Bikes - III maratona btt e a capital das duas rodas
foto "emprestada" de http://www.cm-agueda.pt/
A III Maratona de BTT do Vale do Vouga foi um sucesso de participação desportiva e de capacidade organizativa demonstrada. Reunir cerca de mil betetistas a pedalar em Águeda no curto espaço de 3 anos é algo de louvar e enaltecer. De todo o lado chegam apreciações positivas à organização, ao percurso escolhido, ao ambiente da prova e à imagem pública que se dá de Águeda e da região. Para lá do número patético do nosso Presidente "dizer umas palavrinhas" antes da partida da prova, esta III Maratona organizada pelo Clube de BTT do Vale do Vouga (http://www.maratonavaledovouga.com/) veio evidenciar a oportunidade de voltar a pensar Águeda como uma verdadeira capital das duas rodas. Não a "capital das duas rodas" por ter uma final de etapa da Volta a Portugal à custa de um cheque autárquico de dezenas de milhares de euros ou um Grande Prémio de Ciclismo ABIMOTA com tradição, mas a "capital das duas rodas" por ser capaz de coordenar actividades, iniciativas e acções que rentabilizem esforços de todos na reabilitação da fruição da bicicleta. Uma capital das duas rodas, em que cada importador e/ou montador de bicicletas segue o seu caminho sem olhar para o todo regional é redutor. Porque temos em Santarém o maior certame de exposição e apresentação do mundo das duas rodas? O que tem Santarém a ver com as bicicletas? Porque é uma grande empresa de Águeda um dos principais patrocinadores de Santarém?
Não seremos capazes de criar uma cidade exemplarmente ciclável em Águeda?
Não seremos capazes de fazer em Águeda modelos de provas de BTT extensivas a outros públicos (ex: crianças )?
Não seremos capazes de desenvolver em Águeda um parque fechado de BTT utilizável a qualquer hora?
Não seremos capazes de conceptualizar e planear políticas de mobilidade sustentadas na utilização da bicicleta?
Não seremos capazes de integrar grupos de "lobby" suficientemente fortes para levar à modificação do actual Código da Estrada?
Águeda pode e dever ser "a capital das duas rodas", mas efectiva e sustentada em acções, - de preferências destituídas do habitual "show-off" político-pessoal - que ao longo do tempo e no todo nacional coloquem a questão da mobilidade urbana (e não só) em cima da mesa, recuperem a imagem social da bicicleta como instrumento utilitário pessoal, desafiem políticas promotoras da segurança das bicicletas na via pública (ex: urgente alteração do Código da Estrada) e façam da utilização das bicicletas um factor de qualidade de vida e bem-estar, indutor de estilos de vida saudáveis.
Sem comentários:
Enviar um comentário