terça-feira, outubro 30, 2007

Miragem...


Requalificação do Largo 1º de Maio/Botaréu - mais do mesmo?

O que é isto? O que vamos ter? Mais do mesmo? Betão em cima de betão? Tudo indica que sim. Ainda não será desta que iremos ter em Águeda uma área de lazer sem betão. A famosa aproximação da cidade ao rio, continuará bloqueada no betão. Rio, margem, água, rima mesmo só com ... betão.


Quando teremos em Águeda, áreas de lazer normais onde componentes naturais - terra, relva, árvores, etc - sejam dominantes? Porque estamos condenados a desperdiçar áreas nobres da cidade com soluções arquitectónicas de elevado custo financeiro e baixo nível de qualidade?
Até quando?

quinta-feira, outubro 25, 2007

Só como S.Tomé





A candidatura à organização dos Jogos Olímpicos é algo que a Câmara Municipal de Lisboa não está a equacionar, afirmou o presidente do município lisboeta, António Costa, que terminou hoje uma vista de três dias à capital chinesa.
"A candidatura aos Jogos Olímpicos não é de todo em todo tema de reflexão", disse à Lusa António Costa, depois de ter visitado as infra-estruturas e equipamentos que Pequim está a construir para os Jogos Olímpicos do próximo ano. in PUBLICO 24.10.07


Os nossos governantes parece que só caem na real perante as evidências e a perspectiva da bancarrota. Imaginar a cidade de Lisboa a organizar uns Jogos Olímpicos, apesar de bonito, só seria possível em mentes delirantes... Com a observação da realidade que espera os próximos Jogos Olímpicos em Pequim, foi possível fincar os pés no solo e perceber a envergadura do evento. Ainda bem ...

quarta-feira, outubro 24, 2007

Lá bem no Norte


Há duas semanas em Luleå, na fronteira das estepes da Lapónia, a cerca de 150 km do círculo polar ártico. No Verão, ou antes, no período da luz, que são quatro meses, o sol não se põe. Nos restantes meses é a escuridão quase completa, que acompanha o dia a dia desta região pouco habitada que, pasme-se, também recebe chorudos fundos europeus (é aqui que se encontra um dos principais clusters aeroespaciais europeus, em Kiruna, sendo a única base em solo europeu comunitário com capacidade de lançamento de naves aeroespaciais). Realidade pouco conhecida, num país pouco sensível a essa coisa da Europa e nada interessado em propagandear os alguns beneficíos dessa realidade.

sexta-feira, outubro 19, 2007

Às vezes, no fim de uma semana de trabalho, apetece

fazer o que a menina do cartaz sugere, mudar de carreira. Pensando assim de repente, sei lá, por exemplo; ser avançado do grande FCP, reflectir sobre a Teoria Crítica de Adorno numa Universidade alemã, preferência Heidelberg (chatice, teria de aprender alemão), administrar o governo dos gémeos polacos (segundo a imprensa sueca, o primeiro desse país ainda vive com a mãe e, como bom menino católico, entrega-lhe o ordenado todos os meses), ou então, ter um café com um nome assim do género Pessoa, onde pudesse ler "O livro do desassossego" de Bernardo Soares em sueco (está traduzido), ao mesmo tempo que fazia torradas (como as do café Avenida em Águeda, que saudades) só para mim. Pronto, acabou a viagem, tenho que me concentrar novamente no paper que estava a preparar, estes anglicismos.

Carta Educativa de Águeda - e agora?






O presidente da Câmara Municipal de Águeda enviou hoje, dia 2 de Outubro, a Carta Educativa "reprovada" na Assembleia Municipal ao presidente desta instituição, o social-democrata Paulo Matos.
Foi enviada, segundo a epístola assinada por Gil Nadais, "afim de que possam introduzir todas as alterações que entendam, de forma a viabilizar a aprovação do documento!".
A carta educativa foi apreciada na AM da última quarta-feira e "chumbada" com 22 votos contra, todos se eleitos do PSD, mias um do CDS/PP. in Soberania Povo 2 Outubro/07

