Os professores, a marcha e a política
A mobilização dos professores a pretexto da contestação do modelo de avaliação do desempenho profissional foi um marco na demonstração da sua unidade. Tal parece ter sido o início e o rastilho para mais fortes e consistentes contestações às políticas do nosso PM, sempre lesto e assertivo na defesa da sua ministra. Tomara que assim fosse na luta contra a corrupção no país ...
Se a importância, necessidade e valor da avaliação dos professores não se contesta, o momento coincidiu com um crescendo de "verborreia legislativa" produzida pelo Ministério da Educação, na maior parte dos casos potenciando a burocracia e o completo envolvimento dos professores em tarefas burocratizantes. Iniciar um processo destes a meio de um ano lectivo, não pode ser considerado uma medida de bom senso ou produzida por alguém que faça uma ideia de como funciona uma escola.
Neste momento, face ao clima de crispação desenvolvido, importa encontrar saídas e soluções que beneficiem o clima de trabalho nas escolas e o ambiente de aprendizagem de que todos os alunos carecem. Será necessária a demissão da Ministra? Farão sentido mediadores mais ou menos institucionais? Terá influência o medo eleiçoeiro do nosso PM? Terá Manuel Alegre um militante do PS escondido, capaz de substituir a ministra da Educação e ajudar o nosso PM?
A principal questão é equacionar de que a avaliação de professores não é nem pode ser, o mesmo que a avaliação produtiva de qualquer empresa. Que importa definir um enquadramento conceptual do modelo de avaliação, que tenha na sua operacionalização formas simples de observação e verificação das competências evidenciadas por cada professor nas várias dimensões da sua intervenção profissional.
É preciso acalmar os ânimos e fazer com que todos compreendam que mais importante do que a avaliação individual é a avaliação da escola/agrupamento como organização, que a partir daí gerará os seus próprios processos de avaliação interna dos seus profissionais.
Deixem as escolas trabalhar ...
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