quinta-feira, julho 16, 2009

O FUTURO DO PARQUE DA ALTA VILA (II)

As nossas preocupações relativamente à natureza do projecto de requalificação do Parque da Alta Vila (PAV), acentuaram-se depois das notícias publicadas no semanário Região de Águeda. Nele o Arquitecto Sídónio Pardal refere que "o parque é para a contemplação, não é próprio ter ali campo de jogos". Eu quando me falam em contemplação fico logo alterado, porque considero que de contemplações está este país repleto. Somos uns contempladores na cidadania. Somos uns contempladores na participação cívica. Somos uns contempladores na prática de actividades físicas e desportivas. Somos uns contempladores culturais. Somos uns contempladores nostálgicos do passado. Somos uns contempladores da mediocridade política reinante. De contemplação julgo estar o país farto...

Um parque natural não tem de ser necessariamente um espaço de monoactividade. Onde apenas se vá para ouvir os passarinhos. A diferença e a singularidade estará em conseguir garantir a identidade do PAV, naquilo que aprendemos a ver nele de diferente e belo e atrair diferentes cidadãos para a sua fruição plena. Que não tem de ser necessariamente sentado nuns blocos graníticos que derrubem árvores para edificar "uma ruína edificada" a contemplar a lua ou a ler Sócrates ou Platão...
É possível e desejável que com harmonia o PAV consiga compatibilizar diferentes espaços, diferentes actividades, diferentes gerações de utilizadores, sem se transformar numa babilónia.
Se assim não for será mais uma oportunidade perdida (e uns euros gastos!!!) num parque que deveria ser um verdadeiro pulmão verde da cidade e da sua vida.

terça-feira, julho 14, 2009

O FUTURO DO PARQUE DA ALTA VILA

Foi na passada quinta-feira apresentado pela CM Águeda um projecto para o Parque da Alta Vila (PAV), pulmão verde da cidade. Da autoria do Arquitecto Paisagista Profº Sidónio Pardal em traços gerais, centra-se na eliminação de alguns muros circundantes e de caminhos internos do Parque. Por outro lado, pretende-se reduzir em grande número os múltiplos canteiros e caminhos que caracterizam o Parque da Alta Vila. Como é habitual a participação pública no debate e discussão destas questões é residual, o que é pena. Um parque verde localizado no centro urbano, carece de envolvimento e discussão sobre as suas características e potencialidades. Sobre o PAV temos "poucas certezas":

1. O PAV é um espaço verde no centro da cidade que deve ser devidamente preservado e valorizado;
2. O PAV deve orientar a sua requalificação valorizando o que existe e procurando limitar as grandes intervenções transformadoras;
3. O PAV carece de uma estratégia definida que a partir das suas características, permitam atrair cidadãos das mais variadas idades, para a sua fruição;
4. O PAV como parque natural deve preservar os elementos naturais, parecendo-nos abusivo, pavimentações betuminosas num ambiente natural e verde;
5. O PAV é um parque natural, pelo que "acrescentar-lhe" mais pedras soltas à custa de árvores e zonas verdes parece-nos contranatura.

Porque gostamos bastante do PAV. Porque regularmente fruimos dos sons, dos cheiros e das sombras do PAV. Porque o PAV é um património natural de Águeda. É imprescindível analisar e discutir a sua requalificação. Para lá da qualidade que possa existir no projecto do Profº Sidónio Pardal, eliminar a miríade de caminhos que dão côr e vida e identidade ao PAV, betonar os grandes novos caminhos, merecem-nos muitas dúvidas e carecem de fundamentação. Vamos discutir a requalificação do Parque da Alta Vila.

sábado, julho 11, 2009

CONSTÂNCIO - O Super Ego infalível

O Governador do Banco de Portugal Vítor Constâncio (VC) tem um auto-conceito pessoal e profissional distorcido, exagerado e demasiado "pavoneado". Depois de tudo o que ao longo do tempo se foi sabendo, no BCP, ... no BPN ... e mais recentemente no BPP, tem a distinta ousadia de vir para a praça públicar contestar e emitir juízos de valor acerca do relatório da Comissão ao "caso BPN" que desenvolveu os seus trabalho na Assembleia da República. Se os deputados não são inquestionáveis, nem imunes à "chicana política", deveria existir alguém no país político que pusesse VC no sítio, que é o de alto quadro da administração pública. Logo não podendo assumir o papel de palpiteiro tipo Professor Marcelo. O Governador do BP é um responsável que tem de responder perante os portugueses acerca da supervisão do sistema bancário e financeiro e não alguém que de cima do seu "ego inchado" alimentado por estudos, gráficos e simulações, se sente com autoridade para questionar um trabalho de meses dos legítimos representantes dos portugueses. Neste país de faz de conta é preciso lembrar ao governador do Banco Central mais bem pago, que guarde o seu ego para o Largo do Rato ou ...
Analisemos estas frases:
O governador do Banco de Portugal considerou ontem que os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito ao caso BPN "não tiveram a componente técnica suficiente para lhes conferir inequívoca objectividade e credibilidade".
Vítor Constâncio assegurou que o Banco de Portugal está "seguramente entre as melhores instituições do país e desempenha funções importantes para a estabilidade e progresso da economia portuguesa". Nesse sentido, considera normal que "uma parte da opinião pública se interrogue sobre o exagero e o empenho na tentativa de demolir a instituição, e sobre o facto de responsáveis políticos de todos os partidos terem fomentado ou permitido que o Banco de Portugal tenha sido usado como instrumento de combate político".
Vítor Constâncio considerou ainda que os trabalhos desenvolvidos pela comissão parlamentar ao longo dos últimos seis meses perturbaram o processo de investigação que está a ser conduzido pelo supervisor.

PRINCÍPIO PAGADOR - PAGADOR

A circulação rodoviária até à Barra e Costa Nova é um hábito na região. Ainda nos lembramos das intermináveis filas de automóveis até aos anos 70, junto à Ponte que ia dar ao Jardim Oudinot. Agora, circula a informação de que a colocação de portagens na via de acesso à Barra e Costa Nova será uma realidade a breve prazo. Tal medida, disfarçada nas teorias do "utilizador-pagador" pressupõem que paulatinamente o país rodoviário está a ficar completamente cercado. Sendo necessário pagar ao "dono da quinta" para atravessar os seus domínios. Para lá da questão do excesso de auto-estradas construídas e concedidas à exploração, (quase) sempre à meia dúzia do costume, importa reflectir sobre questões como o direito a circular, onde existe uma única via de acesso.

O Governo e a Concessionária da A25, preparam-se para colocar PORTAGENS entre Aveiro e a Barra.
(Cerca de 6,2Km pagos que custarão à volta de 0,12€ cada o que dá 0,744€ o troço)
Pode até nem parecer muito para alguns, mas de somarem mais 0,744€ da viagem de volta dá a soma de 1,488€. Mas se contarmos que algumas pessoas terão que fazer o mesmo trajecto todos os dias para ir trabalhar, sairá dos seus bolsos a módica quantia de 32,734€ por mês.
Lembrem-se que o mesmo Governo utilizou como "Bilhete" de campanha a promessa de que não iria mexer nas portagens.
Claro que podem sempre alegar que não estão a mexer como foi prometido. Só não prometeram que não criariam novas e em estradas que não têm alternativa.
Não haverá praças de portagem e podem ainda não ter notado, mas estão a ser colocados pórticos que funcionarão com um dispositivo semelhante ao da VIA VERDE que terá de ser comprado, não bastando já o pagamento da portagem.
Dá vontade de fechar a estrada assim que as portagens começarem a funcionar, ou até mesmo fazer o troço à velocidade mínima nas 2 vias sempre que se lá passar.

terça-feira, julho 07, 2009

Mais de mil a pedalar em Águeda


A IV Maratona do Vale do Vouga, apesar da chuva inicial, foi um sucesso de participação desportiva que encheu de movimento e cor a cidade no domingo. Pela nossa parte realizámos os nossos objectivos de evitar as quedas e completar a prova. Um ponto a corrigir foram a quantidade de estrangulamentos de corrida (trilhos por onde passava apenas um betetista de cada vez), ao longo do percurso, o que provocou insatisfação. Uma prova com este número de participantes, tem de à partida ter estas situações acauteladas.