O presidente da Assembleia Municipal (AM), devolveu ao presidente da Câmara de Águeda (Gil Nadais) a Carta Educativa do Concelho de Águeda (CECA), dando conhecimento desta posição aos membros da AM.Chumbada na quarta sessão ordinária da AM, (26 de Setembro), Gil Nadais a remeteu a Carta Educativa a Paulo Matos, solicitando que os eleitos da AM “possam introduzir todas as alterações que entendam, de forma a viabilizar a aprovação do documento”.n DEVOLUÇÃO: Menos de uma semana depois de receber a proposta de reordenamento da rede escolar do concelho votada na AM, Paulo Matos devolveu-a ao presidente da edilidade, baseando-se na lei para considerar que “a sua elaboração é da competência da Câmara Municipal”.O presidente da AM entende que a carta de Gil Nadais “não configura nenhuma proposta, nem dela resulta que tenha sido objecto de discussão em executivo municipal” e lembra que a Carta Educativa “constitui um documento de planeamento complementar ao PDM” e que “compete à Câmara Municipal elaborar e submeter à aprovação da AM os planos necessários à realização das atribuições municipais”.n COMPETÊNCIAS: Paulo Matos entende, segundo disse a SP, que “a AM não tem competência legal para introduzir, por sua iniciativa, as alterações que entenda de forma a viabilizar a aprovação do documento, nem o presidente da Assembleia Municipal pode promover as acções que considere necessárias para consubstanciar as posições defendidas pelos membros da AM, sem que seja de novo submetida à AM uma proposta aprovada no executivo municipal”. n PARECERES: O líder da AM, ainda assim, solicitou pareceres jurídicos à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), prometendo, assim que os tenha, remetê-los a Gil Nadais. in Soberania do Povo 17 Outubro/07.




E agora? Como se avança? Como temos Carta Educativa de Águeda (CEA) em tempo útil?

Neste jogo de ping-pong político já todos estaremos a ver quem fica a perder. Águeda, as suas escolas, os seus alunos, o seu desenvolvimento. Num momento em que a maior parte dos municípios portugueses "fazem o trabalho de casa" nesta área de forma a obterem financiamento comunitário e nacional (ex: QREN e outros) para a requalificação das suas infra-estruturas educativas, em Águeda prevalece a chicana política. Num processo que já começou atrasado em Águeda, que não foi conduzido da forma mais brilhante, corremos agora o risco de cair num beco sem saída, numa disputa estéril acerca de competências e pareceres jurídicos. Entendemos que neste caso não há lugar a atitudes desta natureza. Na maioria dos municípios a Carta foi objecto de enorme consenso técnico e político. Só que tal, apenas foi alcançado com base em muito diálogo, debate e partilha de opiniões e posições entre actores sociais envolvidos. Nesta matéria a questão da definição de consensos é fundamental. E não passa por "pactos" ao nível dos partidos do centrão. Consensos que não se esgotam na luta politico-partidária, antes se aprofundam no suporte técnico de especialistas da área de Educação, nas opiniões dos eleitos locais como os autarcas das Juntas de Freguesia, os professores que conhecem e dominam a realidade local, os pais e encarregados de educação como parte directamente interessada e a comunidade em geral. Refira-se (mais uma vez) que a CEA não se reduz ao documento escrito produzido, mais importante é o consenso técnico, político e social que ela introduz na comunidade para a definição da rede escolar, numa lógica de desenvolvimento educativo. Haja juízo e bom senso de forma a que rapidamente Águeda esteja em condições de se candidatar ao QREN que aí vem. O tempo não espera por esta Águeda reminescente da Universidade de Ciências Políticas de Travassô...
PS - Será que a reduzidíssima participação no inquérito aqui no blog, indica o desinteresse geral? Os resultados foram enviados para o Laboratório Nacional de Tratamento de Dados para a adequada análise estatística ...

quinta-feira, outubro 18, 2007

O problema da estatística...

Pensava eu que ainda ia a tempo de participar na consulta ‘popular’ sobre a Carta Educativa de Águeda que teve lugar neste blogue, quando deparei com o anúncio de que a ‘enquete’ estava fechada. Tendo perdido a oportunidade de usufruir de mais um momento de democracia electrónica que as TICs nos propiciam, resta-me, como consolação, fazer uma análise dos resultados. Constato então que metade dos respondentes mostram-se favoráveis às propostas da Carta. Um quarto manifesta a sua oposição. Outro quarto fica-se pela indiferença (ou, como aconteceria no meu caso se tivesse tido oportunidade de votar, a opção teve a ver com a falta de informação sobre o assunto). Conclusão: não obstante a polémica que o documento tem suscitado, ele é apoiado por uma maioria muito significativa. Apesar da clareza desta conclusão, sinto que há qualquer coisa que não ‘bate bem’. Como o tempo escasseia, designadamente para usar coisas ‘esquisitas’ como ‘amostra’ e ‘significância’ estatísticas, fico-me por essa sensação do ‘não bater bem’, até porque ela é recorrente... é a sensação com que muitas vezes fico quando é feito uso de estatísticas nos meios de comunicação social.

