quarta-feira, novembro 28, 2007

A mensagem e o mensageiro

Nos últimos tempos têm surgido várias notícias sobre denúncias feitas por titulares de cargos públicos. Nas três mais recentes, o Provedor de Justiça disse que há abuso de autoridade na nossa máquina fiscal, o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais disse que há (grandes) empresas que não cumprem com as suas obrigações fiscais e o Inspector Geral da Administração Interna disse que há incompetência e abusos nas polícias (que o Carlos R. tratou no post anterior – cowboyadas).
Nenhuma destas notícias é novidade para nós, todos sabemos que é assim. O que não sabemos exactamente é a dimensão do problema.
Mas qual foi a reacção geral dos fazedores de opinião e dos políticos (da oposição, claro)?
No primeiro caso aplaudiram a coragem e a seriedade do Provedor de Justiça.
Nos outros dois casos, não faltaram os ataques à honestidade, inteligência e competência dos denunciadores. Levianos foi o menor mimo que receberam.
Esta diferença de atitude dá para perceber?
Porque é que umas verdades são mais inconvenientes que outras?
Será que há pessoas que perdem o direito de dizer certas verdades?
Por que é que, em certos casos, há esta tendência para se matar o mensageiro? Porque não se gosta da mensagem?
A mim, o que me preocupa, é que estas pessoas tenham sentido a necessidade de fazer as denúncias!...
Será que nos estão a pedir ajuda?

sábado, novembro 24, 2007

Cowboyadas...

"Há incompetência a mais na polícia". "Há por aí muita 'cowboyada' de filme americano na mentalidade de alguns polícias". Estas são duas das muitas e muito graves afirmações reproduzidas na última edicação do Expresso (tema de capa). Pelo 'estilo' podem parecer 'bocas' típicas de um qualquer programa televiso tipo 'Noite da Má Língua'. Porém, quem as produziu foi nem mais nem menos que o Inspector-Geral da Administração Interna (IGAI)!!!
Mas sabem o que me preocupa mais? A reacção do Ministro da tutela (o MAI), que, num telejornal, disse basicamente que está tudo bem e as situações anormais (as tais 'cowboyadas') são excepções. Partindo do princípio de que o IGAI é uma das principais, senão a principal, fonte de informação do MAI sobre aquilo que se passa no dia a dia das nossas forças de segurança, há algo aqui que não bate certo... O IGAI diz ao MAI que há 'cowboyadas' e para o MAI está tudo bem (salvo as excepções)?
Das duas uma: ou o MAI não ouve ou não confia no IGAI, ou então estamos na presença de mais um sinal de que anda por aí uma espécie de pandemia do 'está tudo bem e recomenda-se' que está a alastrar-se nas esferas governativas. Crescimento económico? ...'está tudo bem e recomenda-se' . Desemprego?...'está tudo bem e recomenda-se' . Universidades sem dinheiro para funcionar? ...'está tudo bem e recomenda-se'. O Ministério da Educação 'strikes again'? ...'está tudo bem e recomenda-se'. Há por aí alguma vacina?

quinta-feira, novembro 22, 2007

Rio Águeda espelhado


Scolari ao seu melhor nível

Não discutindo a forma como aconteceu o apuramento, não questionando a qualidade de jogo praticado, não pondo em causa a regularidade das exibições e resultados da selecção portuguesa, até quando temos de aturar "broncos" destes a lançar atoardas e sem posturas profissionais. Depois da "difesa do minino cigano" temos a cena II do "treinador ofendido" com as perguntas dos jornalistas na conferência de imprensa. A ver e apreciar em:
Alguém que explique a este senhor que está na Europa, a treinar uma selecção nacional e a ser pago principescamente para tal. Tudo para exigir comportamentos de profissional. Porque temos nós de aturar e pagar para aturar isto ???!!!

sexta-feira, novembro 16, 2007

Portugal Amordaçado ?

A redacção da RTP está em polvorosa. Depois dos recentes desenvolvimentos no caso do pivô José Rodrigues dos Santos - que, segundo fontes próximas do processo, vai ser despedido -, os jornalistas da estação sentem que está em causa a sua liberdade de expressão. Segundo fonte da redacção, a percepção dos repórteres é que se trata de uma lógica de perseguição por parte da Administração. Motivo pelo qual está marcada, para hoje, uma reunião geral em que estarão presentes todos os jornalistas, o Conselho de Redacção e os membros da Direcção de Informação. in Diário de Notícias 16.11.07
O que é isto? O que representa? Porque começa a ser padrão? Para onde caminhamos?
Se com Rodrigues dos Santos e na RTP, se passa isto, como será com o anónimo cidadão no recôndito local de trabalho? Alguém sonhava com "coisas destas" depois do 25 de Abril? Se fosse o desgoverno do "Trapalhadas I" que barulho e mobilização não haveria na nossa comunicação social!!! Mas neste desgoverno do "Trapalhadas II" as agências fazem o trabalho de casa e não se passa nada. Os danos limitam-se a uma breve e escondida notícia num qualquer canto de um jornal.
Um país não é um país, com a vida, os problemas e os desafios dos seus cidadãos no seu quotidiano. Mas antes a imagem que todos os dias se consegue transmitir dele. Um país de faz de conta. Até quando?
A liberdade ainda estará a passar por aqui, como cantava o Sérgio Godinho?
Quietinhos e caladinhos...

quarta-feira, novembro 14, 2007

Dívidas dos municípios excessivas?