Mais uma vez está de parabéns o Clube de BTT do Vale do Vouga por esta organização desportiva, que promove a prática desportiva e o nome de Águeda.

quarta-feira, julho 01, 2009

CERCIAG - dia grande

Em cooperação com a Universidade de Aveiro a CERCIAG, organiza um evento de âmbito nacional, com a participação de peritos internacionais especialistas na área do desenvolvimento de competências em Ciências pelos alunos com necessidades educativas especiais. Realce para o facto de a iniciativa contar com o apoio do Pavilhão do Conhecimento e de ter gerado redes locais de colaboração para a sua concretização em Águeda.

Dia 1 de Julho, na CERCIAG
Educação científica de alunos com necessidades educativas especiais é tema de encontro
A Universidade de Aveiro, a CERCIAG e o Pavilhão do Conhecimento realizam, esta Quarta-feira, 1 de Julho, no auditório da CERCIAG em Águeda, o III Encontro de Educação em Ciências subordinado, este ano, ao tema “A educação científica de alunos com necessidades educativas especiais». Marcam presença na iniciativa dois conceituados especialistas nesta temática, nomeadamente Adrian Fenton, da British Science Association, e Pierre Bonnefond, da Academia das Ciências de Toulouse.

A Universidade de Aveiro, através do Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa, está a implementar, pelo terceiro ano consecutivo, o Programa de Formação de Professores do 1º CEB em Ensino Experimental das Ciências. Trata-se de um Programa de Formação que pretende promover o desenvolvimento de boas práticas de ensino e aprendizagem de base experimental e, consequentemente, melhorar as aprendizagens dos alunos na referida área.
Nos dois anos anteriores, por solicitação dos próprios professores que participaram na formação, realizaram-se, na Universidade de Aveiro, no final de cada ano lectivo, Encontros de Educação em Ciências no 1º CEB (I e II), destinados aos formandos, investigadores e professores do 1º CEB. São Encontros que, a par do aprofundamento de conhecimentos e da reflexão sobre o Ensino das Ciências, têm vindo a afirmar-se, sem dúvida, como importantes oportunidades de partilha de vivências e experiências de qualidade de Educação em Ciências no 1º CEB.
Este ano, por solicitação de vários professores, o Encontro tem como temática: “A Educação Científica de Alunos com Necessidades Educativas Especiais”. Pretende-se com esta iniciativa apresentar e discutir Boas Práticas de Educação em Ciências com alunos de Necessidades Educativas Especiais, proporcionar o debate e a partilha sobre a relevância de uma adequada Educação em Ciências para todos e de formas de a promover e dar a conhecer os contributos dos contextos não-formais, como dos museus e centros de ciência na Educação em Ciências.
Mais informações são disponibilizadas em
http://blogs.ua.pt/pfeec_ua/.
O programa está disponível
aqui. in http://uaonline.ua.pt/detail.asp?c=15176

segunda-feira, junho 29, 2009

Diferenças culturais...

Recebi há uns dias a visita de um amigo grego. Fui buscá-lo ao hotel de Aveiro onde estava hospedado. Uns bons minutos depois da hora marcada, como manda a 'lei' helénica, lá apareceu na recepção da unidade hoteleira. E, dando cumprimento a uma outra 'lei' helénica, lá vieram os dois beijos na face, cumprimento tradicional entre bons amigos. No balcão da recepção, três senhoras espanholas não se preocupam muito em disfarçar o ar de espanto com que encararam tal cumprimento ("hmmm, estos tios andan a ver muchos filmes de Almodovar!", devem ter pensado). As diferenças culturais...
Levei o meu amigo até Águeda. Sentei-me como ele numa esplanada em plena Praça Dr. António Breda. Fazendo jus à sua formação de arquitecto, apreciou o tecido edificado e o espaço público envolvente. Comentário: "esta cidade transpira civilidade e deixa perceber um forte sentido identitário". Não foram precisas as senhoras espanholas. Também não consegui disfarçar o meu ar de espanto. Diferenças culturais?

sábado, junho 27, 2009

MAMA MIA

Com enormes responsabilidades do Prof. Paulo Neto (Conservatório de Música de Águeda) o Cine Teatro S. Pedro foi o palco, onde a música dos ABBA, a alegria e entusiasmo de 100 crianças e jovens, a qualidade coreográfica e a excelente execução musical da Orquestra Ligeira do Conservatório, deliciaram uma casa cheia. O musical "The Song of my life" baseado em temas do filme Mama Mia diz-nos que apesar de crianças e jovens, é possível criar e apresentar espectáculos de grande qualidade. Parabéns a todos.

quarta-feira, junho 24, 2009

Águeda - capital do btt por um dia

É já no próximo dia 5 de Julho que Águeda vai ser "invadida", por betetistas participantes na IV Maratona do Vale do Vouga - http://www.maratonavaledovouga.com/ - que conta com mais de 1000 (!!!) desportistas confirmados. Trata-se da manifestação desportiva com o maior número de participantes, não como espectadores desportivos, mas desportistas activos. Numa verdadeira forma de promoção da actividade física e desportiva, envolvendo os "mais profissionais" com treino regular, planeado e organizado até ao praticante de BTT ocasional que faz da sua participação uma festa de convívio e amizade.
Assinale-se a qualidade e a imagem positiva que a prova já tem junto da comunidade betetista nacional, que se reflecte no número de inscrições atingidas.
O percurso da prova previsto para este ano, é muito agradável, com duas passagens de rio, travessia do pontão do Alfusqueiro e fruição das margens do rio em Cambra.

PS - A nossa equipa (apesar de desfalcada) De_Rotaincerta.BTT estará presente, com a estreia integral do seu novo equipamento.

Más notícias


Portugal tem feito "pouco ou nenhum" esforço na aplicação do compromisso de combate ao suborno internacional, denuncia a Transparency International (TI), que aponta falhas no controlo do branqueamento de capitais, assim como insuficiências no sistema de auditoria financeira e controlo orçamental.No relatório anual, ontem divulgado, sobre suborno em transacções comerciais internacionais, esta organização especializada na denúncia da corrupção, aponta o Freeport como um dos casos em que "os atrasos na cooperação judicial [entre países], por vezes aparentemente influenciados por considerações políticas, atrasam as investigações internacionais". "Portugal demorou três anos a responder a um pedido de cooperação do Reino Unido no caso Freeport", critica o documento.Portugal consta na lista de 21 países - num total de 36 - com aplicação "insuficiente" da Convenção da OCDE, assinada em 1997, contra o suborno de funcionários públicos estrangeiros em transacções comerciais internacionais. Na análise à realidade portuguesa, os peritos referem que a auditoria financeira e o controlo orçamental "continua a ser frágil", frisando que "os princípios na relação entre os auditores e quem paga a auditoria não são respeitados e são frequentes as situações de conflitos de interesses. No branqueamento de capitais, a TI nota que, apesar das sanções pesadas, "o controlo é tão fraco que a maioria das instituições financeiras não se sente obrigada a obedecer à lei".A TI aconselha Portugal a criar uma entidade autónoma anticorrupção com capacidade de investigação, a compilar informação precisa e acessível e a aplicar sanções mais severas para o enriquecimento ilícito, incluindo o suborno. in Jornal Negócios 24.6.09

Pois é, parece que anda, mas afinal não anda assim tanto como isso. É mais fácil "controlar" a mercearia do Srº João do que a empresa do João R com sede numa qualquer off-shore. Como referia recentemente uma conhecida magistrada, nenhum governo em Portugal teve verdadeira vontade política de combater a corrupção.


