Um país de berardos...
"O acervo do empresário madeirense segue a evolução artística do século XX e passa pela pintura, a escultura e a fotografia. A nível internacional destacam-se obras de nomes como Marcel Duchamp, com três peças, Salvador Dali («White Aphrodisiac Telephne», de 1936, e «Cycle Systématique de Conférences Surrealiste (le Ying et le Yang)», de1935-36), Pablo Picasso está representado com «Femme dans un Fauteuil», do seu período surrealista, e «Tête de Femme» já considerado cubismo.
Da colecção fazem também parte dois títulos de Joan Miró, um de 1925 e outro de 1927. Outros artistas importantes deste espólio são Donald Judd, Yves Klein, Roy Lichtenstein, Henri Michaux, ou conceptualista Bruce Nauman, que aparece com dois quadros. Mas há muito mais. António Palolo (nove peças), Aleksandr Rodchenko, Hiroshi Sugimoto, Antoni Tàpies, Jean-Michel Basquiat, ou Andy Warhol (com 26 peças individuais). Donaldson, Dubuffet, Favre, Barrias, Beuys e Peter Blake são outras referências, bem como Deschamps, Hockney ou Gerhard Richter. A jóia da coroa é «Composition with Yellow, Black, Blue and Grey» de Piet Mondrian.
A representação portuguesa ascende a mais de 200 obras, sendo Fernando Lemos o artista nacional mais representado, com 116 peças. «Composition», datado de 1948, é o único quadro de Maria Helena Vieira da Silva na Colecção. Já Paula Rego está representada com «The Bam», «Three Blind Mice», e uma terceira obra sem título. Helena Almeida aparece com oito trabalhos. Nadir Afonso, René Bertholo, Julião Sarmento, Cruzeiro Seixas, Pedro Cabrita Reis, Amadeu de Souza Cardoso, José de Guimarães, Lourdes Castro, Júlio Pomar e Mário Cesariny são mais alguns dos portugueses em destaque no acervo. Mas há ainda obras de Rui Chafes, Daniel Blaufuks, Joana Vasconcelos, Jorge Molder, ou Leonel Moura." (Expresso on-line 13 Abril)
Da colecção fazem também parte dois títulos de Joan Miró, um de 1925 e outro de 1927. Outros artistas importantes deste espólio são Donald Judd, Yves Klein, Roy Lichtenstein, Henri Michaux, ou conceptualista Bruce Nauman, que aparece com dois quadros. Mas há muito mais. António Palolo (nove peças), Aleksandr Rodchenko, Hiroshi Sugimoto, Antoni Tàpies, Jean-Michel Basquiat, ou Andy Warhol (com 26 peças individuais). Donaldson, Dubuffet, Favre, Barrias, Beuys e Peter Blake são outras referências, bem como Deschamps, Hockney ou Gerhard Richter. A jóia da coroa é «Composition with Yellow, Black, Blue and Grey» de Piet Mondrian.
A representação portuguesa ascende a mais de 200 obras, sendo Fernando Lemos o artista nacional mais representado, com 116 peças. «Composition», datado de 1948, é o único quadro de Maria Helena Vieira da Silva na Colecção. Já Paula Rego está representada com «The Bam», «Three Blind Mice», e uma terceira obra sem título. Helena Almeida aparece com oito trabalhos. Nadir Afonso, René Bertholo, Julião Sarmento, Cruzeiro Seixas, Pedro Cabrita Reis, Amadeu de Souza Cardoso, José de Guimarães, Lourdes Castro, Júlio Pomar e Mário Cesariny são mais alguns dos portugueses em destaque no acervo. Mas há ainda obras de Rui Chafes, Daniel Blaufuks, Joana Vasconcelos, Jorge Molder, ou Leonel Moura." (Expresso on-line 13 Abril)
Finalmente! O país suspirava com a decisão. Em qualquer canto e esquina se ouvia, "Já decidiram?", "Sempre fica cá?", "Chegaram a acordo?", "Fica no CCB ou na Fundação Dionísio Pinheiro?". A bolsa manteve-se com forte instabilidade negocial, devido à incerteza da decisão sobre a colecção Berardo em Portugal. A inflacção (principalmente ao nível dos produtos de primeira necessidade) apresentou níveis de variabilidade nunca vistos desde a entrada no Euro, levando até à intervenção do BCE. A negociação colectiva de contratos de trabalho, influenciando directamente a vida de milhões de portugueses, esteve bloqueada por via da indecisão Berardo-Estado. Os milhares de pensionistas respiraram de alívio, porque com a decisão tomada de instalação da colecção Berardo no CCB a expensas totais do orçamento de estado, fica garantida a sustentabilidade do regime de segurança social. Os próprios funcionários públicos manifestam o seu contentamento pelo desenlace da situação, geradora de estabilidade ao nível da Caixa Geral de Aposentações. O Serviço de Fronteiras saltou de espanto, pois logo que se confirmou a decisão, irromperam espanhóis, franceses (e alguns ucranianos que aproveitaram a confusão gerada) pelas nossas fronteiras num imenso frenesim, que apenas se justificava pelo desejo de ver onde ficaria a colecção Berardo.
A história triste repete-se. O Estado (todos nós) pagamos principescamente aquilo que privados tomaram a decisão de fazer. O Estado (todos nós) vamos contribuir para a valorização financeira objectiva de uma colecção privada. O Estado (todos nós) desbaratamos um espaço cultural de excelência (CCB) hipotecando a sua programação a uma única colecção.
É óbvio que as finanças públicas, o famoso "deficit", o orçamento de estado, o equilíbrio financeiro e todas as "tretas" com que nos bombardeiam diariamente, em nada serão afectadas pela decisão do Estado de ajudar à valorização da colecção Berardo. Nada disso. As grandes linhas de orientação estavam já traçadas: aumento dos impostos, aumento das taxas moderadoras, benefícios fiscais nas OPAS, despedimento camuflado de 75000 funcionários públicos, investimento no imprescindível TGV, construção do aeroporto da OTA, etc. Até porque se corria o risco da dita, se instalar na China, na Índia ou até no Nepal países que até ao último segundo disputaram a sua instalação.
O país é dos "chico-espertos" que quando não querem fazer fundações ... afundam o Estado (todos nós).
Vivam os berardos deste país...
1 comentário:
Vivam! Os Deputados! Clube de chulos que marcam presença, mas só nos livros!
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