Segundo o Diário Digital, citando valores de uma lista de incumpridores elaborada pela DGAL, "Lisboa (PS) e Vila Nova de Gaia (PSD) mantêm-se no topo da lista em termos de valores absolutos, com cerca de 10 milhões de euros e 11,9 milhões, respectivamente, de endividamento em excesso".

Ainda há dias as notícias, mais ou menos confirmadas pela própria Câmara, indicavam que o endividamento total da Câmara de Lisboa era da ordem dos 1.400 milhões de euros.

Agora, segundo o Ministério das Finanças, só 10 milhões é que são em excesso.

Só?!... Tanto?!... É para rir?!...

Das outras Câmaras não tenho informação sobre os valores totais do endividamento. Mas, pela amostra, presume-se que o panorama seja semelhante.

Ainda assim, há Câmaras que se preparam para contestar estes valores de endividamento excessivo e as consequentes penalizações.

Estão todos a brincar com a gente, não estão?

sábado, novembro 10, 2007

A nossa memória - "O Srº Arquitecto"

Através da sua última obra artística, Águeda evoca, mais uma vez, um dos seus. O Arqº Rocha Carneiro foi para nós, nos últimos anos em que tivemos o privilégio de com ele conviver, uma verdadeira lição de vida, na forma de estar e de gostar de Águeda. É fundamental lembrar e divulgar pessoas e obras que constituem a nossa memória colectiva como comunidade. Não será possível falar de Águeda e das suas colectividades e iniciativas nas últimas dezenas de anos, sem lembrar o Arquitecto Rocha Carneiro. O "Srº Arquitecto" pela sua multipla vivência de Águeda, desde o Recreio até à Anata, foi um cidadão exemplar. Vale a pena rever as belas peças pintadas à mão - com todo o "azul inconfundível do Outeiro" - e que evocam os descobrimentos portugueses, principalmente para nós que "ouvimos nascer" algumas das peças, vimos desenhos em papel vegetal e lemos alguns dos textos poéticos sobre os descobrimentos e seus actores, pintados nas peças e azulejos.

sexta-feira, novembro 09, 2007

O Pidac esse malandro ...

O PIDAC parece que mais uma vez foi madrasta para Águeda, não satisfazendo velhas aspirações badaladas ciclicamente de 4 em 4 anos como miragens a venerar. O PS para aqui, o PSD para ali, todos falam e gesticulam e os comboios continuam a passar... Águeda é o país, o país é Águeda, Leitão para aqui e para ali Leitão e novas do PIDAC não há.
Assim, o projecto da rede municipal de piscinas para todo o território concelhio terá de ficar para nova oportunidade. Também a estudada e explorada aposta no turismo activo através da delimitação de percursos pedestres, de btt e de canoa nos nossos rios, tão carentes das respectivas infra-estruturas de suporte ficarão para depois. A aposta na transformação da zona envolvente do Rio Alfusqueiro na freguesia do Préstimo, para depois ficará. O projecto quase integrado numa rede internacional, do Parque de Campismo da Redonda, ficará para segundas núpcias. A requalificação urgente do campo de futebol junto ao Estádio Municipal, também só daqui a algum tempo. A transformação do Aeródromo do Casarão em Aeroporto Regional para responder às necessidades turísticas e empresariais, ficará para segundas núpcias. A possibilidade do Pavilhão de Exposições da AIA sofrer beneficiações e com isso integrar a rede europeia de feiras e exposições de várias áreas económicas, está a perder-se. A intenção de transformar o Centro de Canoagem num centro de estágio que aglutine a actividade desportiva da canoagem regional.
Concluindo ... o PIDAC é um malandro...

quinta-feira, novembro 01, 2007

BUTE - porque não em Águeda?

O projecto BUTE (bicicleta de utilização estudantil) estruturado na disponibilização de 2000 bicicletas pela Universidade do Minho à sua comunidade é uma iniciativa de louvar. Não só pela promoção de actividade física nos seus utilizadores, mas pelo potencial de iniciativa e exemplo que associa ao desenvolver pequenas práticas de forte impacto na vida da comunidade. Contribuir para não utilizar o automóvel é preciso. Projectos apoiados institucionalmente como este são fundamentais para ultrapassar mentalidades menos abertas à integração das bicicletas no nosso quotidiano. As alterações de estilos de vida pelos cidadãos não são exclusivamente decisões de iniciativa individual, mas antes influência de vários contextos. Ficamos contentes por Águeda também estar ligada a este projecto através da empresa Ideia Biba de Zé Nuno Amaro.

Para quando Águeda ressuscita as bikes na cidade e fora dela?