Até quando?

quinta-feira, junho 18, 2009

As europeias e a governabilidade do país

Os resultados das eleições europeias, entendidos por alguns como as primárias das legislativas, lançaram uma panóplia de suposições, hipóteses e cenários. Tudo bem, nada de anormal. Só que na grande maioria dos analistas existe um "esquema mental bloqueado". Isto é, toda a lógica da governabilidade do país, está centrada no PS e no PSD. Apesar do estado a que Portugal chegou ser da responsabilidade directa e indirecta, dos entendimentos e/ou dos desentendimentos, mais transparentes e/ou menos claros entre estes dois partidos, a lógica da compreensão política do país é obsessivamente centrada nestes partidos do centrão. Como refere preocupadamente João César das Neves no DN "A soma dos dois partidos centrais, PS e PSD, foi inferior a 60%, o que só aconteceu uma vez desde 1974, em 1985, no momentâneo surto do PRD. Há 20 anos que esse valor anda acima dos 70%. Nas últimas europeias foi de 81%, e de 79% nas legislativas de 2005. Desta vez ficou pelos 58%. Além disso nenhum dos dois grandes conseguiria maioria absoluta com qualquer dos pequenos". Há uma lógica anti-democrática de cariz ideológico, que não igualiza um voto no PS com um voto no PCP, um voto no PSD com um voto no CDS. É como se um voto no PS ou no PSD tivesse um outro peso e importância. Parte-se do princípio que quem vota no PS e no PSD são cidadãos respeitáveis e responsáveis... Quem vota nos outros são uma cambada de irresponsáveis... É como se todos os outros partidos existissem para completar o boletim de voto, ou dar colorido às campanhas eleitorais. O PS e o PSD podem mentir, enganar, ludibriar, dizer uma coisa hoje e o oposto amanhã, que não se passa nada. Se assim for, ainda será objecto de estudo e análise política, se necessário numa perspectiva psicanalítica...
Até quando...?

terça-feira, junho 09, 2009

Sondagens e eleições

As eleições europeias tiveram resultados completamente ao arrepio de quase todas as sondagens previamente realizadas. Em quase todas as sondagens o PS ganhava com maior ou menor folga, sustentando o "mito" do "engenheiro invencível". Em quase todas as sondagens o outrora conhecido partido do táxi CDS/PP, mantinha uns míseros 2/3 % de intenções de voto, quando a efectividade das urnas lhe deram mais do dobro dessa percentagem.
Que pensar de tudo isto?
Que as empresas de sondagens em Portugal não têm credibilidade e funcionam numa lógica de "sondagem à medida de acordo com o cliente"?
Que as empresas de sondagens em Portugal não dominam os procedimentos de análise estatística inferencial, que permitam compreender as oscilações das intenções eleitorais dos portugueses?
Que as empresas de sondagens em Portugal, são ingenuamente enganadas pelos cidadãos portugueses que lhes dizem uma coisa e fazem outra logo a seguir?
Que as empresas de sondagens em Portugal são instituições de um profundo amadorismo, baseadas no "know-how" do telefone e da estatística descritiva?
Será que também para a actividade de realização de sondagens, teremos que institucionalizar uma qualquer Alta Autoridade para Sondagens com estatuto de regulador do sector?
Não queremos pensar que a "teoria da conspiração" possa sustentar o carácter constante dos resultados das diferentes sondagens. Não queremos crer que a política de propaganda de massas do PS possa chegar também aí. Mas...
A política precisa de monitorização e uma das estratégias passa pela possibilidade de constante auscultação das opiniões de diferentes formas e processos. As sondagens de opinião, podem e devem ser uma delas, mas com credibilidade, profissionalismo e qualidade de informação.

sábado, junho 06, 2009

Ora bolas pro TGV

Ao experimentar o TGV gaulês em dia de greve da SNCF, pude perceber que a única diferença está na velocidade. O "nosso" Alfa Pendular nada fica em desvantagem, sendo mais confortável e cómodo do que este TGV. Só se pode sorrir quando se lê um slogan de campanha da Juventude Socialista que diz "Pelo Direito ao TGV" ... ou a transformação que teve ao passar para a WWW transformando-se em "TGV é Europa"........

sexta-feira, junho 05, 2009

Xutos e Pontapés - sem eira nem beira

Tenho de confessar de que não sou um fã fervoroso do grupo Xutos e Pontapés. Mas, num tempo em que parece que temos dificuldade em explicar às gerações mais jovens como funcionava e o que representava a "Censura Prévia" durante o Estado Novo, com a revista "Visão" a fazer simulações de números censurados com a aplicação do célebre lápis azul, o que se está a passar com esta canção "Sem Eira nem Beira" - http://www.youtube.com/watch?v=LKLjg1Lb03Y&feature=email -do citado grupo é uma subtil forma de censura mais que prévia. Com a maior das poucas vergonhas, os responsáveis (por playlists e outras barbaridades formatadoras do gosto e do pensamento) conseguem tentar justificar-se mantendo uma cara séria e parecendo que argumentam acerca de custos e orçamentos de pregos e cimento... Há uma desfaçatez nisto tudo que incomoda e deliberadamente interfere com a nossa liberdade de opinião. Não se trata da qualidade da música. Não se trata do grupo que é. Apenas em causa está a divulgação pública de uma canção incómoda. Mas, a história da música popular não é feita de incomodidades? Se fosse hoje a geração de baladeiros e cantautores tinha sido fuzilada? Então agora a música, as artes têm de ser bem comportadas? Então só porque temos eleições este ano, o poder não pode sequer ser mencionado? Então ...



O tema chama-se 'Sem Eira nem Beira', mas não há ninguém que não o conheça por 'Sr. Engenheiro'. É uma das faixas mais comentadas e cantadas na rua do último disco dos Xutos & Pontapés, lançado a 6 de Abril. Mas, nas rádios nacionais só passou uma vez, uma única vez. Foi na Antena 3.
Os dados são avançados pela editora da banda, a Universal Music, que pagou a uma empresa para monitorizar três músicas do novo álbum, para saber exactamente quantas vezes foram tocadas. 'Quem É Quem', o primeiro single do disco, passou mais de uma centena de vezes. E 'Perfeito Vazio', o segundo single a ser lançado, foi o único tema a conseguir um lugar numa Lista A das playlists das rádios nacionais (a lista que obriga a que a música tenha em média quatro passagens diárias), com 136 passagens, só na Mega FM.
Zé Pedro, guitarrista dos Xutos, avança com surpresa: "Parece um complô contra o tema, ou uma espécie de exclusão por poder ferir susceptibilidades. Acho estranho. Parece-me que a música podia ter sido aproveitada como notícia e transformar-se num hipe de rádio", afirma. O músico diz manifestar-se contra o sistema de playlists, mas não critica nenhuma rádio por optar ou não por passar um tema dos Xutos. "Compreendo que, estando esta música a ferver, na boca de toda a gente, as direcções das rádios possam ter preferido não a passar por estar em cima da mesa como uma canção de contestação", adianta Zé Pedro, frisando que para os Xutos o sucesso da música é claro. Durante os concertos da banda, o tema é o que tem provocado maior vibração junto do público, aquele com que as pessoas mais se identificam, e a sua procura na Internet tem ultrapassado todas as expectativas. "Sentimo-nos compensados, portanto", afirma o guitarrista. A humorista Maria Rueff, que no seu programa "O Exame de Dona Rosete", na TSF, fez uma rábula com o tema, afiança que "é muito estranho a música não passar nas rádios", e considera pertinente que se investigue porquê.
Contactados pelo Expresso, os directores das maiores rádios nacionais refutam a ideia de qualquer tipo de censura, quer vinda do exterior quer criada internamente. António Mendes, director de programas da RFM, afirma que aquela é uma rádio musical que tem por objectivo tocar e fazer sucessos e que o boom do 'Sr. Engenheiro' nos jornais e televisões (recorde-se que o primeiro vídeo do tema passado pelo 'Jornal Nacional' da TVI foi para o ar a 15 de Abril) chegou a meio da fase de lançamento de "Perfeito Vazio". António Mendes adianta, no entanto, que a canção "se trata de um fenómeno político e não de um fenómeno popular". Nelson Cunha, director de programas da Mega FM, vai mais longe, explicando que a rádio "não está vocacionada para questões políticas, nem quer disso fazer bandeira. Os nossos princípios são de isenção musical e política".
José Marinho fala em nome da Antena 3, a única rádio que passou a canção portuguesa mais polémica da última década. "Não fazia sentido sermos a única rádio a tocar o tema. Fazê-lo isoladamente podia não ter bons resultados para nós, ainda por cima quando o tema ainda nem tem suporte vídeo", afirma. "Mas isso não significa que a canção esteja proscrita e que não venha a ser tocada num futuro próximo. Há três eleições a caminho e o tema é quente", conclui.
Também Pedro Abrunhosa, que em 1995 fez furor com 'Talvez F...", música que se transformou num hino anti-Cavaco (era então primeiro-ministro em final de mandato, tal como Sócrates agora), não quis comentar o assunto. Recorde-se que as improvisações do músico à letra da canção, substituindo o "e eu e tu o que é que vamos fazer", por "e eu e a Maria o que é que vamos fazer", não fizeram com que o tema fosse excluído das rádios. in EXPRESSO 30 Maio 2009 http://clix.expresso.pt/musica-anti-socrates-dos-xutos-varrida-da-radio=f517786

