quarta-feira, março 26, 2008

Os deuses devem estar loucos ...

O presidente da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), António Nunes, vai cobrar, a partir de hoje, cem euros por hora para participar em seminários, sessões de esclarecimento e intervenções realizadas em entidades públicas ou privadas. Além dos dirigentes de nível intermédio, também a presença de técnicos da ASAE nestas iniciativas será paga. Estas são apenas algumas das taxas de serviço que aquela entidade passará a cobrar, segundo uma portaria publicada ontem em Diário da República. in Correio da Manhã 26.3.08
Que comentários pode merecer esta notícia? Um organismo público de defesa da segurança na comunidade, financiado pelo orçamento geral do estado, pode/deve pautar-se por atitudes destas? Não está nas suas funções sociais divulgar legislação, normas e procedimentos com um carácter formativo e preventivo? Não lhe compete ser uma voz autorizada e qualificada ao nível do debate público destas questões por parte da sociedade civil? Não são estes organismos oficiais também responsáveis pela difusão de boas e fundamentadas práticas? Até onde irá esta falta de bom senso que parece ter assentado praça no país? Até onde irá a ausência de indignação e revolta, perante a falta de pudor instalada?
Até quando?...

quinta-feira, março 20, 2008

O Filhote morreu


O famoso Filhote, salão de jogos da Avenida, fechou. Os bilhares, os snookers e as máquinas de jogos electrónicos desapareceram. Os infindáveis jogos a dinheiro à vista da "fo..." terminaram. As memórias de tardes de juventude a polir os seus bancos, a jogar de taco na mão ou a ver jogar, ficam mais difíceis. No seu lugar surgiu um remodelado espaço de café, bem decorado e afirmativo nas cores e nas imagens. "Fashion" de seu nome. No outro dia fui tomar café na mesa que está no antigo espaço do bilhar livre. É uma sensação deveras estranha. Parece que se está num cemitério da nossa memória espacial. Um espaço vivido num tempo passado de boas memórias. É a vida ...

quarta-feira, março 19, 2008

Os aniversários do José e do Tony








A semana passada foi semana de comemorações e aniversários. O Tony Carreira celebrou 17 anos de actividade artística. O José Sócrates celebrou 3 anos de liderança governativa. O Tony Carreira celebrou junto de 17000 fãs no Pavilhão Atlântico em Lx. O José Sócrates celebrou junto de 4000 militantes no Pavilhão do Académico no Porto. O Tony Carreira apresentou-se num enorme palco, que partilhou com vários convidados. O José Sócrates apresentou-se num minúsculo palco redondo onde estava sózinho.
O país que temos.

sábado, março 15, 2008

Camané no S.Pedro

Integrado no programa 6ª feiras culturais, Camané trouxe o fado a Águeda. Uma excelente voz que andou mais pelo fado tradicional, do que pelo fado-canção. Mais uma casa cheia, que dá razão à regularidade das práticas culturais de qualidade, cá no burgo onde demasiadas pessoas estão sempre a dizer que nada acontece. Ontem aconteceu no S. Pedro a voz de Camané, graças à programação cuidada da D'Orfeu que produz estes espectáculos para a nossa autarquia.

Águeda-Aveiro - uma notícia boa e má em simultâneo?



Parece que finalmente vamos ter uma auto-estrada ou via rápida para a ligação entre Águeda e Aveiro. Esta era a notícia boa. Mas a notícia má é de que tal via de comunicação irá ter portagem. Chegados aqui lembro-me sempre dos nossos vizinhos espanhóis, que entrando no mesmo dia na então CEE, recebendo fundos comunitários como nós, investindo em vias de comunicação muito mais do que nós, ainda assim as "auto-vias" são excelentes estradas ao nível das nossas auto-estradas com uma diferença ... sem portagem. Nem concessões manhosas a favor das Brisas e grupos económicos lá do sítio.
Teremos que nos resignar a esta mediocridade de gestão política alicerçada em níveis de corrupção próximo do 3º mundo, que gera estes "benefícios" sofregamente aguardados. Já estou a ver, "muito obrigado Srº Ministro, o tempo que nós esperámos por esta portagem" ...


