quarta-feira, dezembro 19, 2007

Novos modelos de gestão das escolas - mais vale tarde do que nunca ...


O nosso PM anunciou a intenção de proceder a alterações no modelo de gestão pedagógica e administrativa das escolas básicas e secundárias.


“A nossa visão para a gestão das escolas assente em três objectivos principais: abrir a escola, reforçando a participação das famílias e comunidades na direcção estratégica, favorecer a constituição de lideranças fortes nas escolas; e reforçar a autonomia das escolas”, disse José Sócrates, durante o debate mensal.No âmbito desta reforma, o director executivo de cada escola passará a ser escolhido por concurso pelo respectivo órgão colegial, o Conselho Geral, tendo que ser obrigatoriamente um professor.No Conselho Geral têm assento professores, pais, autarquias e “actividades locais”, especificou o Chefe de Governo. (in Correio da Manhã 11.12.07).


Já era tempo de alterar a forma de liderança das escolas, terminando com um modelo que já não serve, face à complexidade organizacional das escolas. A natureza dos problemas e desafios das escolas, não se compadecem com lideranças pedagógicas a prazo e/ou inconsistentes, exigindo lideranças fortes - não confundir com autoritarismo ou "regressos ao passado do Director ou Reitor" - capazes de trilhar caminhos de melhor gestão dos recursos humanos e materiais, para uma melhor qualidade de ensino. Esta medida, parece assentar numa lógica descentralizadora. Capaz de estimular a busca de caminhos próprios pelas escolas e de "arrasar" com o modelo de gestão pré-determinado pela circular da 5 de Outubro ou o do despacho publicado na página web do Ministério da Educação. No entanto vivemos num tempo dominado pelo centralismo burocrático perante as escolas portuguesas. Em que o ME tudo controla e determina. Com um responsável máximo a dizer como devem ser os planos das aulas de substituição... Contraditório, não é? O ME parece não confiar nas suas escolas e respectivos professores. Esperemos que até lá a autonomia das escolas não seja palavra vã, bem como um reforço das suas possibilidades de melhoria de funcionamento. A bem da qualidade de ensino nas escolas, saudemos esta intenção fazendo votos de que ela seja uma verdadeira aposta na forma de encarar a gestão das escolas, a participação da comunidade e o desenvolver de lideranças pedagógicas assentes em ideias e projectos claros e contextualizados localmente.
A ver vamos...

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