Vale do Vouga, Metro de Superfície e TGV
Assembleia Municipal de Aveiro pede reabilitação da linha ferroviária do Vouga 04.07.2006 - 15h58 Lusa
A Assembleia Municipal de Aveiro vai enviar uma moção ao Presidente da República e ao Governo a reclamar a reabilitação da linha ferroviária do vale do Vouga.
A moção, aprovada ontem por unanimidade na reunião da Assembleia Municipal de Aveiro, foi proposta por António Regala, da CDU, e deverá ser também endereçada às áreas metropolitanas de Aveiro, Porto e Viseu, já que a linha do Vouga serve ainda Espinho e, em tempos, ligou Aveiro a Viseu.A linha-férrea do Vale do Vouga foi desactivada em vários troços, servindo ainda as populações mais litorais dos concelhos de Aveiro, Águeda, Albergaria-a-Velha, Oliveira de Azeméis, São João da Madeira, Feira e Espinho.A reduzida frequência de automotoras e a falta de investimentos naquela via nos últimos anos tem levado à decadência da linha do Vouga.No debate que antecedeu a aprovação da moção da CDU, o socialista Carlos Candal manifestou o seu cepticismo quanto à recuperação da linha, lembrando que "o primeiro ataque foi feito quando atribuíram os incêndios às locomotivas e, mais recentemente, foi questionada a rentabilidade da sua exploração". Carlos Candal referiu, contudo, que "milhões de portugueses vão passar a vida toda sem pôr os pés no TGV", pelo que há um fim social na reabilitação da linha do Vouga que justificam o seu apoio à moção. (Público, 5.7.06)
Cá está um bom motivo para mobilização intermunicipal. O "velhinho" comboio do Vale do Vouga não pode ir caindo às peças, fechando estação após estação, apeadeiro após apeadeiro. Num país com tão elevada taxa de investimento público de rentabilidade duvidosa, a linha do Vale do Vouga assume-se como merecedora de requalificação e modernização. A capacidade de fazer desta linha ferroviária, que une vários concelhos do distrito de Aveiro, um pólo de desenvolvimento regional, requer um olhar que ultrapasse a sua principal função social, ou seja o transporte de pessoas e mercadorias. Deve ser possível combinar esta função com outras de dinamização do ordenamento do território, de expansão da oferta turística, de combate à desertificação do interior, da mobilidade dos cidadãos no espaço regional, da diminuição dos tempos de entregas de mercadorias para as empresas. Aveiro e a sua região carecem de um transporte atraente, célere e moderno. Que responda às suas características de um território de elevada mobilidade diária de cidadãos, que se vêm condenados a usar e abusar do automóvel individual. Um metro de superfície que contribua para atrair quem hoje não utiliza o transporte ferroviário do Vale do Vouga, é uma das soluções. Uma linha que desça da zona serrana até à costa. Que consiga ligar o litoral ao interior. Que contribua para fazer circular pessoas pelas aldeias isoladas e permita o acesso às grandes urbes. Que facilite a mobilidade junto dos grandes pólos de atração de Aveiro (Universidade, PT, etc) ligando-os a outras urbes.
O Orçamento Geral do Estado é do país, não é só do Porto ou de Lisboa. O país não pode continuamente pagar os aeroportos que não utiliza, os TGV que não deseja, os viadutos que não pediu, os metros de que não beneficia. Um país desenvolvido, é um país equilibrado. E Portugal é cada vez mais um país desequilibrado regionalmente.
Modestamente, entendemos que um metro de superfície na região de Aveiro poderia ser um factor de combate a esses desequilíbrios. Haja vontade política.......que o resto aparece.
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