quinta-feira, janeiro 31, 2008

Sócrates e a coerência remodelativa

O nosso PM remodelou ontem o seu (des)governo. Mandou descansar dois ministros, contestados de múltiplas formas. Por abaixo-assinados e agentes culturais como a Ministra da Cultura ou por manifestações populares de cariz local e regional e ordens profissionais, como o Ministro da Saúde. Entretanto fomos ouvindo de que a nova Ministra da Saúde´"é médica", "tem um conhecimento intuitivo da realidade hospitalar, das urgências e centros de saúde" e "é uma pessoa com sensibilidade". Para qualquer observador trata-se do oposto do perfil e prática política do ex-ministro. Aqui chegados, ao nosso PM exige-se coerência, até porque o homem ontem na AR confessou, de que "era sensível aos protestos" - parece estar a perder qualidades - e assim sendo só lhe resta carimbar a guia de marcha para a Ministra da Educação e sua equipa. A avaliar pelo que se passou com o ex-Ministro da Saúde, na Educação já se passou igualmente de tudo. Medidas e decisões de gabinete, contestação por associações profissionais, abaixo-assinados a correr, manifestações populares de rua, opinion makers creditados na área a crucificarem muitas das políticas desenvolvidas. Portanto, pelo menos uma vez na vida, ao nosso PM exige-se coerência remodelativa para trazer à Educação bom senso e paz para uma escola pública melhor. E que a escolha do substituto seja alguém com o perfil de "ser professor", "conhecimento intuitivo da realidade das escolas básicas e secundárias" e que "seja sensível". Com este perfil e assim mesmo à mão só vejo o meu premiado colega matemático Arsélio...

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Tarde demais...

Na última edição do Expresso o então ainda Ministro da Saúde, cheio de vitalidade, dizia que finalmente os portugueses começavam a entender a sua política de saúde. No mesmo dia em que aquela edição do Expresso saía, tive a minha inflamação anual de garganta. A procura da receita do antibiótico que geralmente abrevia a cura começou elo Centro de Saúde de Águeda. O médico de serviço, apesar de não ter ninguém para atender, já tinha atingido o número máximo de utentes que podem ser atendidos ao Sábado, número que um qualquer regulamento vindo de Lisboa especifica. Fui às urgências do Hospital de Águeda. Cheguei às 11.45, fui atendido às 17.50, ou seja, cerca de seis horas depois. Gargantas inflamadas, otites, dores de barriga, ambulâncias a chegar com AVCs, politraumatizados, etc., um quadro caótico que nos coloca a nós, o país do plano tecnológico, num patamar de desenvolvimento que deixa muito a desejar. Primeiro, é ridículo uma curriqueira infecção na garganta ser tratada como um 'episódio de urgência', como aparece no recibo (já agora paguei cerca de 9 euros). Segundo, é ridículo esperar seis horas pela prestação de um serviço público. Mas nem tudo foi mau. De facto, esta visita às urgências foi decisiva para entender a política do Correia de Campos, ou melhor dizendo, do governo que ele integrava. Como? Enquanto esperava, percebi que havia dois tipos de utentes: Uns, resignados, decerto habituados a uma vida cheia de injustiça e vazia de qualidade, esperavam em silêncio. Outros, prostestavam com força: "Isto é uma vergonha". A pergunta que recorrentemente se seguia ao "isto é uma vergonha" fez-me finalmente perceber a política governamental e o amor do governo pelo SNS. A pergunta era: "Alguém sabe se a CLIRIA está aberta?". Os portugueses como eu finalmente perceberam que o objectivo é o de reservar o SNS para os resignados e os injustiçados, vulgo os mais idosos e mais pobres, e convencer os que podem pagar, com maior ou menor esforço, a utilizar os cuidados de saúde prestados pelo sector privado.
Para o Correia de Campos foi tarde demais... vem aí uma 'amiga' do Manuel Alegre, que tem vindo a mostrar uma 'comichão' crescente por fazer parte de um partido que apoia um governo cujas políticas criam grandes dificuldades à oposição de direita para simplesmente se 'opôr', pois essa oposição, se estivesse no 'poleiro', dificilmente conseguiria fazer diferente (talvez a privatização total do governo, tipo Governo S.A. ou SGPS, constituisse factor de diferenciação). Vamos esperar para ver. Já agora uma última questão: quem acredita que o Correia de Campos, tão entusiasmado que estava para enfrentar o parlamento e expressar mais uma vez o seu amor pelo SNS e até para trabalhar em conjunto com bombeiros, jornalistas, utentes, etc., se demitiu?

