desinteresse geral? Os resultados foram enviados para o Laboratório Nacional de Tratamento de Dados para a adequada análise estatística ...

quinta-feira, outubro 18, 2007

O problema da estatística...

Pensava eu que ainda ia a tempo de participar na consulta ‘popular’ sobre a Carta Educativa de Águeda que teve lugar neste blogue, quando deparei com o anúncio de que a ‘enquete’ estava fechada. Tendo perdido a oportunidade de usufruir de mais um momento de democracia electrónica que as TICs nos propiciam, resta-me, como consolação, fazer uma análise dos resultados. Constato então que metade dos respondentes mostram-se favoráveis às propostas da Carta. Um quarto manifesta a sua oposição. Outro quarto fica-se pela indiferença (ou, como aconteceria no meu caso se tivesse tido oportunidade de votar, a opção teve a ver com a falta de informação sobre o assunto). Conclusão: não obstante a polémica que o documento tem suscitado, ele é apoiado por uma maioria muito significativa. Apesar da clareza desta conclusão, sinto que há qualquer coisa que não ‘bate bem’. Como o tempo escasseia, designadamente para usar coisas ‘esquisitas’ como ‘amostra’ e ‘significância’ estatísticas, fico-me por essa sensação do ‘não bater bem’, até porque ela é recorrente... é a sensação com que muitas vezes fico quando é feito uso de estatísticas nos meios de comunicação social.

PS: serve o presente PS para informar os leitores deste blogue que não é meu costume falar ‘abrasileirado’, como um certo cartoon publicado num jornal local poderá dar a entender.

terça-feira, outubro 16, 2007

Foi você que pediu um


Porto. Hoje, em Estocolmo, na prova anual do Vinho do Porto.

Entretanto, numa das vestugas cadeiras do metro de Estocolmo, alguém espera por


Godot

Blog Action Day


O ambiente como componente fundamental do nosso futuro colectivo, deve ser preocupação de todos. A percepção social que há 30 anos olhava para as questões ambientais como campo enviesado de militâncias políticas, teve de aceitar - com ou sem o filme do Al Gore - que as nossas decisões com implicações ambientais têm que mudar radicalmente. Falar da mobilidade urbana, discutir o desenho urbano, promover a bicicleta como veículo de transporte, discutir espaços verdes e políticas de arborização foram algumas das questões que aqui no Bloguejudeu indirectamente tocaram nas questões ambientais. Neste Dia de Acção pelo Ambiente, continuamos a pensar que em termos locais, muito há a fazer na caminhada para a melhoria da qualidade de vida ambiental e como contributo para um desenvolvimento sustentável.

sábado, outubro 13, 2007

Um problema técnico

Ao som do francês Jacques Higelin ouvido nessa babilónia musical que é a last.fm, leio as notícias acerca do caso PSP-Covilhã. Contra o que é habitual (e ainda bem) o relatório ultra-rápido do MAI, vem dizer que afinal o que se passou foi um problema técnico, um problema de procedimentos administrativos... Algo entre o género "Ó Manel a que horas é que vocês marcaram a manif? OK. Tudo bem" ou antes "Bom dia, daqui é o comando da PSP, necessito de preencher a ficha da manif contra o nosso primeiro, importa-se de me informar se vão levar cartazes? Quais são as palavras de ordem previstas?"... Se não fosse grave poderia ser cómico transformar uma questão de liberdade de opinião, reunião e manifestação, num problema técnico de procedimentos administrativos. Mas o que aconteceu na Covilhã, foi apenas uma sequência do que se tinha passado anteriormente em Guimarães e em Montemor-o-Velho. E aqui não precisámos de relatórios, porque as imagens da TV falam por si...
Talvez importasse perceber a origem destas ordens, para sinalizar os mandarins que querendo apresentar serviço e agradar ao chefe produzem tais práticas.
PS- Estas questões são independentes da simpatia pelas formas utilizadas pelo SPRC de se fazer ouvir, de se gostar mais ou menos de sindicatos mas nunca esquecendo o poema de Bertold Brecht.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Jornal esquecido




Alguém esqueceu-se do jornal na escada rolante.









