1º Ciclo Ensino Básico - Que rede escolar?
Movimento de Viseu entrega petição no Parlamento contra encerramento de 215 escolas 23.06.2006 - 17h55 Lusa
Um movimento de Viseu entregou esta tarde ao gabinete do presidente da Assembleia da República uma petição com mais de sete mil assinaturas contra o "encerramento cego" de 215 escolas do 1º ciclo do Ensino Básico de aldeias daquele distrito.
João Cordeiro, porta-voz do Movimento em Defesa das Nossas Escolas – que reúne professores e encarregados de educação -, explicou que a petição pretende levar o caso a ser discutido no Parlamento, para que o “Governo volte atrás na decisão de encerrar tão cegamente um número tão elevado de escolas".As assinaturas foram recolhidas sobretudo nas aldeias afectadas que, sublinhou João Cordeiro, "sentem a escola como o último serviço público que ainda têm".O movimento considera que a medida vai prejudicar os alunos do 1º ciclo de Cinfães, Sernancelhe, Moimenta da Beira e até do concelho de Viseu, que, afirma, serão deslocados para escolas com piores condições do que as que actualmente frequentam. Sobretudo no Norte de Viseu, o movimento afirma que o encerramento obrigará os alunos a grandes deslocações, como em Cinfães, onde, afirmam, o tempo de viagem ultrapassará os 45 minutos máximos previstos na carta educativa, nomeadamente durante o Inverno quando houver neve.
Um movimento de Viseu entregou esta tarde ao gabinete do presidente da Assembleia da República uma petição com mais de sete mil assinaturas contra o "encerramento cego" de 215 escolas do 1º ciclo do Ensino Básico de aldeias daquele distrito.
João Cordeiro, porta-voz do Movimento em Defesa das Nossas Escolas – que reúne professores e encarregados de educação -, explicou que a petição pretende levar o caso a ser discutido no Parlamento, para que o “Governo volte atrás na decisão de encerrar tão cegamente um número tão elevado de escolas".As assinaturas foram recolhidas sobretudo nas aldeias afectadas que, sublinhou João Cordeiro, "sentem a escola como o último serviço público que ainda têm".O movimento considera que a medida vai prejudicar os alunos do 1º ciclo de Cinfães, Sernancelhe, Moimenta da Beira e até do concelho de Viseu, que, afirma, serão deslocados para escolas com piores condições do que as que actualmente frequentam. Sobretudo no Norte de Viseu, o movimento afirma que o encerramento obrigará os alunos a grandes deslocações, como em Cinfães, onde, afirmam, o tempo de viagem ultrapassará os 45 minutos máximos previstos na carta educativa, nomeadamente durante o Inverno quando houver neve.
No todo nacional assistimos a uma desenfreada política de encerramento de escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico. Todos sabemos que Portugal tem uma rede de escolas do 1º CEB caracterizada pela sua dispersão geográfica e territorial. Sabemos também que somos o país da Europa com o maior número de escolas com menos de 10 alunos. O número de alunos que frequentam as escolas do 1º CEB, tem vindo a diminuir. São dados indesmentíveis. Mas, como habitualmente em Portugal, não podemos/devemos passar do 8 para o 80. Citemos um exemplo próximo de nós. Anadia, prepara-se para encerras as suas escolas do 1º CEB e em alternativa criar de raíz 3 Centros Educativos. Desde logo a designação espanholada de centro educativo, é uma ideia que nos repugna, face ao desuso da designação escola. As escolas com 1, 2, 3, 4, 5, 6 ...alunos são apresentadas como maus exemplos de qualidade educativa. Pelo que recorrendo aos motivos opostos as escolas com 300, 400, 500 alunos não podem ser o modelo a seguir. Falamos de escolas e não de "armazéns de crianças". De crianças até aos 10 anos que carecem de construir os seus espaços de afectos, de pertença e identidade. As escolas têm de ser casas com alma, onde cada um se identifique. Falamos de crianças que têm de levar da escola, referências positivas de socialização que as possam enriquecer. Cada um de nós recorda a sua escola, os seus espaços, o significado de cada canto, de cada árvore. As crianças não sendo "só" números, exigem que a qualidade educativa se acentue a partir das referências positivas que a escola do 1º CEB lhe pode proporcionar. As escolas não podem ser "centros educativos". As escolas não podem ser "amontoados de actividades". As escolas não podem ser "armazéns de crianças". Acima de tudo, a qualidade educativa exige que sejamos capazes de estruturar escolas onde a socialização, a aprendizagem de novas competências, o desenvolvimento global de cada criança faça crescer o país. Em nome da racionalidade económica não vale tudo. Há que encontrar equilíbrios e a justa medida. Neste momento o país em relação às escolas do 1º CEB, parece possuído pela paranóia do fechar, fechar, fechar.......sem pensar. Que distâncias diárias têm que percorrer as crianças? Que organização das rotinas diárias das crianças estamos a promover? Que afastamento diário das famílias estamos a fomentar? Que efeitos estamos a provocar na "litorialização" do país? Que
O país que ainda até há pouco tempo clamava por uma universidade em cada concelho, tem de encontrar o equilíbrio na definição da rede escolar no seu ensino obrigatório.
Não podemos passar do 8 para o 80 como se o assunto fossem batatas...
2 comentários:
Caro Rui Neves
A racionalidade é um critério que deve estar sempre presente. Tem sentido o que é proposto. Pretende-se propiciar melhores condições para as crianças. Do 8 para o 80, no dizer de alguns, porque durante anos se assobiou para o ar "deixando correr o marfim"...Temos, agora, que andar mais depresa para recuperar o tempo perdido.
Vamos ter oportunidade para debater estas questões proximamente.
Um abraço
Caro Dias
"Andar mais depressa" não nos pode impedir de pensar, sobre algo estrategicamente tão importante como a Educação. Reduzir a discussão da Educação à contagem de escolas, alunos e professores, baralhar e construir rácios que determinam as decisões..........obviamente que a prazo, os resultados não serão os melhores.
Aprofundamos dia 8 na capital política da freguesia do Préstimo ....A-DOS-FERREIROS.
um abraço
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