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Águeda e a Universidade de Aveiro

A Câmara Municipal de Águeda celebrou um protocolo com a Universidade do Porto, tendo como objectivo principal contribuir para a formação qualificada dos jovens do Concelho, que frequentem durante o presente ano lectivo o ensino básico (2.º e 3.º ciclos) e secundário, através da UNIVERSIDADE JÚNIOR.
Assim se cimentam os laços institucionais entre Águeda e a Universidade de Aveiro, visando o futuro ...

domingo, janeiro 20, 2008

Águeda cinéfila


Ontem á noite, fui ao cinema ao S.Pedro com a minha filha mais nova, ver um filme - "Encantada" - da Walt Disney. Decisão tomada, consulta de horários e meia hora antes, penetrámos no frio da noite, bem protegidos. Abrimos a bilheteira e comprámos dois bilhetes, sem ver ninguém por perto. Tínhamos vindo cedo demais ... Á hora publicitada, corrida para os lugares, pelo hall e escadas vazias do S.Pedro. Espantados de espanto, éramos os únicos espectadores do balcão. Resumindo, ontem o S.Pedro, para ver uma das últimas produções cinematográficas da Walt Disney - http://disney.go.com/disneypictures/enchanted/ - teve a presença de ... 6 pessoas!!!
Fantástico. Águeda é assim. Vamos ao cinema ao Porto, a Aveiro, a Coimbra ...mesmo que os filmes que vamos ver estejam ...em Águeda. 6 pessoas para ver um filme de 2007 ainda em cartaz nesses "comedouros de pipocas" a que hoje se dá o nome de cinemas, é obra numa urbe com dezenas de milhares de pessoas. Para um filme em cartaz apenas dois dias (sexta e sábado) não haverá gestão que resista, mesmo neste caso, em que a programação de filmes para públicos infantis é mais rara. É pena...

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Que Águeda 9 anos após?

O texto que abaixo se transcreve foi publicado no ano de 1999 no semanário Região de Águeda, como depoimento pessoal. Como o "tinha perdido" entre PC e ficheiros word, lanço-o agora na blogosfera. Colocando algumas questões. Como estamos, passados 9 anos? Que actualidade mantêm as questões ali abordadas? Que respostas foram desenvolvidas?
ÁGUEDA - o direito à memória e a “betonização” da cidade