quarta-feira, maio 20, 2009

Bélgica - a fuga lamentável

A motivação para atingir elevadas performances sempre foi intrínseco ao Desporto. O que por vezes tem levado alguns, a "pisar o risco" na utilização do "doping", com conhecidas implicações para a sua saúde. O Culturismo discutivelmente referenciado como um desporto, não consegue fugir à fama de sobre grande parte dos seus praticantes pairar um submundo em que proliferam as "substâncias mágicas" que ajudam a moldar a musculatura e o corpo. Agora na Bélgica o caricato aconteceu... Contado acho que tem muita graça, mas eu pagava para ter assistido.




Um grupo de atletas de culturismo fugiu de uma equipa de fiscais de controlo anti-doping na Bélgica. O campeonato da modalidade foi cancelado devido ao sucedido.O campeonato de Culturismo foi cancelado devido a uma fuga de 20 atletas do pavilhão desportivo de Bruxelas. A fuga ocorreu devido à chegada de uma equipa de fiscais de controlo anti-doping.Hans Cooman, autoridade belga anti-doping, declarou que «só há uma conclusão a retirar: havia doping». As acusações de Hans Cooman não foram desmentidas pela federação de culturismo da Bélgica.Como refere o jornal desportivo belga «Sport-Planet», Cooman lamentou o facto deste desporto ter «um longo historial de doping», sublinhando que o incidente «só piora a sua reputação». O fiscal anti-doping anunciou que vai aplicar processos disciplinares aos atletas em fuga.

in Fábrica de Conteúdos http://www.fabricadeconteudos.com/?lop=artigo&op=8f14e45fceea167a5a36dedd4bea2543&id=8e9eb9d8cd467fa30625bec031515898

terça-feira, maio 19, 2009

Um Estado de cócoras

A fragilidade do Estado e suas estruturas, já se faziam sentir com a proliferação "desta espécie de entidades reguladoras" que não regulam nada e fazem de conta. Agora, ficamos a saber que a banca para cumprir a lei cobra-se. Os bancos, para responder às suas obrigações sociais perante todos nós, como prestar informações acerca de contas bancárias duvidosas, fazem-se cobrar de forma escandalosa. Portanto, 2,3 milhões foi quanto custou ao Estado receber informações. Resta-nos a consolação de que tais informações devem ter vindo escritas em papiro, caligrafia egípcia desenhada e reforçada a ouro e perfumada com sais desenterrados na Capadócia...



Fisco paga 2,3 milhões de euros para ver as contas bancárias dos contribuintes
Nos últimos três anos, a Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) pagou à banca 2,3 milhões de euros para poder aceder à informação bancária dos contribuintes sobre os quais pendiam suspeitas de evasão fiscal. in

domingo, maio 17, 2009

Feira Medieval - o mérito das redes


A Alta Vila engalanou-se no último sábado para receber uma Feira Medieval. A Feira Medieval dinamizada pelo Agrupamento de Escolas de Águeda, Escola Secundária Adolfo Portela e um vasto conjunto de IPSS com o apoio da autarquia local e de diversas foi um sucesso de visitantes e de novidades e diversão. A prova provada de que quando as ideias têm pernas para andar e a lógica de parcerias funcionam, as iniciativas valorizam os espaços, juntam as pessoas e facultam novas experiências aos mais novos. Nunca tinhamos observado tanta gente na Alta Vila, ouvindo alguns dizer que era a primeira vez que lá tinham ido...

Capadócia

"Visitar a Capadócia era desde há muito tempo um sonho de minha mulher e, depois de ler alguns livros sobre a Capadócia, eu próprio comecei a sentir-me atraído por uma visita a esta parte da Turquia", afirmou, depois de visitar o museu ao ar livre e a Igreja Tokali. in http://sic.aeiou.pt/online/noticias/pais/Maria+Cavaco+Silva+cumpriu+o+sonho+de+visitar+a+Capadocia.htm


Aqui está um excelente momento para o nosso PR estar calado. Ficámos a saber que o nosso dinheirinho "também serviu" para concretizar um sonho viajante da sua Maria. Todos temos viagens sonhadas e prometidas no tempo. Uns fazem-nas, outros não. Esta democracia dá para tudo... Somos uns mãos largas.

sábado, maio 16, 2009

Manuel Alegre e a clarificação e coerência política

O aguedense e histórico militante socialista Manuel Alegre (MA) deu ontem uma conferência de imprensa a explicitar as suas posições políticas presentes e futuras. Ao melhor estilo lusitano de "muita parra e pouca uva" MA definiu que não abandonaria o PS, não avançaria para a fundação de um novo partido e/ou movimento e que apesar de não integrar as próximas listas de candidatos às eleições legislativas, tentaria colocar alguns militantes que lhe são próximos em lugares elegíveis. Chegados aqui talvez faça sentido perguntar, qual o sentido de tanto sentir? Qual o sentido de tantas afirmações de princípios e de valores? Qual o sentido de tanta bravura e obstinação contra o e/os poderes partidários instalados? Qual o sentido de um discurso de transformação da democracia e dos seus instrumentos orgânicos, os partidos? Qual o sentido de tanto discurso contra a "clique reinante" no PS para a seguir a branquear completamente e servir os seus interesses de conjuntura eleitoral? Apenas conseguimos discernir um motivo e uma razão! Mas essa não gostaríamos de que fosse verdade, por parte do nosso conterrâneo da Rua de Baixo...

Estilos de Vida - as mudanças também passam por aqui

Quando falamos de estilos de vida nos jovens, muita retórica é abundante. Sauda-se este programa que tirando partido da TV, pode contribuir para o conhecimento e alterações de crenças, hábitos e mudanças de comportamento de muitas crianças e jovens. É de trabalho e acção continuada de que carecemos e não o bombardear de "show-off" e propaganda básica e ofensiva. A acompanhar ...




Luta Contra a Obesidade: Sportacus em PortugalSportacus vai estar em Portugal no próximo dia 21 de Maio, precisamente durante a semana em que se comemora o Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade. O novo herói dos jovens vai ensinar hábitos de vida saudável aos mais novos.
O autor e principal protagonista da série LazyTown/Vila Moleza (emitida na RTP 1 e no Canal Panda), Magnus Scheving, vai visitar duas escolas da região de Lisboa (Escola Básica do 1.º Ciclo de Caneças e Escola Básica do 1º Ciclo Paulino Montes Alameda de Encarnação) para fazer o lançamento da campanha Doce Desportivo LazyTown.
Evidentemente, nos dois eventos, Sportacus vai estar disponível para autógrafos e fotografias, além de uma aula de ginástica muito animada.
A campanha Doce Desportivo LazyTown começa oficialmente no dia 1 de Outubro, tendo três momentos marcantes ao longo do ano lectivo: Outubro, Fevereiro e Maio. Todas as escolas serão convidadas pela ASA a participar nesta iniciativa, seja através de flyers, posters e informação adicional para os professores.
Lazy Town é uma das séries infantis com maior destaque no Mundo, principalmente porque apela ao exercício físico e à alimentação saudável. É actualmente a única marca de entretenimento global dedicada à saúde dos mais novos.
in http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=62&id_news=388273 de 16.5.09

quarta-feira, maio 13, 2009

Magalhães - não há nada que não lhe aconteça...


Depois do "show-off" protagonizado pelo nosso PM, que em todo o canto e esquina se apresenta como "promotor de vendas não remunerado" da empresa J Sá Couto, agora os digníssimos médicos especialistas da visão humana, resolveram, também eles, integrar a campanha negra em curso em Portugal... Não há direito.