sexta-feira, março 14, 2008

Os professores, a marcha e a política

A mobilização dos professores a pretexto da contestação do modelo de avaliação do desempenho profissional foi um marco na demonstração da sua unidade. Tal parece ter sido o início e o rastilho para mais fortes e consistentes contestações às políticas do nosso PM, sempre lesto e assertivo na defesa da sua ministra. Tomara que assim fosse na luta contra a corrupção no país ...
Se a importância, necessidade e valor da avaliação dos professores não se contesta, o momento coincidiu com um crescendo de "verborreia legislativa" produzida pelo Ministério da Educação, na maior parte dos casos potenciando a burocracia e o completo envolvimento dos professores em tarefas burocratizantes. Iniciar um processo destes a meio de um ano lectivo, não pode ser considerado uma medida de bom senso ou produzida por alguém que faça uma ideia de como funciona uma escola.
Neste momento, face ao clima de crispação desenvolvido, importa encontrar saídas e soluções que beneficiem o clima de trabalho nas escolas e o ambiente de aprendizagem de que todos os alunos carecem. Será necessária a demissão da Ministra? Farão sentido mediadores mais ou menos institucionais? Terá influência o medo eleiçoeiro do nosso PM? Terá Manuel Alegre um militante do PS escondido, capaz de substituir a ministra da Educação e ajudar o nosso PM?
A principal questão é equacionar de que a avaliação de professores não é nem pode ser, o mesmo que a avaliação produtiva de qualquer empresa. Que importa definir um enquadramento conceptual do modelo de avaliação, que tenha na sua operacionalização formas simples de observação e verificação das competências evidenciadas por cada professor nas várias dimensões da sua intervenção profissional.

É preciso acalmar os ânimos e fazer com que todos compreendam que mais importante do que a avaliação individual é a avaliação da escola/agrupamento como organização, que a partir daí gerará os seus próprios processos de avaliação interna dos seus profissionais.

Deixem as escolas trabalhar ...

sexta-feira, março 07, 2008

Parabéns CR

Um grande abraço de parabéns para o CR. O FCP é que não ajudou, estragando o dia...

Colóquio actual

No último sábado, aqui em Águeda, tive oportunidade de ouvir o meu amigo Pedro Jordão num colóquio sobre a possibilidade ou impossibilidade da paz. Com o conhecimento e domínio das questões de segurança, economia internacional, terrorismo e diferenças culturais, pudemos disfrutar de uma lúcida e realista análise sobre a paz entre os países, as economias e as culturas. Fica a ideia da complexidade da situação, bem como o facto de que o actual momento político internacional, é bem diferente da realidade de alguns anos atrás, carecendo o futuro de tolerância e cooperação entre todos, para que a palavra paz tenha significado.

sábado, março 01, 2008

Uma pérola de ministro


A visita do ministro Manuel Pinho a uma feira de calçado mundial em Itália, foi motivo de confissões pessoais por parte deste. Assim, o ministro (http://www.youtube.com/watch?v=EzirXm5XuE0) confessa que até vinha para comprar sapatos madin in Italy, mas que agora depois de ver com os olhos que a terra há-de comer, a beleza e o design criativo dos sapatos portugueses, até vai comprar uns. Desta forma o responsável máximo pelo aumento das exportações portuguesas (balança de pagamentos, trocas comerciais, deficit, bla-bla, ...) dá o exemplo e publicamente assume que:


a) desconhece em absoluto um dos produtos emblemáticos da indústria nacional;

b) prefere o estrangeiro ao nacional;

c) implicitamente e do ponto de vista político não acredita naquilo que anda a fazer.


Com ajudantes de timoneiro deste calibre, continuaremos a fazer de conta que estamos no bom caminho. Apesar de parecer um pormenor, um descuido de um "gaffeiro profissional", que concerteza os assessores a esta hora já explicaram tim-tim por tim-tim, fica esta pérola na imagem de alguém que não acredita no que faz.


Para completar o caso, a sorte ou azar do ministro, naquela feira nada se vendia ao público...

Há dias em que mais valia ficar calado.