RDA que projecto?
O Recreio Desportivo de Águeda (RDA) iniciou uma nova fase, desta vez elegendo de acordo com os seus estatutos corpos sociais para os seus três orgãos. Mas aquilo que se pensava ser a entrada numa fase de normalidade e estabilidade, parece não se confirmar. Infelizmente, demasiados factos em catadupa têm surpreendido quem gosta do RDA. Dirigentes eleitos duvidosamente confirmados como associados do clube; um vice-presidente eleito que após 15 dias passa a treinador principal da equipa sénior; demissão de vários membros da Direcção; substituição de membros da Direcção eleitos, por membros coaptados; demissão em bloco dos dirigentes dos escalões de formação; ameaças públicas e privadas. Num início de época desportiva onde se desejaria que a tranquilidade imperasse de forma a desenvolver e operacionalizar ideias e projectos, nada disso se passa. Um clube da dimensão e inserção social do RDA ou possui potencial de organização e mobilização ou agoniza socialmente. E uma de muitas estratégias passa (de uma vez por todas) por, de forma sustentada conceber, planear e desenvolver o trabalho ao nível dos seus escalões de formação. Não se trata só de proporcionar a prática do Futebol, aos mais jovens ou aos mais aptos. Há que tirar todo o partido do Futebol e de todos os que dele gostam. Fazer do clube uma instituição social que com base no Futebol seja capaz de atrair as pessoas, não só para as suas bancadas, mas principalmente para um envolvimento generalizado com a prática desportiva. Imaginar que um clube se deve dimensionar, em função do valor do "cheque" da autarquia local é "não estar cá". Os exemplos que por aí pululam (principalmente a Norte e nas ilhas) de (des)investimento sem critério em equipas/SAD/clubes da santa terrinha, por parte de Câmaras Municipais e Governos Regionais têm os dias contados. Hoje o desafio é o de desenvolver projectos que pelo seu reconhecimento social, surjam com níveis mínimos de sustentabilidade económica e financeira. Já não acreditamos em "projectos-milagre" em que o pretenso rigor da planificação, a total previsão do imprevisível tornam o sucesso e a vitória fatais como o destino. A actividade humana e Futebol como tal, exigem sim trabalho prévio, pensamento estratégico, planeamento, identificação de problemas, definição de estratégias, mas acima de tudo mecanismo de monitorização dos projectos. Não se trata de definir sucessões de cenários B, antes possuir mecanismos que suportem a serenidade da intervenção desportiva, para lá da bola que bate no poste, do penalti que se falha ou do árbitro que foi "habilidoso". Os clubes se quiserem sobreviver e cumprir o seu desiderato social na promoção cada vez mais qualificada da prática desportiva têm de se profissionalizar em termos da intervenção técnica. Já não é mais possível, formar jovens, desenvolver aptidões físicas, pretender potencializar capacidades técnicas e tácticas, rentabilizar a proliferação de valores éticos de "fair-play", acompanhar percursos individuais diferenciados de evolução, numa base de desenrasca e fora daquilo que hoje é o conhecimento do Futebol.
O RDA carece de uma ideia, carece de um projecto. Um projecto para lá do "mega-concerto", para lá da "aposta na formação". O RDA precisa como de pão para a boca, de estruturar e desenvolver um Centro de Formação que não vacile época após época, com rumos assumidos e traçados beneficiandos os jovens que gostam de jogar Futebol. Fazemos votos para que o futuro traga ao RDA a paz, a serenidade e a ambição de "pensar hoje o clube do futuro"...
3 comentários:
subscrevo!
Vim aqui nos caminhos da net e nem sei como.Mas nao pude apreciar devidamente esse texto magistralmente escrito proque nao sei de onde vc esta falando e nem a que time vc se refere.Alias nem sei a que esporte e o RDA.Nao ha qualwuer referencia no seu blogue .Ou sou uma estupida?Vou procurar mais!
www.orgulhoaguedense.blogspot.com
Para mais informações sobre o Recreio!
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