Ecrã e teclas pequenas, já se sabe, não fazem bem à vista. Mas o alerta tem um alvo em concreto: O Magalhães, disse hoje a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, pode fazer disparar os casos de miopia. “Com o uso cada vez maior do computador e, neste caso, de um portátil que ainda é mais pequeno, com letras mais pequenas, em que se procuram distâncias de leitura cada vez mais próximas, o número de miopias com certeza vai aumentar em flecha”, sublinhou Augusto Barbosa, coordenador do Grupo Português de Ergoftalmologia da SPO, que estuda a adaptação do trabalho à visão humana.
Segundo o especialista, falta acompanhar a entrega do computador, comparticipado pelo Estado para todas as crianças do primeiro ciclo, de uma campanha de sensibilização sobre "os problemas que poderá ter o seu uso exagerado”. http://www.ionline.pt/content/4099-oftalmologistas-alertam-magalhaes-faz-mal-aos-olhos


sábado, maio 09, 2009

O financiamento partidário e as bifanas da Festa do Avante

Num quadro de "quase unanimidade" do leque partidário da Assembleia da República, a legislação que regula (ou busca regular) o processo de financiamento dos partidos políticos, sofreu fortes alterações, com maior incidência na forma de obtenção de financiamento, na ausência de registos documentais sobre o seu quantitativo e origem, bem como no montante total autorizado. Tudo isto foi aprovado, por um estranho acordo entre todos os partidos políticos, com uma justificação ridícula e quase caricatural de que o PCP no âmbito da sua Festa do Avante, teria dificuldades em controlar e registar todos os copos de tinto, todas as minis, todas as bifanas e croquetes vendidas voluntariamente nas barraquinhas da festa. E assim, observamos como com uma justificação mínima (1 bifana 1-2 €) se abre a porta escancarada a financiamentos pouco transparentes e de valores desconhecidos.
Num tempo de crise em que todos sentimos as dificuldades, não faz de todo sentido que mais uma vez os partidos políticos, se destaquem por dar os piores exemplos. Estes indicadores não ajudam à credibilização da democracia, sendo ainda mais caricato quando poucos dias depois após a aprovação da legislação na generalidade, vozes sonantes dos partidos, vêm colocar a possibilidade de ser reapreciada em breve. Num quadro de crise económica e com o flagelo do desemprego a aumentar o que os partidos políticos têm de fazer é baixar drasticamente os custos das suas campanhas, centrá-las nos conteúdos políticos das suas mensagens e de forma clara e imediata disponibilizar on-line o acesso a toda a informação de receitas e despesas realizadas.
É caso para dizer que a bifana está a ganhar à internet...

quinta-feira, maio 07, 2009

I

Porque as coisas novas e diferentes são para partilhar, damos conta da saída do Nº 1 do jornal diário I - http://www.ionline.pt/contenidos/home.html - com um formato inabitual, uma escrita leve e directa. Parece um produto de comunicação realmente diferente e que pode ganhar o seu espaço. Apesar da crise, apesar das ligações hispânicas, parece ser mesmo um i de inovação.

Valborgsmässoafton


Segundo o almanaque, o longo inverno terminou e a primavera espreita.
Tempo da Valborgsmässoafton, noite de Valborg, que se trata de uma festividade celebrada na noite de 30 de Abril a 1 de Maio, e também conhecida pela noite das bruxas, já que a história diz-nos que uma abadessa alemã de seu nome Walpurgis foi queimada pela igreja nos primórdios da Idade-Média. Daí na Alemanha ser conhecida como a Walpurgisnacht. Provavelmente, trata-se de um antiga tradição viking, mais tarde difundida pelos celtas, assinalando a transição do inverno para a primavera.
Na actualidade, é uma óptima oportunidade das pessoas se reunirem, saírem da escuridão e ir ao encontro do outro, de preferência com muito snaps, arenque crú em variadas preparações e sabores (por estranho que possa parecer, até com vinho do Porto) e, naturalmente, muita cerveja. Este ano, depois de muito experimentar, o meu snaps favorito foi um a sabor a flor de maça, da região de Falkenberg, Sul da Suécia, e a cerveja de Visby, da ilha sueca de Gotland. Fica a imagem da fogueira, desculpem a desfocagem..., e, infelizmente, sem bruxas.

sexta-feira, maio 01, 2009

Ainda a saga do Magalhães...


Lê-se e não se acredita. A loucura da luta pelo poder faz valer tudo. Denunciando e evidenciando como para certos políticos, a fronteira entre eles, o seu partido e o Estado é bastante curta. A sucessão e constância destes casos, fazem-nos pensar, não só na credibilidade política dos seus mentores, mas acima de tudo nos valores de que são (ou não são) imbuídas as nossas elites políticas, pensantes e dirigentes. Tudo isto num contexto de política-espectáculo, em que o que importa é "criar a ilusão de" ou "parecer que" numa lógica de reconstrução do real social, que até aos próprios confunde. Obviamente que o enredo que a seguir se apresenta apenas corre como corre, porque o caso foi identificado, denunciado e teve algum eco. Se assim não fosse, o enredo seria outro.




Professores e pais da escola primária de Castelo de Vide, onde foram filmadas crianças a utilizar o Magalhães para um tempo de antena do PS, estão "indignados" e exigem mais do que um pedido de desculpas do primeiro-ministro. Todos querem saber quem foi o responsável pela "mentira e pelo engano" de que dizem ter sido vítimas.
"Se soubesse que era para um partido não tinha assinado porque a política não é coisa para crianças. Sinto-me enganada porque não foram verdadeiros connosco", revolta-se Cristina Lindo, mãe de uma aluna do 1º ano.
Na carta enviada aos pais pelo conselho executivo do agrupamento, pedindo autorização para a recolha de imagens, nunca é referido o verdadeiro objectivo do filme. "Amanhã, dia 17 de Abril, desloca-se à escola uma equipa de televisão a fim de realizar uma reportagem no âmbito do computador Magalhães", limitava-se a dizer o pedido de autorização.
Na escola, nem as professoras das duas turmas filmadas sabiam a verdade. Laura Cardinho até gravou um depoimento sobre as vantagens pedagógicas do pequeno portátil, pensando que a reportagem tinha sido encomendada pelo Ministério da Educação, tal como lhe foi dito pelo Conselho Executivo e pela própria equipa de filmagens.
"Sinto-me utilizada. Se eu ou a minha colega tivéssemos a mínima suspeita de que era para um tempo de antena, a equipa de filmagens nunca teria sequer entrado na sala de aulas", disse ao Expresso a professora.
Laura Cardinho conta ainda como algumas das respostas dadas pelos alunos no tempo de antena, transmitido na RTP no dia 22, foram "conduzidas" pelos entrevistadores. "Queriam que um menino dissesse que fazia muitas pesquisas na Internet com o Magalhães. Aí eu não deixei porque era uma mentira. Nem o menino nem a sala de aula sequer têm Internet", relata a professora.
Perante a polémica, o porta-voz do PS afirmou quarta-feira que o próprio secretário-geral, José Sócrates, já tinha enviado por escrito um pedido formal de desculpas aos pais "das crianças involuntariamente abrangidas" pela recolha de imagens.
Vitalino Canas admitiu que, apesar de todos os depoimentos das crianças terem sido "devidamente autorizados" pelos encarregados de educação, nem todos tinham "conhecimento ou a noção exacta do destino" do filme, o que diz ser "da responsabilidade directa da empresa contratada".
Ao Expresso, o responsável da Bebop, firma a quem o PS encomendou a realização do vídeo, recusou fazer comentários, garantindo apenas não ter recebido, até ao momento, qualquer reclamação por parte de pais ou professores da escola.
Já o director regional de Educação do Alentejo, José Verdasca, rejeita responsabilidades nesta matéria, assegurando não ter feito nenhum contacto com a escola ou com a empresa de audiovisuais Bebop. De acordo com o responsável, a ideia inicial era recolher depoimentos de apenas dois irmãos, cuja família tinha sido informada do objectivo das filmagens.
"Sem se aperceber que o que tinha sido solicitado a essa família tinha outro fim, a escola estendeu o âmbito das filmagens", afirma, adiantando que a direcção regional está a ponderar a instauração de um processo disciplinar ao conselho executivo do agrupamento.
Certo é que as explicações dadas até ao momento não satisfazem pais e professores. "Queremos saber quem foi o responsável por esta mentira", exigem os encarregados de Educação. A professora Laura Cardinho resume: "Não nos chega um pedido de desculpas. Alguém errou e tem de ser responsabilizado por isso". in EXPRESSO 1.5.09
http://clix.expresso.pt/criancas-levadas-a-mentir-para-o-tempo-de-antena-do-ps--=f511913

quinta-feira, abril 30, 2009

Kulturhuset


Num Domingo, na fábrica de cultura de Estocolmo, Kulturhuset (www.kulturhuset.stockholm.se), na biblioteca a ler o NYTimes, tendo ao fundo a praça Sergels Torg e o obelisco de Edvin Öhrströms, um dos landmarkers de Estocolmo. Enquanto esperava pelo início da sessão de cinema experimental europeu.

