quinta-feira, abril 03, 2008

Águeda e o novo mapa judiciário

Águeda exige a correcção do mapa judiciário na sequência da transferência, à última hora, da grande instância cível para o Tribunal de Anadia. Uma "decisão arbitrária", tomada "sem qualquer justificação" e "um rude golpe para os utilizadores"
O presidente da Câmara de Águeda, Gil Nadais, quer acreditar que a "transferência" da grande instância cível para Anadia, destinada na proposta inicial do mapa judiciário para Águeda, não passará de um "lapso".
O autarca recusa-se a pensar que "as alterações resultaram de pressões ilegítimas, apenas destinadas a calar alguma possível contestação".
Contundente, vai deixando o aviso, num ofício enviado ao secretário de Estado Ajunto da Justiça, José Rodrigues: "Mobilizarei a população do meu concelho para que seja reposta a solução que cumpre as linhas orientadoras da nova organização judiciária, que nos foi oportunamente dada a conhecer e distribuída a todos os autarcas da NUT".
Para o autarca eleito pelo PS, a alteração "sem qualquer justificação" de posições assumidas põe em causa a transparência das decisões, a coerência das políticas e a afirmação "de um Governo que corre o risco de deixar de existir, porque não tem um rumo".
Para o presidente da Assembleia Municipal, Paulo Matos, a falta de união em Águeda emperra o desenvolvimento mas "o Governo deve explicações a Águeda". Trata-se, considera, "um rude golpe para as aspirações dos utilizadores da justiça". In Região de Águeda, 28 de Março de 2008 (
http://www.regiaodeagueda.com/?zona=ntc&tema=1&lng=pt&id=2061)


Parece que as orientações do novo mapa judiciário, relativamente às especificações e tipo de tribunais a fechar, agregar, abrir ou a transferir é um pouco flutuante. Depois da transferência de Águeda para Anadia, pouco fundamentada e sempre mal digerida cá no burgo, parecia que a vingança, apesar de tardia se ia consumar. Mas, a política tem destas coisas. Nem sempre assume a racionalidade e a fundamentação das suas decisões, despertando para "visões integrais" que possam acalmar ânimos e sossegar vozes mais assertivas na defesa das suas posições. Anadia está em "pé de guerra" por causa do encerramento das urgências, sendo a comunidade mais persistente na defesa dos seus pontos de vista, processo acompanhado e apoiado pelo seu Presidente da autarquia. Com visibilidade, com efeito mediático ... Que é uma coisa de que este governo não gosta. Porque pretende que o palco mediático, seja um exclusivo seu. Águeda joga nos gabinetes, nas alcatifas e nos números de telemóveis. Alguns acreditam que no passado "Águeda foi o país". Não nos incluímos nestes, por muito bairrismo que sejamos capazes de assumir. Mas se hoje Águeda num quadro de "um campeonato interior e de escala média-baixa" pretende assumir algum protagonismo e liderança no contexto regional, não o pode fazer na base de disputa de secretárias, gabinetes, togas e valor de processos. O olhar para o futuro exige outra ambição que estimule a vontade de outros concelhos de "embarcar" com Águeda em projectos conjuntos de afirmação regional e nacional. Isto porque, fazer da guerra ao vizinho uma bandeira, é redutor. Conseguimos imaginar a "batalha de Avelãs de Caminho" ou as "escaramuças de Boialvo" como consequência de disputas deste género?

O problema é a forma de fazer política deste governo, medroso dos holofotes da comunicação social e sedento de "show-off" para representação do país de faz de conta. Aqui Águeda também á míngua de outras questões, também pode alimentar a "teoria do inimigo externo" à boa maneira de Pinto da Costa. Sempre se vão fazendo umas manchetes na comunicação social cá do burgo...

Agora é preciso cuidado com a análise de conteúdo dos ofícios que mandam para o governo do nosso PM. O Sócrates assim nunca mais cá vem, fazer sessões de "show-off", nem apresentar "coisas na hora. Ele não deve gostar que digam do seu governo que "corre o risco de deixar de existir, porque não tem um rumo"... Assim, nunca mais vão cantar as Janeiras a Belém...

1 comentário:

Anónimo disse...
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