A memória de uma comunidade não se encontra apenas nos seus registos escritos, documentos ou memórias orais. As suas características são também resultado construído de percursos de vida partilhados e vividos num certo espaço e tempo. Em que a sua cultura não se traduz apenas pelo seu nível de formação, mas antes pela sua identidade e reconhecimento de uma maneira de ser própria. Uma forma de ser que se constrói ao longo do tempo. Que não surge do nada, antes traduz uma relação entre pessoas num espaço e num tempo. É talvez por isso, que a memória colectiva tem profundos alicerces na nossa infância, arrasta muita da nossa espacialidade dos lugares, ruas e edifícios. Não existe memória dos espaços que não se alicerce na percepção grande e ampla que a partir da nossa infância nos ajuda a criar um laço, uma ligação com os metros, os cantos, as árvores, as esquinas, as ruas, os lugares a que sem por vezes sabermos explicar, nos sentimos ligados.
O Adro da Igreja de Águeda parece hoje bem maior do que na minha infância, mas perdeu todo a sua força e esplendor pelo facto de o terem transformado num mero parque de estacionamento. A beleza do nosso Rio Águeda, o prazer do contacto com o meio aquático, a descoberta das primeiras braçadas, são indissociáveis da percepção de um caudal de rio limpo e despoluído. Onde dê prazer não só olhar, mas mergulhar e sentir a frescura das suas águas. A Venda Nova como um núcleo urbano característico traduz uma forma própria de viver e fruir os espaços, que perdeu todo o seu carácter (onde pára o chafariz ?).
Todos os espaços são espaços de referência pela sua utilização, fruição e recordações associadas por cada um de nós. O papel da memória dos espaços não se reduz a uma questão estética. Muito menos a uma visão de mera preservação arquitetónica das fachadas, dos edifícios e/ou espaços. Os espaços constituem-se como referências fundamentais do nosso viver, do nosso sentir dos lugares. Não há memória possível sem referências espaciais que nos façam retornar ao significado de cada espaço na memória individual e colectiva.
A identidade colectiva também está nos espaços que constituem as referências principais na vida de uma comunidade, que a fazem relembrar factos e feitos. Há hoje uma clara sensação de perda em Águeda, relativamente à questão urbana e patrimonial. Parecem não existir preocupações centradas num espírito de preservação do que possa constituir-se como referência do passado. O crescimento urbano da cidade está a ser feita à custa da sua memória de espaços, edificações e referências. Ao mesmo tempo que a cidade parece estar condenada a estruturar-se urbanamente como um aglomerado de fortificações, em que o seu crescimento é invariavelmente na direcção do seu “umbigo”. Numa lógica como esta de ausência de “rasgar” da cidade, é inevitável que centrando o seu crescimento continuadamente na mesma zona, em torno dos mesmos eixos urbanos, o caminho é o do incremento da sua betonização acelerada. Mas, perguntarão alguns. Que mal tem isso ? Edifícios em altura não são sinónimo de uma grande urbe ? A massificação urbana não traduz a presença de pessoas e movimento ? Uma cidade em crescimento não se reflecte no seu ritmo de edificação ? Assim poderia ser se em complementaridade pudéssemos observar outras áreas de crescimento e desenvolvimento. Se fosse possível constatar perspectivas para onde a cidade crescesse. Se alternativas houvesse de descentrar a cidade, não só a partir das vias públicas, mas também da localização de equipamentos sociais ; diferentes instituições públicas ; acessibilidades e circulação automóvel ; novas zonas verdes ; de espaços de encontro e convívio social ; de áreas pedonais com vida própria ; de espaços de jogo para as crianças e jovens ; de parques de jogo aventura para as crianças ; zonas de estacionamento automóvel. Águeda não pode continuar a crescer em termos urbanos na direcção da Praça do Município e da Avenida Dr. Eugénio Ribeiro, sob pena de perder oportunidades de expansão que a equilibrem e a transformem numa média cidade atraente e capaz de proporcionar qualidade de vida e bem estar aos seus cidadãos. Estas preocupações penso que devem ser de todos : decisores políticos, técnicos, empreendedores, cidadãos, sob pena de hipotecarmos possibilidades de qualificação da cidade com que todos temos a ganhar. É uma questão que diz respeito a todos, porque todos vamos viver nesta cidade, é esta cidade que vamos legar às próximas gerações, mas principalmente porque as decisões ao nível do urbanismo são quase eternas e de difícil rectificação quando os erros são observados.
Quanto ao caso Quinta da Paulicêa não sei, não tenho dados suficientes, não me sinto capaz de emitir um juízo de valor fundamentado sobre a questão. Mas sinto e tenho a profunda crença de que mais importante que essa questão é toda a política de desqualificação e descaracterização da cidade a que todos assistimos, ao longo dos anos. Uma cidade que não preserva a sua memória é potencialmente uma cidade sem futuro. Como cidadão interessado e preocupado, quero crer que Águeda tem futuro como cidade. Saibamos nós, tirar partido, por exemplo da excelente caracterização realizada pela equipa do Plano Estratégico do Concelho de Águeda e reflectir sobre as propostas já apresentadas. Que são propostas para a qualificação da cidade, especificamente as que constam dos capítulos II – Uma cidade atractiva como factor de dinamização do concelho -, V – Valorizar o património natural, cultural e histórico- que traduzindo opiniões recolhidas apontam de uma forma estruturada muito do potencial de desenvolvimento urbano de Águeda. Esperamos que muito daquilo que a referida Equipa propõe, não fique na gaveta, não seja esquecido. É possível crescer e desenvolver sem destruir as memórias espaciais que são referências fundamentais de Águeda. O passado de Águeda merece-o. O futuro de Águeda, agradece reconhecidamente.