quarta-feira, abril 29, 2009

RDA - projecto sustentável precisa-se

O RDA - Recreio Desportivo de Águeda clube de futebol cá da "bila" (como costuma dizer o CC) relata a comunicação social atravessa uma crise económica e obviamente também desportiva. Treinadores que são despedidos por dá cá aquela palha. Plantel da equipa sénior por onde passaram dezenas de jogadores. Equipas de jovens futebolistas dos escalões de formação, impedidos de treinar e jogar por não pagarem... Acusações e lavar de roupa suja entre dirigentes em público. Para o descrédito do Recreio tudo tem acontecido e também a decisão da equipa sénior de futebol, descer ou não de divisão em função do resultado do próximo jogo...
Num clima social e económico como o actual a vida de clubes e associações desportivas está na corda bamba. Assim, torna-se mais premente reequacionar o que é ou deve ser hoje um clube desportivo numa pequena cidade. Imaginar um Recreio à luz do paradigma de um "Benfica pequenino" será um erro desastroso. Um clube desportivo hoje, tem de se comprometer com a promoção alargada da actividade física e desportiva e do futebol em particular, preocupando-se com a qualidade dos processos de treino, o desenvolvimento dos jovens, com a formação de cidadãos activos e completos e o envolvimento social e dos pais em particular.
No presente momento mais se justifica que o Recreio se reinvente como clube da cidade e da região sem veleidades de supremacias concelhias bacocas, mas com práticas sustentáveis.
Não é só pelos seus 85 anos que o Recreio não merece aquilo por que está a passar. Águeda precisa do Recreio e o Recreio precisa de Águeda.

Obama - unanimidade, verdade e ética política

Barak Obama transformou-se num fenómeno político, muito para lá de ter sido eleito o novo Presidente dos EUA. Barak Obama fez história quando desenvolveu uma campanha devolvendo esperança política e falando da vida real das pessoas. Barak Obama fez ainda mais história ao desenvolver a sua campanha eleitoral numa base de redes sociais, com suporte nas novas tecnologias, principalmente na internet. Barak Obama fez história ao prescindir do financiamento público para as suas campanhas eleitorais. Barak Obama fez história ao manter as ideias e opiniões com coerência política. Barak Obama fez corresponder acções e práticas concretas às ideias defendidas na campanha eleitoral. Barak Obama fez história ao fazer "pontes" ao nível da política externa dos EUA, renegando e ostracizando todas as "ideias bélicas" dos loucos políticos de George Bush e "sus muchachos".
Obviamente que Obama não é um novo santo na cena política mundial. Sabemos que usa o seu charme pessoal como poucos, na vida política. Sabemos que usa e abusa da retórica política e do discurso eloquente com frequência. Sabemos que também tem amigos de porte duvidoso.
Mas uma questão identitária faz toda a diferença. Barak Obama contrasta com os "políticos-enguia" que pululam na cena mundial, com os políticos "troca-tintas" a que quase nos habituámos. Ele destaca-se dos "políticos-mentirosos" que quase nos convencem que a política tem de ser uma espiral de mentira tolerada socialmente.

Barak Obama não será um salvador político para os EUA ou para o mundo, mas está a ser um enorme exemplo de postura, verdade na política e ética política. Tudo coisas que quase tínhamos esquecido que existiam na vida política. Longa vida, camarada Barak ...

sexta-feira, abril 24, 2009

Pepe e Paulo Bento

Há algum tempo que não se fala de futebol aqui no blog. Esta semana as manchetes da comunicação social, de muita e pouca referência analisou e discutiu o comportamento do treinador Paulo Bento no jogo Guimarães-Sporting (de onde foi expulso) e do jogador luso-brasileiro Pepe no jogo Real Madrid-Getafe (também expulso). Não pretendendo comparar o nível de fair-play na participação do jogo de Futebol, há um ponto comum. Estamos na presença de profissionais de futebol, num tempo em que a exposição mediática do jogo o beneficia e o expõe também. Um treinador não pode pautar o seu comportamento por constâncias de "cabeça perdida", nem um internacional da selecção nacional a jogar num dos melhores clubes do mundo rasteirar, pontapear e agredir a soco colegas de profissão. Neste sentido - não só em nome das mentes infantis que adoram os seus heróis do futebol - mas acima de tudo, pelo próprio jogo e sua imagem social, tais comportamentos são incompreensíveis e devem ser fortemente reprovados. Apesar de sabermos que alguma comunicação social (ex: entrevista da SIC) se canibaliza e alimenta com situações anormais e patológicas desta natureza, a beleza e o valor social do futebol merecem que o valorizemos pela positiva. Tais atitudes e comportamentos mesmo numa lógica de "indústria do futebol" prejudicam o jogo e a sua imagem na sociedade. Como tal, os pedidos de desculpa, as confissões públicas, "os perdões clamados" junto às câmaras tornam-se patéticos e melhor seria o profundo silêncio e recolhimento. O Futebol merece isso. No Futebol o fair-play deve reinar para que o jogo seja uma festa colectiva.

quarta-feira, abril 22, 2009

O 25 de Abril e o centrão em Águeda

No âmbito das comemorações do 25 de Abril em Águeda, na sua sessão solene, vai ter lugar uma palestra com o Dr. Luís Marques Mendes (LMM) sob o tema “A Qualidade da Democracia”. Se não fosse sério daria para rir. O Dr Marques Mendes mais conhecido em Águeda por ser um frequentador habitual da Festa do Leitão, vem-nos dar uma lição sobre a "calidade" da democracia ... Só a submissão a agendas pessoais, nos fazem passar por terra de pacóvios onde LMM tem palco para lutas intestinas de protagonismo dentro do seu partido. O 25 de Abril merece mais para todos nós e representa muito mais que cedências "saloias" entre protagonistas do centrão partidário. Falar do 25 de Abril e da imprescindibilidade do aprofundamento da democracia, dificilmente pode receber contributos significativos dos principais protagonistas dos partidos do centrão, responsáveis por esta "qualidade de democracia".