Talvez estivesse com pressa de apanhar o metro para a praia (strand) de Farsta. Não lhe invejo a sorte, já que estavam 3 positivos.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Le Train Blue, ou a história do Stafan e da Monika



Há uns posts atrás, mencionei o meu amigo francês de costela húngara-italiana, o Stefan, e o seu restaurante "Le train blue". Pois, no passado sábado, o principal diário sueco, SVD (www.svd.se), mais de 500 mil leitores, trazia em destacada entrevista o Stafan e a sua berlinense esposa Monika, com grandes elogios à gastronomia aí servida. Nesse mesmo dia, à noite, o Stefan, a Monika e uns amigos suecos, estiveram em minha casa a desgustar uma chanfana, um dos ex-libris da nossa região e, que me perdoem os puristas do leitão, o prato que consegue reviver memórias. Infelizmente, por estar em falta, não acompanhei a chanfana com um Bairrada, tendo optado pelo bom vinho alentejano do Portugal Ramos, que é excelente, e cuja combinação veio a ser acertada. Para entrada, tinha feito uns pasteizinhos de bacalhau acompanhados de uma salada de feijão frade. Aqui, resolvi avançar para o Minho, para o verde. Um dos prazeres da vida é, como nós portugueses bem sabemos, o prazer da mesa e é, quanto a mim, a melhor forma de percepcionar as idiosincrasias dos povos, ou seja, a identidade de uma colectividade nacional, regional ou étnica. A ver pelo que (não) sobrou, desta vez podem estar descansados que a Pátria não ficou mal na fotografia. Suecos, mais estes, alemães e franceses, ficaram a descobrir os paladares de um povo que, nas entranhas de séculos, vem criando estórias da história e amassando aquilo que somos, amantes da boa mesa e de uma boa conversa.

sexta-feira, outubro 05, 2007

Não é todos os dias

Com a devida vénia a Nelson Leal e à Soberania do Povo 10/2007


Não é todos os dias que um membro deste blog tem honras de figura de cartoon nesse ilustre centenário semanário, cá do burgo. Boa CR, pode ser que com o cartoon o metro de superfície avance com a ajuda do QREN e vamos de kim para a UA ...

Leo Bassi incendeia Águeda


Tínhamos ouvido boas referências. Apreciações muito positivas. Alertas de que era um espectáculo imperdível. Mas, apesar de tudo na noite mágica de 3ª feira 2 de Outubro o Festival Gesto Orelhudo, presenciou, o espectáculo anti-espectáculo. Leo Bassi - http://www.leobassi.com/ - em palco e fora dele foi um provocador que estrutura um "one man show" com uma mestria sádica e provocatória perante o público que apenas pode ser encarada com as nossas gargalhadas e sorrisos. Leo Bassi, fala, dança, provoca, agride (restos de maçãs com pancadas de bastões de basebol sobre o público, bocados de melancia, água, ... mas principalmente as verbais). Durante cerca de duas horas Leo Bassi desenvolve um espectáculo que agarra o espectador, o provoca, o apaixona, o desilude para logo a seguir empolgar novamente. Verdadeiramente desconcertante e hilariante pela forma como constrói e descontrói o espectáculo. Que temos dificuldade em caracterizar, pois ele tanto integra o relato de histórias carregadas de humor, como acções de malabarismo, provocações e ameaças físicas junto do público, sessão de hipnose, piadas que se percebem terem sido criadas no momento, manipulação do público, ... No caso de 3ª feira o público foi desafiado a deixar a tenda no final e a acompanhar Leo Bassi para a rua, onde a provocação continuou com um banho público de Leo Bassi na fonte junto à estação dos CTT.

Leo Bassi como diz é um palhaço, é um provocador, mas é-o com total controlo da comunicação e da capacidade de nos fazer reflectir sobre a vida, nunca perdendo a oportunidade de o fazer através de uma boa gargalhada.