Águeda
Novembro/99
Rui Neves

Animação na Alta Vila

O Parque da Alta Vila parece ir animar. Um projecto - http://aparqa.wikidot.com/ - pensado em função daquele espaço, pretende atrair crianças, adultos e gerontes através de práticas de animação artística. Tudo que sejam contributos para a valorização daquele parque e a sua desocultação, tem de ser apoiado e incentivado. Águeda tem de fazer por merecer aquele parque. O trabalho diário de jardineiras e jardineiros tem de ser completado pelas possibilidades de multivivências do Parque da Alta Vila.
A ver vamos...

terça-feira, janeiro 08, 2008

O 'jingle' matinal...

Há aquelas manhãs em que se sai de casa com uma melodia qualquer na cabeça, sendo quase impossível deixarmos de a 'ouvir'! A minha preferida é o 'jingle' da Volta a Portugal em Bicicleta...
Hoje de manhã saí de casa não com o som das bicicletas de corrida, mas com as palavras de "Uma Campanha Alegre", uma das célebres contribuições do Eça para as Farpas (se calhar foi por causa de ter estado a assistir ao 'Prós e Contras' da RTP até às 2.30 horas). Se, para bem da colectividade, imagino, o 'jingle' da Volta pode ficar só para mim, o mesmo não se passa com o 'jingle' do Eça 'orquestrado' em 1872 (uma pergunta ingénua: manterá alguma actualidade?). Aqui fica o Cap. XIII (Vol. 2), obtido em "http://pt.wikisource.org/wiki/Uma_Campanha_Alegre/II/XIII":
"Os grandes factos políticos do mês foram as reformas da Carta (plural melancólico!):
A reforma da instrução pública:
A reforma da administração:
A reforma das comarcas...
Estas formidáveis iniciativas parece que deviam ser acompanhadas pelas Farpas com comentários condignos.
Mas, para quê? Todas estas imensas reformas, lançadas triunfantemente a grande ruído de tambor e retórica, durarão, como a rosa de Malherbes - o espaço de uma manhã! Que necessidade há pois de encaixilhar na nossa crítica uma folha que vai secar? Para que entremear de notas o fumo efémero de um cachimbo? para que erguer pedestal à estátua de neve que em breve se derreterá?
Reforma da administração, reforma da instrução, reforma da Carta, reforma da judicatura! Parece que é toda uma regeneração do País! Pois são apenas folhas de papel que palpitam um momento ao vento da contradição, e que daqui a pouco cairão miseravelmente e para sempre, a um canto escuro das repartições. Uma luva cor de palha serve para entrar num baile, apertar finas cintas na valsa, anediar o bigode ovante- e eis que ao outro dia vai no cisco, enodoada e perdida, ser o lixo da esquina! Assim as reformas políticas servem um ou dois meses para um ministério fingir que administra, iludir a Nação ingénua, imitar a iniciativa fecunda dos reformadores "lá de fora", aparentar zelo pelo bem da Pátria, justificar a sua permanência no "poder", fornecer alimento à oratória constitucional: e depois tendo feito o seu serviço, eis que as reformas vão, como todos os papéis velhos e inúteis, ser desfeitos e enrodilhados sob as vassouras justiceiras dos srs. varredores públicos!
As reformas dos srs. ministros são como as fardas dos srs. ministros. As fardas servem para ir ao paço, às galas, ao beija-mão. São o distintivo oficial e bordado dos que governam. Enquanto se tem correio, são escovadas, lavadas com chá, enrodilhadas em papel de seda, estendidas em lençóis de linho, cercadas da atenção zelosa da criada e do pasmo do aguadeiro. Quando o sr. ministro é despedido, a farda é vendida, reduzida a jaqueta de toureiro para se aproveitarem os bordados, dependurada no prego miserável de uma loja de adelo; e depois de ter chegado às costas suadas de um máscara do