segunda-feira, novembro 20, 2006

Lê-se e não se acredita (IV)

O Procurador-Geral da República confirmou ter participado numa reunião com membros do Governo que está a provocar polémica. Segundo o semanário Sol, o encontro terá servido para Sócrates pedir a Pinto Monteiro para acelerar a investigação à banca.
O Procurador-Geral da Republica diz em comunicado que a reunião serviu para pedir ao governo um reforço dos meios necessários e indispensáveis para o combate eficaz à criminalidade económica. A nota de Pinto Monteiro não desmente, no entanto, que a conversa tenha passado também pela chamada "Operação Furacão", onde estão a ser investigados vários bancos. A notícia do semanário Sol garante que José Sócrates e os ministros da Justiça e das Finanças pediram a Pinto Monteiro urgência nesta investigação, preocupados com a imagem negativa da banca neste processo.
Sic Online 18.11.06
Ingenuamente imaginávamos a prática da separação de poderes judicial e executivo.
Ingenuamente imaginávamos a igualdade dos cidadãos perante a lei.
Ingenuamente imaginávamos que o grande timoneiro, só pensava no "deficit".
Ingenuamente imaginávamos que o Procurador-Geral da República Portuguesa não recebia "ordens", "instruções" e muito menos quando está a almoçar.
De forma estrondosa este é um final feliz para a rábula montada pelas agências de comunicação, sobre o "ataque à banca" da parte do governo, para desviar atenções e não debater o orçamento de 2007.
Reabertura já do Parque Mayer...

1 comentário:

SC disse...

Caro Rui,

Acreditar que alguém deu ordens é também aceitar que alguém as recebeu. E, se acreditar que alguém deu ordens indevidamente é manifestção de desconfiança por essa pessoa, e todos temos esse direito, em especial se já a conhecemos de gingeira, aceitar que alguém sem dependência hierárquica as recebe, é duvidar da sua honradez. Se não a conhecemos de lado nenhum não é bonito!
Que mal tem, duas entidades reunirem-se para trocar impressões? Para melhor articularem a sua actividade? Será que articular actividade quer dizer dar e receber ordens? Ademais quando uma depende (pelo menos) de recursos que só a outra pode disponibilizar!
E sem nenhum secretismo. Não seria mais eficaz um tal músculo por telefone ou por diligentes mensageiros?
Faz melhor à saúde a minha ingenuidade militante que a sistemática teoria da conspiração, acredita!
Pelo menos ajuda a evitar alguns dos jogos de sombra que os media (e os políticos) nos criam e que, afinal, também topaste.
Abraço,