Obrigado Leo Bassi, por esta noite inesquecível para os 400/500 que encheram a tenda da D'Orfeu na Venda Nova. Para todos aqueles amigos que perderam esta oportunidade de ver Leo Bassi em palco, aqui fica uma pequena ideia do dito: http://www.youtube.com/watch?v=QhY3Ecbss-U&mode=related&search= ou em inglês um excerto de um show na Alemanha http://www.youtube.com/watch?v=1vqPzVdLIpI&mode=related&search=Leo%20Bassi%20Alicante%20Paraninfo%20La%20revelaci%C3%B3n.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Obras no solo enquanto circulo pelo subsolo de Estocolmo.



Karlaplan, como a vi hoje às 8 da manhã, vindo das profundezas do subsolo. Enquanto a menina pedala, quem sabe, para as aulas, as obras de "alindamento" da rotunda prosseguem. Coisa rara em Estocolmo, ver-se um pequeno estaleiro.




Karlaplan, hoje ao fim da tarde, já no subsolo. Segundo a legenda não de deve "lutar" mot dörren, ou seja, não de deve encostar à porta da carruagem. Este meu companheiro de viagem deve estar a conferir os últimos SMS antes de ir para casa, para a solidão de um tv dinner (microwave meal).

terça-feira, outubro 02, 2007

Ritualmente D'Orfeu



A vida cultural é feita de hábitos. E a D'Orfeu (http://www.dorfeu.com/) habituou anualmente Águeda a brindar à boa música e ao melhor humor. O Festival Gesto Orelhudo está aí, em toda a sua pujança de energia e singularidade. Após a abertura espectacular com a The First Vienna Vegetable Orchestra (com o S.Pedro cheio como nunca visto), os holandeses Slampanpers puseram toda a gente a rir na noite de 2ª feira, à excepção da cena não prevista da queda da laranjeira. Também imperdíveis foram os catalães Trukitek, com humor a três dimensões, baseada numa excelência cénica e narrativa de morrer a rir. Até agora registe-se a enorme afluência de público, com constantes casas cheias. O Festival Gesto Orelhudo é a prova de que quando a regularidade dos eventos culturais persiste acompanhada da constância da qualidade e singularidade ... não há povo que resista.


sábado, setembro 29, 2007

Recordar é viver

Imagens de Águeda que nos fazem recordar os espaços, as actividades, o convívio, o nosso crescimento, a nossa identidade. Vamos procurar fazer aqui, um certo baú das memórias espaciais de Águeda, sem preocupações de quantidade, mas sim de qualidade.

A piscina fluvial do Sport Algés e Águeda (filial do Sport Algés e Dafundo de Lx) reproduzida acima, foi durante dezenas de anos o espaço de aprendizagem de natação, convívio de verão e também de competição desportiva. Aqui aprendemos a nadar pela mão do saudoso Bério Marques, mas também tomámos o sabor dos primeiros "pirolitos" nas culturas juvenis, onde os mais velhos impunham a sua força e poder. A piscina fluvial dos anos 60/70 já não tinha plataforma e balneários do lado do campo de milho. Tinham sido construídos novos balneários do lado do Sardão. Estas imagens trazem-me à memória os saltos e mergulhos do saudoso Henrique Xavier, executados com risco e habilidade, mais tarde observados no "penico grande" da barrinha de Mira.

Vamos ... não importa como

Portugal vai participar na força da ONU e da União Europeia (UE) para o Chade e República Centro-Africana, «não estando ainda definido como», anunciou hoje o ministro português da Defesa, Nuno Severiano Teixeira.
«A resposta é positiva. Portugal estará presente, não está é definido como», afirmou Severiano Teixeira, em conferência de imprensa, no final do primeiro dia da reunião informal dos ministros da Defesa dos 27, em Évora, no âmbito da presidência portuguesa da UE.
...A Espanha, por exemplo, anunciou desde já que apenas participará com ajuda no transporte de forças, face ao «esforço grande» em missões deste tipo, enquanto a Alemanha anunciou que só dará apoio político. in Diário Digital 29.9.07
De memória Portugal esteve ou está em missões internacionais em países ou regiões como Afeganistão, Iraque, Balcãs (Bósnia-Herzegovina e Kosovo), Timor, Líbano, República Democrática do Congo, Sudão. Não está em causa a importância da solidariedade internacional para a manutenção da paz no mundo. Nem o apoio a políticas internacionais de suporte à ajuda e ao desenvolvimento das populações necessitadas. Mas, antes do contexto dos outros, importa reflectir sobre o nosso contexto. A nossa realidade, antes da realidade dos outros. É espantoso como um país em crise - económica, financeira e de confiança - está sempre aos saltos para integrar missões internacionais. Como é possível? É espantoso que enquanto médios e grandes países se recusam ou desculpam a participar nessas missões, Portugal é voluntário. Como é que um pequeno e periférico país, tem capacidade económica, logística e militar para responder a estes diferentes desafios?
Para uns tantos - políticos e ministros - pensarem que ficam bem nas fotografias da diplomacia internacional, o país corta no investimento, aperta o cinto, sufoca em impostos e impõem-se políticas sociais de 3º mundo. É triste se não fosse ultrajante e insultuoso.
Estas considerações não pretendem colocar em causa a participação portuguesa em missões internacionais. Agora com conta, peso e medida em função da nossa escala, potencial e posição geo-política na CE e no mundo. O resto são despesas públicas em nome de ideias políticas parolas...
Até quando?