domingo, abril 19, 2009

A gestão das escolas - novos modelos e novas práticas

Com uma definição absurda o Ministério da Educação pretende que todos os Agrupamentos de Escolas e Escolas até 31 de Maio realizem a eleição do Director como o novo administrador-gestor de escolas. Devemos confessar que há já muitos anos somos defensores de que a gestão das escolas ganha muito em ter um rosto. Não um rosto qualquer. Mas um rosto de alguém que se identifique com uma liderança efectiva sobre as várias dimensões da vida de uma escola. Por muito que se argumente, o modelo de gestão em vigor já esgotou as suas capacidades e potencialidades. Digamos que teve o seu tempo. Assim, personalizar a gestão de uma escola parece-nos uma boa solução, desde que tal corresponda à possibilidade de fazer prevalecer a perspectiva pedagógica sobre a perspectiva administrativo-financeira de uma organização complexa como uma escola. Ao contrário de alguns, não identificamos na eleição do Director num assomo de autoritarismo, mas antes a imprescindibilidade da efectiva participação cívica, política e social. As participações de "faz de conta" têm os dias contados. Integrar orgãos, representar ou participar em orgãos de gestão de uma escola requer participação, conhecimento das questões e poder de decisão. Identificamos hipóteses de riscos acrescidos numa certa "politização (como dizem alguns) ou até "municipalização" (diriam outros) nas decisões. Lembro aqui o exemplo do Conselho Geral integrado por todos os Presidentes de Junta de Freguesia de onde são provenientes os alunos.... Inevitavelmente está desta forma criado o "caldinho" para assuntos sérios como as decisões relativas à gestão de um Agrupamento ou Escola ser transformado em "combate político-partidário" do mais baixo nível. Portanto, a qualidade da participação da sociedade civil liberta das "questiúnculo partidárias", é fundamental para se tomarem as melhores decisões. O Director só por si não mudará a qualidade da gestão pedagógico-administrativa das escolas, mas concerteza fará cair esta lógica sem sentido de "gestão a prazo combinado" e queremos crer que será uma oportunidade para filtrar lideranças complexas como as exigidas para as escolas, que não se compadecem com "autoritarismos militantes" ou "laxismos facilitistas". A Escola Pública para ganhar a batalha da sua qualidade educativa necessita de novas práticas de gestão assentes na responsabilização e exercício democrático das funções. Para isso o Director não pode nunca ser visto (como alguns parecem fazer-nos convencer) como o Comissário Político do ME ou da Autarquia Local. Ele tem de possuir autonomia e liberdade de decisão no desenvolvimento de projectos educativos contextualizados, com regular prestação de contas e monitorização pelos alunos, pelos professores, pelos funcionários e restantes membros da comunidade educativa. Basta que haja uma sociedade civil que participe e se envolva na vida das escolas e não se restrinja ao velho hábito de pensar que "eles decidem ..."
As escolas são organizações demasiado complexas, para ficarem reféns de modelos de gestão caducos e esgotados. Temos esperança que Directores com perfil de responsabilidade e bom senso pedagógico, possam contribuir não para "cumprir escrupulosamente a circular nº 1000 do ME" ou o que ainda não publicado no Diário da República já circula como proto-lei no site do ME..., mas sim para aprofundar a qualidade das melhores decisões para a vida das escolas, dos alunos, dos professores e dos funcionários.


PS - O que se passou neste quadro de mudança no Agrupamento de Escolas de Santo Onofre, Caldas da Rainha, com a demissão do seu Conselho Executivo ainda com mais uns anos de mandato configura um mau exemplo na autonomia e responsabilização das escolas.

sexta-feira, abril 17, 2009

Festim geral

A D'Orfeu mais uma vez toma a iniciativa e aponta o caminho no desenho de projectos culturais, desta vez promovendo o FESTIM - Festival Intermunicipal de Músicas do Mundo entre 29 Maio a 24 Julho 2009, englobando um total de 20 concertos em 7 municípios (Águeda, Sever do Vouga, Estarreja, Ovar, Oliveira do Bairro, Albergaria-a-Velha e Aveiro). Toda a programação poderá ser encontrada em http://www.festim.pt/. Como tudo seria diferente se desde sempre e em tudo (saneamento básico, abastecimento de água, políticas desportivas, redes escolares, acessibilidades, turismo, etc) as lógicas de coperação e acção conjunta dos municípios de uma região se vissem como parceiros e não como concorrentes directos. Um verdadeiro projecto cultural intermunicipal, que promove as músicas do mundo na sua diversidade, aproximando comunidades. E desta forma vamos poder ter espectáculos com Manecas Costa (Guiné-Bissau), António Rivas (Colômbia), Amsterdam Klezmer Band (Holanda), Hermeto Pascoal e Aline Moreira (Brasil), Le Vent du Nord (Canadá), Musafir - Gypsies of Rajasthan (Índia) e Kepa Junkera (Espanha) ao alcance da mão ao longo de quase dois meses.

quarta-feira, abril 08, 2009

Papelaria Gráfica Ideal fechou

A livraria e papelaria "Gráfica Ideal" estabelecimento com dezenas de anos de porta aberta (1945?), cessou a sua actividade. Aquela que por vezes era a salvação na busca de qualquer coisa não encontrada ... "Já foste à "Gráfica Ideal?" ... ou a referência de documentação, livros e papelaria para todos aqueles que a rotina dos transportes rodoviários, os aproximavam daquele estabelecimento, definhou e fechou portas, num claro sinal dos tempos. Todos sabemos que tudo nasce, cresce e morre. Mas quando crescemos habituados a ver e conhecer as pessoas, os espaços, os estabelecimentos é triste e constrangeder que também morre um pouco de nós, independentemente de sermos ou não clientes assíduos. A "Gráfica Ideal" era um estabelecimento das nossas memórias de infância, onde a busca de livros escolares se cruzavam com os cadernos e lápis necessários ao trabalho escolar. Com o encerramento da "Gráfica Ideal" é também uma parte mínima de Águeda que encerra, que deixa de respirar Águeda, que deixa de ter os livros de Adolfo Portela na sua montra.

terça-feira, abril 07, 2009

Cavaco e as pressões

imagem pedida de empréstimo de: http://instantefatal.blogspot.com/


O país político parece estar expectante acerca da atitude a tomar pelo Presidente da República Cavaco Silva, sobre o pedido de audiência do presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público. A forma de gestão do tempo e do calendário, parece ser o instrumento político utilizado. "Não recebo já a seguir, para não pensarem que estou a caucionar ..." ..... "Não digo se concedo audiência, para deixar as mentes politólogas a marinar ...". Cá para mim o contributo do Cavaco para a clarificação política do que quer que seja será quase sempre infinitesimal. Não será por Cavaco que alguém será incomodado ou sobressaltado. Até porque fazemos, parte do "grande centrão alternante" e ...
Aqueles que ainda pensam que Cavaco pensava fazer algo, podem esperar sentados. Pressões sobre magistrados. Interferências de altos responsáveis da magistratura sobre os responsáveis do processo. Imenso falatório político acerca do "país dos gajos porreiros". Alusões e relações entre as dimensões morais e éticas das pressões e a independência das magistraturas. As pressões continuam apenas circunscritas aos barris de cerveja e às carabinas da dita de ar...
O país de faz de conta continua...

FISCO - As dívidas a que temos direito

A administração fiscal deixou prescrever um terço dos 10,9 milhões de euros de correcções ao IVA do exercício de 2004, propostas pela Inspecção-geral de Finanças (IGF) a uma amostra de 13 instituições financeiras.Só uma sociedade concentrou 2,2 milhões de euros de impostos prescritos. O BCP foi de longe a instituição financeira com maiores correcções tributárias. As correcções foram sugeridas no âmbito de uma auditoria da IGF efectuada em 2007 sobre o IVA a aplicar ao sector financeiro. As conclusões apresentadas aos responsáveis do Ministério das Finanças em Março de 2008 - tal como o PÚBLICO já noticiou - são de que o comportamento da administração fiscal prejudicou desde 2004 os interesses do Estado em largas dezenas de milhões de euros. A administração fiscal não divulgou ao sector as instruções fornecidas ao BPI em 2004, cuja aplicação resultaria num menor reembolso de IVA pelo Estado às entidades financeiras. Esse benefício indirecto apenas a parte do sector financeiro não foi ainda contabilizado. Mas alguns grupos saíram bastante favorecidos, como salienta o relatório da IGF. "A não-divulgação atempada daquele entendimento, a par de uma intervenção tardia da inspecção tributária, foi responsável, apenas no período entre 2004 e 2006" - e para as 13 instituições da amostra considerada que usaram esse método - "por aumentos indevidos dos coeficientes de dedução entre os 18 e 29 por cento, envolvendo 35,4 milhões de euros de imposto não-liquidado", onde duas instituições - cujos nomes aparecem emendados no relatório pedido pelo PÚBLICO - "assumiam o maior peso, respectivamente com 24,6 e 4,5 milhões de euros". in O PÚBLICO 6.4.09
Num tempo de prescrições, ajuda sempre alargar e aprofundar o conceito. Os portugueses que paguem a crise pois a banca, está muito mal e precisa destas ajudas indirectas para voltar aos lucros de centenas de milhões. O despudor e o laxismo, aliam-se. Para uns ferro e fogo, para outros prescrições atrás de prescrições. Até quando?