PS: serve o presente PS para informar os leitores deste blogue que não é meu costume falar ‘abrasileirado’, como um certo cartoon publicado num jornal local poderá dar a entender.

terça-feira, outubro 16, 2007

Foi você que pediu um


Porto. Hoje, em Estocolmo, na prova anual do Vinho do Porto.

Entretanto, numa das vestugas cadeiras do metro de Estocolmo, alguém espera por


Godot

Blog Action Day


O ambiente como componente fundamental do nosso futuro colectivo, deve ser preocupação de todos. A percepção social que há 30 anos olhava para as questões ambientais como campo enviesado de militâncias políticas, teve de aceitar - com ou sem o filme do Al Gore - que as nossas decisões com implicações ambientais têm que mudar radicalmente. Falar da mobilidade urbana, discutir o desenho urbano, promover a bicicleta como veículo de transporte, discutir espaços verdes e políticas de arborização foram algumas das questões que aqui no Bloguejudeu indirectamente tocaram nas questões ambientais. Neste Dia de Acção pelo Ambiente, continuamos a pensar que em termos locais, muito há a fazer na caminhada para a melhoria da qualidade de vida ambiental e como contributo para um desenvolvimento sustentável.

sábado, outubro 13, 2007

Um problema técnico

Ao som do francês Jacques Higelin ouvido nessa babilónia musical que é a last.fm, leio as notícias acerca do caso PSP-Covilhã. Contra o que é habitual (e ainda bem) o relatório ultra-rápido do MAI, vem dizer que afinal o que se passou foi um problema técnico, um problema de procedimentos administrativos... Algo entre o género "Ó Manel a que horas é que vocês marcaram a manif? OK. Tudo bem" ou antes "Bom dia, daqui é o comando da PSP, necessito de preencher a ficha da manif contra o nosso primeiro, importa-se de me informar se vão levar cartazes? Quais são as palavras de ordem previstas?"... Se não fosse grave poderia ser cómico transformar uma questão de liberdade de opinião, reunião e manifestação, num problema técnico de procedimentos administrativos. Mas o que aconteceu na Covilhã, foi apenas uma sequência do que se tinha passado anteriormente em Guimarães e em Montemor-o-Velho. E aqui não precisámos de relatórios, porque as imagens da TV falam por si...
Talvez importasse perceber a origem destas ordens, para sinalizar os mandarins que querendo apresentar serviço e agradar ao chefe produzem tais práticas.
PS- Estas questões são independentes da simpatia pelas formas utilizadas pelo SPRC de se fazer ouvir, de se gostar mais ou menos de sindicatos mas nunca esquecendo o poema de Bertold Brecht.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Jornal esquecido




Alguém esqueceu-se do jornal na escada rolante.









Talvez estivesse com pressa de apanhar o metro para a praia (strand) de Farsta. Não lhe invejo a sorte, já que estavam 3 positivos.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Le Train Blue, ou a história do Stafan e da Monika



Há uns posts atrás, mencionei o meu amigo francês de costela húngara-italiana, o Stefan, e o seu restaurante "Le train blue". Pois, no passado sábado, o principal diário sueco, SVD (www.svd.se), mais de 500 mil leitores, trazia em destacada entrevista o Stafan e a sua berlinense esposa Monika, com grandes elogios à gastronomia aí servida. Nesse mesmo dia, à noite, o Stefan, a Monika e uns amigos suecos, estiveram em minha casa a desgustar uma chanfana, um dos ex-libris da nossa região e, que me perdoem os puristas do leitão, o prato que consegue reviver memórias. Infelizmente, por estar em falta, não acompanhei a chanfana com um Bairrada, tendo optado pelo bom vinho alentejano do Portugal Ramos, que é excelente, e cuja combinação veio a ser acertada. Para entrada, tinha feito uns pasteizinhos de bacalhau acompanhados de uma salada de feijão frade. Aqui, resolvi avançar para o Minho, para o verde. Um dos prazeres da vida é, como nós portugueses bem sabemos, o prazer da mesa e é, quanto a mim, a melhor forma de percepcionar as idiosincrasias dos povos, ou seja, a identidade de uma colectividade nacional, regional ou étnica. A ver pelo que (não) sobrou, desta vez podem estar descansados que a Pátria não ficou mal na fotografia. Suecos, mais estes, alemães e franceses, ficaram a descobrir os paladares de um povo que, nas entranhas de séculos, vem criando estórias da história e amassando aquilo que somos, amantes da boa mesa e de uma boa conversa.

sexta-feira, outubro 05, 2007

Não é todos os dias

Com a devida vénia a Nelson Leal e à Soberania do Povo 10/2007


Não é todos os dias que um membro deste blog tem honras de figura de cartoon nesse ilustre centenário semanário, cá do burgo. Boa CR, pode ser que com o cartoon o metro de superfície avance com a ajuda do QREN e vamos de kim para a UA ...