sexta-feira, setembro 28, 2007

TGF, 28 de Setembro de 2007


Thank God is Friday, deve estar a pensar este meu companheiro de carruagem. Pelo menos era o que eu ia pensando, hoje pelas 6 da tarde, a caminho de casa, numa das vestugas carruagens da Lidingöbana, para aí com 50 anos.

quinta-feira, setembro 27, 2007

Enquanto na lusa pátria se discute o duo mágico SL e JM, eis que...


encontrei o Lada ucraniano do antigo patrão do orgulho tuga no estrangeiro, estacionado irregularmente numa rua de Estocolmo (multas a 700 Sek, cerca de 70 €). O Sr. Abromovich andava disfarçado de ucraniano nas ruas de Estocolmo, zona de Hötorget, conhecida pela sua garrida praça de vendedores de frutas turcos, e de um restaurante onde se pode comer bacalhau, fresco, entenda-se. Para mais o dono, no alto dos seus quase 2 metros de gordura sueca, adora fado. Até rima, fado sueco com o fado da lusitânia terra, rendida aos feitos magníficos dos nossos emigrantes de sucesso do mundo da bola, facto importante, como se sabe, no índice de desenvolvimento de um país. Grande país este, como é que vou explicar esta aos suecos.

Bem e Mal

Bem
Pedro Santana Lopes abandonou uma entrevista que estava a dar à SIC Notícias sobre as directas do PSD, depois de ser interrompido por um directo relacionado com a chegada a Portugal do treinador José Mourinho (TSFOnline 27-09-07)
Parabéns Santana Lopes. Apetece-me dizer mesmo, obrigado.
Será que isto vai contribuir para uma diminuição das não notícias ao longo dos nossos noticiários?

Mal
Ricardo Costa, director da SIC-Notícias, a propósito do mesmo episodio (à TSF): “Ele resolveu, como é habitual nele, fazer um número um bocadinho espectacular que naturalmente hoje baterá os recordes do You Tube. Mas é uma decisão absolutamente inusitada e desproporcionada».
Caro Ricardo Costa, não é bonito aludir ao temperamento de uma pessoa para a descredibilizar, evitando falar das razões objectivas da sua atitude.
Além do mais, o homem era seu convidado. Se ele é assim “tontinho”, como subliminarmente quer deixar transparecer das suas palavras, mais tonto não terá sido quem o convidou para uma entrevista sobre assuntos sérios?

quarta-feira, setembro 26, 2007

Ainda a Carta Educativa de Águeda?

