Opinião sobre Inglês no 1º Ciclo
A solicitação do semanário "Região de Águeda" e em nome de A FONTE - Associação de Pais das Escolas de Águeda manifestámos a nossa opinião acerca do programa de Inglês nas escolas do 1º Ciclo. Lamentavelmente o jornal optou por não publicar integralmente o texto e recortá-lo ... alterando inclusivé o título. Opções...
“A Fonte” lança dúvidas sobre o processo do ensino do Inglês
Rui Neves, presidente da assembleia-geral da Associação de Pais e Encarregados de Educação das Escolas de Águeda "A Fonte", justifica.
Para Rui Neves, presidente da assembleia-geral da Associação de Pais e Encarregados de Educação das Escolas de Águeda "A Fonte", não há dúvidas que "a introdução do inglês como actividade extracurricular contribui para o enriquecimento da formação integral das crianças que frequentam as nossas escolas do 1º Ciclo" e que "é hoje uma mais valia fundamental no reforço das suas competências comunicacionais".
"Temos assim esperança que o programa de desenvolvimento do inglês, tenha a necessária sustentabilidade financeira e pedagógica, que lhe permita contribuir para o aumento dessas competências, por parte dos alunos que o frequentam", acrescenta o presidente da assembleia geral da Fonte.
"É nosso entendimento que será prematuro fazer juízos de valor acerca de um programa que está a dar os primeiros passos", diz Rui Neves, acrescentando que "enquanto cidadãos e pais, lamentamos que alguns aspectos do programa deixem dúvidas e inquietações". O que Rui Neves e a Fonte não percebem é "porque motivo se apostou na privatização do programa junto das escolas públicas?" e ainda "porque não se rentabilizaram recursos humanos com formação específica no desenvolvimento dessas competências, quando existem milhares de professores no desemprego?".
"Porque se moldou um programa que vai ser aplicado do exterior para o interior da escola do 1º Ciclo?" e "Como é possível que a escola do 1º Ciclo não tenha controlo pedagógico sobre um programa dirigido aos seus alunos?", são outras interrogações deixadas pelo presidente da assembleia geral da Fonte.
"O que virá a seguir? A escola contrata uma empresa de informática? Uma empresa de ciência? Um explicador de matemática?", frisa Rui Neves.
"Em Águeda e mais concretamente nas escolas abrangidas pelo Agrupamento de Escolas de Águeda (Águeda, Borralha, Assequins, Recardães, Vale Domingos, Castanheira do Vouga, Giesteira) a candidatura protagonizada pela liderança da Câmara Municipal de Águeda em parceria com o Agrupamento, tomou a decisão de apresentar um projecto contratualizado com uma entidade privada do ensino do inglês. Do ponto de vista pedagógico estamos perante uma actividade realizada na escola, mas que não é da escola/agrupamento. Uma actividade pedagógica que sendo uma aposta estratégica na área da educação, não é conduzida, dinamizada e avaliada pelos professores da escola e/ou agrupamento", refere Rui Neves, lançando nova interrogação: "estamos perante o início da descaracterização da escola como um todo e o advento da escola do 1º ciclo composto por partes desfragmentadas? Estaremos perante o fenómeno da subcontratação na Educação?".
"Não seria possível, também no inglês, desenvolver estratégias de articulação entre o 1º e o 2º ciclo de escolaridade?", interroga-se.
"Este conjunto de dúvidas e inquietações, decorrentes da própria filosofia da legislação do Ministério da Educação, foram colocadas formalmente junto de responsáveis do Agrupamento e da Câmara Municipal de Águeda", remata Rui Neves.
Autor: Região de ÁguedaFonte: internaQuinta-feira, 03 de Novembro de 2005 - 08:45:07
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