Leo Bassi incendeia Águeda


Tínhamos ouvido boas referências. Apreciações muito positivas. Alertas de que era um espectáculo imperdível. Mas, apesar de tudo na noite mágica de 3ª feira 2 de Outubro o Festival Gesto Orelhudo, presenciou, o espectáculo anti-espectáculo. Leo Bassi - http://www.leobassi.com/ - em palco e fora dele foi um provocador que estrutura um "one man show" com uma mestria sádica e provocatória perante o público que apenas pode ser encarada com as nossas gargalhadas e sorrisos. Leo Bassi, fala, dança, provoca, agride (restos de maçãs com pancadas de bastões de basebol sobre o público, bocados de melancia, água, ... mas principalmente as verbais). Durante cerca de duas horas Leo Bassi desenvolve um espectáculo que agarra o espectador, o provoca, o apaixona, o desilude para logo a seguir empolgar novamente. Verdadeiramente desconcertante e hilariante pela forma como constrói e descontrói o espectáculo. Que temos dificuldade em caracterizar, pois ele tanto integra o relato de histórias carregadas de humor, como acções de malabarismo, provocações e ameaças físicas junto do público, sessão de hipnose, piadas que se percebem terem sido criadas no momento, manipulação do público, ... No caso de 3ª feira o público foi desafiado a deixar a tenda no final e a acompanhar Leo Bassi para a rua, onde a provocação continuou com um banho público de Leo Bassi na fonte junto à estação dos CTT.

Leo Bassi como diz é um palhaço, é um provocador, mas é-o com total controlo da comunicação e da capacidade de nos fazer reflectir sobre a vida, nunca perdendo a oportunidade de o fazer através de uma boa gargalhada.

Obrigado Leo Bassi, por esta noite inesquecível para os 400/500 que encheram a tenda da D'Orfeu na Venda Nova. Para todos aqueles amigos que perderam esta oportunidade de ver Leo Bassi em palco, aqui fica uma pequena ideia do dito: http://www.youtube.com/watch?v=QhY3Ecbss-U&mode=related&search= ou em inglês um excerto de um show na Alemanha http://www.youtube.com/watch?v=1vqPzVdLIpI&mode=related&search=Leo%20Bassi%20Alicante%20Paraninfo%20La%20revelaci%C3%B3n.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Obras no solo enquanto circulo pelo subsolo de Estocolmo.



Karlaplan, como a vi hoje às 8 da manhã, vindo das profundezas do subsolo. Enquanto a menina pedala, quem sabe, para as aulas, as obras de "alindamento" da rotunda prosseguem. Coisa rara em Estocolmo, ver-se um pequeno estaleiro.




Karlaplan, hoje ao fim da tarde, já no subsolo. Segundo a legenda não de deve "lutar" mot dörren, ou seja, não de deve encostar à porta da carruagem. Este meu companheiro de viagem deve estar a conferir os últimos SMS antes de ir para casa, para a solidão de um tv dinner (microwave meal).

terça-feira, outubro 02, 2007

Ritualmente D'Orfeu



A vida cultural é feita de hábitos. E a D'Orfeu (http://www.dorfeu.com/) habituou anualmente Águeda a brindar à boa música e ao melhor humor. O Festival Gesto Orelhudo está aí, em toda a sua pujança de energia e singularidade. Após a abertura espectacular com a The First Vienna Vegetable Orchestra (com o S.Pedro cheio como nunca visto), os holandeses Slampanpers puseram toda a gente a rir na noite de 2ª feira, à excepção da cena não prevista da queda da laranjeira. Também imperdíveis foram os catalães Trukitek, com humor a três dimensões, baseada numa excelência cénica e narrativa de morrer a rir. Até agora registe-se a enorme afluência de público, com constantes casas cheias. O Festival Gesto Orelhudo é a prova de que quando a regularidade dos eventos culturais persiste acompanhada da constância da qualidade e singularidade ... não há povo que resista.