A Carta Educativa de Águeda (CEA) iniciou a fase de discussão e votação política. Não pretendendo escrutinar os seus conteúdos, importa salientar que se trata de um documento que é (devia) ser encarado como de valor estratégico para o pensar da educação e qualificação dos cidadãos do concelho. Uma CEA não é (não devia) ser unicamente um documento escrito para responder a quesitos da administração central ou regras da Comunidade Europeia. Muito menos como mero cartão de visita para candidatura a financiamentos de programas comunitários ou nacionais. Ela deveria encerrar uma oportunidade de analisar em profundidade, através da participação de técnicos qualificados na área da Educação, o empenhamento dos gestores dos agrupamentos de escolas, dos professores de diferentes níveis de ensino, dos pais e encarregados de educação, dos funcionários, dos presidentes das juntas de freguesia e de todos os cidadãos interessados, de forma a ser motivo de troca de ideias e opiniões para que o futuro que se decide não resulte de meros resultados de quilómetros, nº de alunos, rácios e custos financeiros. Num tempo de racionalização das decisões, estes procedimentos são instrumentais e não a razão das decisões. Algumas questões para as quais importaria encontrar respostas:
- Faz sentido agrupar no mesmo edifício vários níveis de escolaridade, abarcando um amplo leque etário?
- Qual a dimensão de escola sensata e pedagogicamente justificável, em termos de nº de alunos? 250? 500?
- Como responder à assimetria territorial do concelho face à dispersão demográfica da zona serrana?
- Como justificar a abertura do ensino secundário numa escola privada, quando temos na rede escolar duas boas escolas?
- ...
O debate exigido para qualificar a CEA, não se esgota na ideia de produzir um melhor documento sobre a rede escolar de Águeda. Mais importante do que isso, era ter "partido toda a pedra" com os Presidentes das Juntas de Freguesia, ter ouvido e dialogado com os Conselhos Executivos dos Agrupamentos de Escolas, auscultar e reflectir com os pais e seus representantes. Não estou a dizer que nada foi feito, mas sim que o CONSENSO EXIGÍVEL a partir do debate e da discussão franca e aberta, não é compatível com o facto de cada um de nós ..........ser a favor ou ser contra esta proposta de CEA.
O mundo há muito que deixou de ser branco ou preto...

terça-feira, setembro 25, 2007

Aliança italo-francesa



Eis dois artistas de tachos e espressos aqui em Estocolmo, perfeita conjução do eixo italo-francês no ramo gastronómico, os quais admiro muito. O de cima é o Chef Staffan, francês de Lyon, com costela húngara e da Lombardia italiana, dono de um pequeníssimo restaurante, o "Le train blue" que, pelo ambiente, parece saído de uma película do Louis de Funés. O Staffan, amigo de larga data dos joggings e de discussões cartesianas sobre a inenagável política gaulesa, costuma preparar umas Moulles aux frites de se tirar o chapéu, e o seu restaurante é o meu retiro, quando tenho saudades dos paladares do Sul. Pormenor curioso sobre o percurso do Steffan. Antes de se dedicar aos assuntos do estômago, era um alto quadro de uma multinacional francesa no ramo das telecomunicações, tendo antes passado pelo Extremo Oriente. Quando decidiram mudar as operações para o Reino Unido, achou que era altura de tentar outra coisa, lançando-se nesta aventura. Parece que para breve, já que prevê regressar à sua Lyon natal. Outro retiro por mim utilizado é de outro meu amigo, o Pino de Brindisi, na Drottningata, bem no centro de Estocolmo. O seu minúsculo café, se assim pode chamar a um sítio com um balcão ao comprido, no corredor do edifício sede da H&M sueca, é o local onde se bebe o melhor espresso de Estocolmo. E, diga-se, o mais barato, a 10 coroas (cerca de 1 Euro). É lá, quando temos visitas da lusa pátria, e as pessoas desesperam por um café que não seja de "saco", à sueca, que os levo ao sabor do café italiano. Aí, ao contrário do espírito cartesiano do espaço do Staffan e a sua agonia a tudo que seja Sarkozy, "húngaro" como ele, discutimos coisas mais trivais, como os últimos resultados do calcio ou observamos as belas ragazzas que vão passando.