Casino ou de um comparsa do Salitre, perde-se enfim, miserável e amarfanhada, na dispersão melancólica dos trapos inúteis! Assim as reformas. Com elas o ministro governa, ilude, caracola sobre a eloquência de aluguer, e despacha: e no fim, quando S. Exª é empurrado de novo para a vida particular, as pobres reformas, com que ele tanto se empertigou e tanto se assoalhou, vão, esquecidas e inúteis, jazer na confusão amarelada dos arquivos estéreis! As reformas em Portugal são um adorno externo de ministério - como o correio, e os bordados da gola!
Todo o ministério que entra - deita reforma e cupé. O ministro cai - o cupé recolhe à cocheira e a reforma à gaveta.
Senão vejam:
Reformas Fontes: inúteis.
Reformas Reformistas: inúteis.
Reformas Braamcamp: inúteis.
Reformas Saldanha: inúteis.
Os grandes factos políticos do mês foram as reformas da Carta (plural melancólico!):
Reformas Ávila: inúteis.
Reformas Bispo: inúteis.
Reformas Regeneradoras: inúteis.
Cada ministro tem o dever tradicional de apresentar, como uma justificação da sua nomeação - uma reforma. Os jornais falam dela um momento, a oposição arranja representações na província contra ela, as comissões metem os pés nos capachos e discursam sobre ela... Mas o ministério, por uma intriga, por uma bambocha, ou por um enredo, cai: e a reforma segue-o na sua saída e logo se some como um sulco atrás da quilha!
Quantas reformas de administração, de instrução, de finanças, não tem o País visto aparecerem no horizonte parlamentar, como sombras que vão chegar à vida, e logo esvaírem-se sem terem provado da vida mais que a doçura de um reclamo nas gazetas subsidiadas!
Tem havido, nos últimos três anos, seis reformas de administração - todas irrealizadas, todas mortas ainda de mama! - E depois destas seis tentativas de reformas, o ministro do reino actual confessa que a administração é um caos vergonhoso - e o chefe da oposição actual brada que a administração é um vergonhoso caos!
Haveria um livro a fazer, intitulado: Da fisiologia das reformas em Portugal. Há pelo menos esta definição a dar: - A reforma é uma formalidade que tem a preencher perante o País todo o ministro - menos essencial que o cupé de aluguer, mais necessária que a farda de empréstimo!
Pedimos portanto, urgentemente, que o ministério seja dispensado dessa formalidade!
Que ele tenha cupé de aluguer - bem! Pede-o a civilização, a honra do País, a comodidade dos seus calos oficiais, e os srs. correios que querem trotar!
Que ele tenha farda - melhor! Pede-o a Carta, a corte, e a necessidade de evitar que SS. Ex.as se apresentem a el-Rei de quinzena e gabão.
Mas para que se há-de exigir a um português, ainda que ministro, que reforme?
Quem lucra com isso? Ele não - que não pode alugar essa formalidade na companhia lisbonense de carruagens, nem pedi-la emprestada ao adelo da esquina. O País também não - como sabem.
Para que se há-de exigir pois esse trabalho de inteligência, esse esforço de saber, a um pobre e débil lusitano?
Não, não, não! Que os srs. ministros, em nome da dignidade pública, sejam eximidos a essa formalidade ridícula, anacrónica, caturra - de reformar a Pátria.
Antes se tome este alvitre:
Nas suas carruagens de aluguer os srs. ministros trazem apenas na almofada o cocheiro. Pois em vez de se lhe exigir uma reforma mais sobre qualquer instituição- exija-se-lhe um criado mais sobre a almofada.
Nas insígnias ministeriais, nos símbolos do poder, seja a reforma do País substituída - pelo aparato do trintanário! E o desgraçado Portugal lucrará!"

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Águeda no seu pior...