quarta-feira, abril 01, 2009

A corrupção compensa ou a corrupção a que temos direito

imagem emprestada de: http://www.riscar.net/?cid0=2&itemID0=61&imgID=365

João Cravinho está preocupado com a "saúde" do sistema democrático português, ao estranhar que apenas o Bloco de Esquerda (BE) se tenha manifestado contra a nomeação de Domingos Névoa para a presidente da Braval, uma empresa intermunicipal de tratamento de resíduos.
Domingos Névoa, administrador da empresa Bragaparques, foi recentemente considerado culpado no processo de tentativa de corrupção ao vereador da Câmara Municipal de Lisboa José Sá Fernandes e condenado ao pagamento de uma multa de mil euros.
in Correio da Manhã 1.4.09


Porque nada nos espanta? Porque vivemos neste sereno conformismo? Porque o anormal passou a normal? Porque se consola o país neste silêncio? Até quando?
João Cravinho não é alguém compulsivamente obcecado com a questão da corrupção nacional. Mas sim alguém que há muito percebeu que a "endémica e socialmente legitimada corrupção" é um verdadeiro cancro para o desenvolvimento do país. A corrupção - por vezes "desculpada" por financiar campanhas do centrão partidário - atinge níveis de despudor e desfaçatez nunca imaginados. E só assim se compreende que as relações Portugal - Angola sejam o que são. Que "toda a gente" feche os olhos e esqueça "a realidade angolana", em nome do negócio e à revelia dos direitos humanos e dos mais elementares valores de cidadania.

terça-feira, março 31, 2009

Um prescrito país

O que é a prescrição? Perdoar socialmente? Desculpar por desfasamento temporal? Branquear selectivamente?
Há um país à beira de prescrever. Um país onde se alguém é esbofeteado na via pública, tem 15 minutos para apresentar a respectiva queixa. Depois, já não conta. Um país onde se alguém assalta um banco, tem de ser acusado rapidamente pois arrisca-se a prescrever a possibilidade de ser acusado. Um país onde o crime de colarinho branco, realizado ao ritmo do clic de um rato, prescreve 5 minutos depois. Um país onde a negligência médica, prescreve após a morte do doente. Um país onde não importa o quê, realizado quando, por um alguém, terá sempre a honrosa e digna possibilidade da prescrição eterna. Essa eterna e bondosa forma de "sermos um país de tipos porreiros, pá". Apetece-me relembrar a máxima do outro que defendia o fusilamento provisório... Um país em que as únicas coisas que nunca prescrevem são o desemprego, as desiguldades sociais e a corrupção.
Os crimes nazis realizados há mais de 50 anos, se tivessem sido cometidos neste país, já tinham prescrito três vezes...

sábado, março 28, 2009

José Mourinho, FMH e Doutoramento Honoris Causa


A Universidade Técnica de Lisboa (UTL) concedeu na 2ª feira o doutoramento honoris causa a José Mourinho, sob proposta da Faculdade de Motricidade Humana (FMH) suportado no seu trabalho na área do Desporto de Alta Competição, nomeadamente no Futebol.
Acerca da validade da atribuição deste título académico a alguém da área do Desporto e com um percurso profissional ainda jovem, alguns sorrisos e comentários anónimos foram proferidos, encarando este acto como um sinal dos tempos. É inegável que a actividade profissional de José Mourinho é caracterizada por singularidades e particularidades que cruzadas com as características de personalidade lhe conferem notoriedade, rendimento e uma imagem de uma enorme capacidade de trabalho sustentada em bases científicas. Do que conheço do seu trabalho, considero que apesar de Mourinho nunca referir que era licenciado em Educação Física pelo ISEF de LIsboa ou mesmo que tinha sido aluno de Carlos Queiroz ou Jesualdo Ferreira (apesar de agora a nostalgia, fazê-lo recordar o facto) a natureza da sua intervenção profissional não seria a que é hoje, sem essa formação no seu percurso de vida. A actual FMH (antigo ISEF) revê-se na qualidade do trabalho de Mourinho na área do treino desportivo de Futebol e, obviamente retira partido da enorme exposição mediática do cidadão José Mourinho por essa Europa que quer saber tudo sobre o "Special One". Num mercado universitário cada vez mais concorrencial, é uma forma de promoção que ultrapassa as fronteiras do país. Do meu ponto de vista este tipo de doutoramentos não têm necessariamente que ser "doutoramentos de carreira" ou de reconhecimento de um percurso de vida. No entanto entendo que o percurso profissional de José Mourinho, imensamento polémico e irreverente convenhamos, ainda é curto para tal distinção se relembrarmos que a única individualidade da área do Desporto a quem foi atribuído, foi nem mais nem menos que o "Senhor Atletismo" Profº Mário Moniz Pereira.
Mas, entre consensos ou opiniões menos assumidas, o acto académico teve coberturas de comunicação social nunca vistas (260 jornalistas, directos, reportagens, TV estrangeiras, etc) e permitiu um grau de notoriedade internacional por parte da FMH que concerteza dezenas ou centenas de artigos publicados em revistas internacionais, dificilmente conseguiriam. Sinal dos tempos...

José Mourinho volta hoje, por um dia, à Faculdade de Motricidade Humana (FMH), onde em 1987 se licenciou em Educação Física, opção futebol. Mas para ser distinguido com um doutoramento honoris causa numa cerimónia fortemente mediatizada e que terá a presença de 250 convidados. Entre eles, familiares, amigos, o ministro da presidência Pedro Silva Pereira (representando José Sócrates), o secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias. O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, enviou um vídeo.
Face ao forte apelo mediático, a FMH teve de usar todos os meios, e criatividade, para conjugar as necessidades da cerimónia e da imprensa - as televisões nacionais enviam várias equipas cada; vêm jornalistas de Espanha, Itália e Inglaterra.
"Está tudo pronto", disse ontem ao DN o vice-presidente do Conselho Científico da FMH e ex-colega de curso de José Mourinho. "Esta cerimónia terá um duplo sentido, institucional e pessoal, porque fomos colegas há cerca de 20 anos", afirmou António Veloso.
José Mourinho chega hoje de manhã a Lisboa, e segue para a FMH, visitando as instalações (10.00). Às 11.00, encontra-se com estudantes, depois há um almoço a anteceder o cortejo (14.30) e a cerimónia (15.00). in Diário Notícias de 23.3.09



sexta-feira, março 27, 2009

Patético


O ministro que foi candidato do PS a deputado por Aveiro, por se lembrar em criança de vir passar férias a Espinho junto aos comboios, perante a anunciada falência da empresa Quimonda refere que "Vamos tentar recuperar os apoios ... já esperava o processo de insolvência com que a Qimonda avançou hoje ... o Estado vai tentar recuperar os apoios financeiros dados à empresa. Apoiámos esse projecto desde o primeiro dia ... punha Portugal na vanguarda da indústria de semicondutores... Mas que não haja a mínima dúvida: o apoio que nós demos, vamos tentar recuperá-lo até ao último tostão" in Diário Digital 27.3.09.


Num processo em que a empresa-emblema do governo foi apoiada de todas as formas (não contando as viagens de Falcon à Alemanha), este natural desenlace, só vem comprovar a qualidade das nossas lideranças que perante um quadro de mudanças, são incapazes de visões prospectivas mínimas e se encontram ao alcance de qualquer investidor (desde que seja estrangeiro...). O país observou como infelizmente para os seus trabalhadores e a economia nacional, uma empresa pode passar de modelo a apresentar, de foco de todas as atenções e apoios, quase numa cegueira bacoca e parola, para uma normal bancarrota em que os milhões que o Estado investiu devem ser vistos por um canudo não de Braga mas talvez de Bragança...
O país está como está, pelo conjunto de Quimondas ao longo dos anos. Pela decisão fácil, pouco sustentada e frágil. Como é possível apresentar ainda há menos de 1 ano a Quimonda como o expoente do futuro da indústria portuguesa e chegarmos onde chegámos?
Num país de berardos, finos e quimondos a culpa será sempre do Sr. António contínuo do Ministério da Economia... Assim nos querem sempre fazer crer.