BTT dá o exemplo



No domingo dia 30 Águeda vai ser invadida por bicicletas. A 2ª Maratona do Vouga em BTT é o motivo para que centenas de betetistas, transformem a cidade e as redondezas. Numa iniciativa, bem organizada pelo Clube de BTT do Vale do Vouga (http://www.maratonavaledovouga.com/). A prova é caracterizado por um excelente percurso, teve uma atempada e cuidada divulgação pública (incluindo sitio próprio) e as positivas referências ouvidas sobre a prova no ano anterior, são os ingredientes que funcionam como catalizadores para que Águeda, possa ter centenas de betetistas a pedalar nos seus belos trilhos. Parabéns aos organizadores pela iniciativa que coloca Águeda na senda dos grandes eventos de BTT. Pela nossa parte, prometemos participar na prova de 40 KM (que na realidade são 50 e muitos) com o grupo De_rotaincerta.btt e fazer da prova um grande momento de gozo e prazer da prática de BTT.
PS - Aqui do Bloguejudeu seremos 2 a participar ...

sábado, setembro 22, 2007

A caminho de Falkenberg



A caminho de Falkenberg, no Sul da Suécia, num comboio IC3 da DSB dinamarquesa. Esta região transfronteiriça, entre a Skåne sueca e a região de Copenhaga, é, na actualidade, uma das regiões mais dinâmicas na Europa. Para além de terem um dos PIB mais altos da CE, a região apostou fortemente nas indústrias da ciência, em particular nas biotecnologias e indústria farmacêutica, sendo já reconhecida como o "Medical Valley" europeu e um dos seus clusters mais dinâmicos, concentrando-se aí as principais empresas do ramo e respectivos centros de investigação e Universidades, como a de Lund, Gotemburgo e Copenhaga. A construção da ponte entre Copenhaga e a cidade sueca de Malmö encurtaram distâncias e aproximaram projectos, de índole económico-cultural e, no fundo, juntou duas regiões siamesas, senão vejamos. A Skåne, Scania em inglês, pertenceu até ao séc. XVIII à Dinamarca, tendo com ela grandes afinidades (por exemplo, a bandeira da região é a dinamarquesa, a risca em vez de ser branca é amarela). Quando se vem da capital, de Estocolmo, tem-se a agradável sensação que estamos em direcção à Europa continental, sendo as pessoas e os hábitos muito semelhantes aos dinamarqueses, extrovertidos, o que só tem de positivo, e, ao atravessar a ponte entre Malmö e Copenhaga, fica-se com a sensação que se está a ir de Almada a Lisboa, salvo seja, do que a entrar num outro país. A mobilidade humana entre ambas as regiões é impressionante, e todos os dias assiste-se a uma contínua migração de milhares de pessoas de cada um dos lados do estreito, para trabalharem em Copenhaga (os suecos), ou em Malmö e Lund (os dinamarqueses). A popularidade e a pujança desta nóvel/velha região tem chamado a atenção de outras regiões transfronteiriças europeias, incluindo o nosso Minho e a Galiza (o cluster auto), assinalando um novo rumo, de uma Europa cada vez mais feita de regiões do que de países. Daí não estranhar que nesta minha deslocação a Falkenberg ter, na ida, utilizado um IC3 dinamarquês, de Gotemburgo a Falkenberg, e, no regresso a Estocolmo, ter utilizado um X2000 sueco.

segunda-feira, setembro 17, 2007

Um Periquita desfocado


Hoje, lendo o jornal Metro (invenção sueca), dou, passe a expressão, com a periquita. Talvez por ser segunda, malditas segundas, não foquei lá muito bem esta publicidade ao "nosso" periquita, o embaixador dos nossos vinhos neste canto europeu. Para mais, tratando-se de um país com monopólio estatal no que respeita a venda de produtos alcoólicos, os periquitas, branco e tinto, portam-se bem, sendo muito apreciados, comemorando por estes dias o seu 30 aniversário nestas paragens. Só como exemplo, o preço do branco está a 60 coroas suecas, cerca de 6,5€ e, segundo as autoridades suecas, parece que o consumo de bebidas alcoólicas cria problemas no fígado. De facto, estes suecos têm um fígado muito fraquito, é só vê-los às sextas, depois de uma semana religiosamente dedicada ao trabalho.