Na residência oficial do primeiro-ministro, em S. Bento, José Sócrates recebeu do Grupo Típico Cancioneiro de Águeda os votos de feliz Ano Novo, e ofertas como um leitão assado, espumante e doces tradicionais. (in JN 7.1.08)
A política de Águeda teve tempos quentes em que era conhecida pelo leitão. Parece que retornámos a esses tempos da bajulação bacoca e provinciana, meramente em nome de interesses pessoais e de alguns. Cantar as janeiras ao nosso PM, como aguedense, é motivo não de orgulho, mas de vergonha.

sábado, janeiro 05, 2008

Um país - dois discursos

O país já começa a estar habituado. O discurso cor de rosa e triunfante do nosso PM na quadra natalícia, dizia que estamos no bom caminho. Que o barco finalmente estava equilibrado. Ainda o país que pensa estava a digerir e a desenhar "cenários" com a mensagem do nosso PM, eis que numa de boas vindas ao ano de 2008, o nosso PR chega e estraga tudo. Que estava preocupado, que havia uns tipos a ganhar balúrdios, que coisa e tal, que era uma pouca vergonha. Que na saúde tinha algumas dúvidas, resultados esperados, expectativas para ali e acolá. O nosso PR, num plano televisivo muito próximo tipo "olhos nos olhos" deixa-nos a pensar. Afinal os dois maiores responsáveis do país olham para a realidade com óculos, não diferentes, mas bastante diferentes. Então mas o nosso PM e o nosso PR não tomam chá todas as quintas-feiras? O nosso PR não acompanha este afã governativo do nosso PM?

Assim, o país descrente, deprimido e sem conseguir ver futuro no horizonte, fica mais confuso e desorientado.

Trilho do Vouga

O BTT tem destas coisas. Descobrir trilhos situados longe de nós, mas próximos da verdadeira natureza verde, como convém. Ter acesso e fruir (ainda que em andamento ...) a beleza da paisagem, do momento, dos cheiros, das cores.



terça-feira, janeiro 01, 2008

2008 - imperiosamente imperdível


2008 nasce sobre o manto de bons espectáculos em Águeda. Fruto da parceria entre a D'Orfeu(http://www.dorfeu.com/) e a Câmara Municipal de Águeda (http://www.cm-agueda.pt/PageGen.aspx) irão passar pelos palcos de Águeda: Os Gaiteiros de Lisboa (http://www.gaiteirosdelisboa.com/), Leo Bassi (proibido perder!!! -http://www.leobassi.com/), Camané (http://www.camane.em.pt/), Trilokgurtu (http://www.trilokgurtu.net/), A Naifa (http://www.anaifa.com/) e a peça de teatro "Os Melhores Sketches dos Monty Python".
Com uma lógica assente na regularidade e fomento de hábitos de fruição cultural, esta programação diversificada promete ser uma boa aposta, colocando as sextas culturais 2008 (http://www.dorfeu.com/eventos/co_producoes/sextas_culturais_ctsp/main.htm) nas nossas agendas.

Imperativamente ... imperioso

Torna-se imperativo que o Concelho tenha um Centro de Artes e Espectáculos que dê resposta às diferentes produções que são realizadas por pessoas de Águeda, ou aos espectáculos que nos visitam. Com este imperativo é imperioso que comece a ser erigido um equipamento que dê resposta com qualidade às necessidades actuais e futuras do Concelho nesta área. (in Plano de Actividades 2008 da CM Águeda).


Será que a prioridade das prioridades em Águeda, é um Centro de Artes e Espectáculos? Será que a vida cultural do concelho se enriquece por via de umas quantas paredes? É imperioso um CCB local? Para que servirá o Cine-Teatro S.Pedro? E o Cefas? E o auditório da Caixa de Crédito? E o auditório do Centro Comunitário de Recardães? E o auditório da nova Biblioteca Municipal? E...? Temos esperança que tal desiderato, não se integre no campeonato das placas inaugurativas ou num forte contributo local para o enorme cemitério de elefantes brancos da responsabilidade de muitas das autarquias locais em Portugal. Elefantes brancos que para além do seu custo elevado, estão associados a custos de manutenção e relações desequilibradas de custo/benefício. Os desafios do presente são promover e apoiar a produção cultural e desportiva, por via da participação e vinculação. Olhemos para os excelentes e fabulosos estádios de futebol construídos a propósito do Euro2006 e que hoje se encontram faustosamente vazios...