Pela mobilidade urbana ... e não só

Trata-se de divulgar um excelente blog que se centra no estudo e promoção de cidades cicláveis. A Acompanhar com muita atenção, face à qualidade da informação veiculada.

http://bicicletaportugal.blogspot.com/

De Scolari a ... Dalai Lama









Uma nova novela explodiu. A novela do soco do Scolari. Bateu não bateu. Foi ofendido não foi ofendido. O que é um facto é que houve telejornais com 30 (trinnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnta!!!) minutos dedicados ao tema e ao sujeito. O nosso PR também debitou palpite. Scolari para todos os efeitos é um profissional desportivo a trabalhar num país estrangeiro, relativamente ao seu, o que só por si deveria servir para se "aculturar em níveis mínimos" de socialização. É verdade que têm aturado tudo ao homem. Insultos e ofensas a outros treinadores portugueses. Insultos e má criação a jornalistas. Insolências e má educação para com toda a gente, numa postura de bronco. Tudo. Como se ele fosse efectivamente um treinador de futebol do outro mundo, ou alguém acima da média no meio futebolístico. O que se passou foi o exteriorizar do seu verdadeiro CV. Portanto não se queixem... porque "isto" foi só o "sargentão" no seu estado puro e verdadeiro. Obviamente que num país normal, em 24 horas ele já estava despedido com justa causa e eventual pedido de indemnização pela Federação Portuguesa de Futebol por perdas e danos... A mesma Federação de Futebol que acabou de punir com 1 ano de não convocação para a selecção de um jovem jogador por comportamento atentatório do fair-play ... tirou o cartão vermelho ao árbitro.

A tentativa, a agressão, o empurrão, o soco, a postura, a agressividade, a mentira continuada de um seleccionador nacional de futebol, essa será branqueada com a ajuda de uma boa agência de comunicação social...

Enquanto tudo isto o Dalai Lama , aqui vai na sua candura e simpatia, falando com este e aquele. Não se incomodando com o enorme ruído de uma diplomacia de visões curtas e rasteiras que pensa ganhar no comércio o que perde na postura política vertical e de dignidade humana. Para "não incomodar os chineses" o nosso governo decidiu não receber o Dalai Lama, ao contrário daquilo que tem acontecido com a maioria dos políticos europeus. A política tem sempre muitas visões e uma mais curtas do que outras...


A grande conclusão é que entre Scolari e Dalai Lama Portugal não vacila...

sexta-feira, setembro 14, 2007

Rush hour


As minhas odisseias pelo subsolo de Estocolmo. Hoje, por volta das 6 da tarde, a estação de T-Centralen parecia Calcutá. Avaria numa das linhas originou um pequeno caos. E logo numa sexta.

quarta-feira, setembro 12, 2007

E de repente, na Kungsgata, um artista português




Quem andasse pela Kungsgata, uma das principais avenidas de Estocolmo, na semana passada, dava de caras com esta marca portuguesa que tem vindo a revolucionar um produto por norma considerado menor, o papel higiénico. A Renova, passe a publicidade, conseguiu criar uma marca que já é uma referência na área da comtemporaniedade urbana, do design, sendo, até, alvo de case study por algumas Uni. ianques. Já agora, o preço em rea (saldo) era de de 79 coroas suecas, cerca de 8 Euros... É assim que se conseguem ninchos de mercado. Pena, não existirem mais exemplos destes por aqui.

terça-feira, setembro 11, 2007

17.15 de 11 de Setembro de 2007






Esperando o metro azul na estação de Östermalmstorg, uma das principais estações do T-bana (metro) da capital sueca.
Dia de tristes recordações. Já lá vão 6 anos, dos atentados de 11 de Setembro às torres gémeas de Nova Iorque.
Dia, também, da visita do Presidente Lula à Suécia à cata de negócios e apoio polítco para o papel cada vez mais visível do Brasil na cena mundial. A Suécia, grande consumidora de etanol, energia "limpa", precisa do etanol brasileiro, maiores produtores mundiais, que o diga o desgraçado Amazonas invadido pela cana de açucar, para os seus carros "amigos do ambiente". Não é por acaso que as duas marcas suecas de automóveis, Volvo e Saab, apresentam modelos híbridos à base de etanol como um dos principais argumentos de venda dos seus caros brinquedos. O "Bio Power" da Saab é um exemplo, e os suecos necessitam de etanol a bom preço para manter as suas consciências tranquilas de "bons" cidadãos ambientalistas.

domingo, setembro 09, 2007

Navegando pelo Báltico


Skärgård, arquipélago de Estocolmo, vindo da ilha de Vaxholm em direcção a Estocolmo.