quinta-feira, maio 18, 2006

Parque da Alta Vila - oásis natural


O Parque da Alta Vila no contexto urbano da cidade betonizada que é Águeda, constitui-se como um verdadeiro oásis de verde natural (não, não é por causa dos adeptos do clube do Visconde), trilhos sinuosos, cheiros fortes e sons de aves e ramos ao vento. Mesmo no centro da cidade, o Parque da Alta Vila foi recentemente difamado, ao ser referido na comunicação social como vandalizado e ao abandono. Verdade seja dita, acabou de ser totalmente limpo ao nível da sua vegetação e construído um telheiro junto ao viveiro de plantas. Os diversos canteiros de flores estão tratados e floridos. Muito há a fazer. Muito pode ser feito. Mas será importante não desligar a requalificação do Parque da Alta Vila de toda uma visão concelhia de inventariação, requalificação e promoção de espaços naturais no todo concelhio. Não se trata de fazer mais um canteiro assim ou assado, de plantar a espécie mais exótica aqui ou acolá. É tempo de apreciar e valorizar as riquezas naturais que por vezes por estarem tão perto, valorizamos pouco ou nada. O Parque da Alta Vila (e quase o mesmo podemos dizer de quase todos os espaços naturais de Águeda) dançou ao sabor de ideias avulsas, não fundamentadas tecnicamente e com total ausência de visão estratégica numa lógica de espaços naturais públicos como fonte de atracção das pessoas, de promoção de actividades físicas e desportivas, de espaços de encontro e convívio. "Vamos fazer uma Pousada de Juventude no Parque da Alta Vila", "É preciso um salão de chá no Parque", "Falta ali um Parque Infantil", "...". Múltiplas visões avulsas pouco sustentadas numa perspectiva de devolução do Parque da Alta Vila à vida da cidade através não só pela beleza das flores que nele crescem, da raridade das suas árvores, mas essencialmente pela vivência dele pelas pessoas. Como sempre muitos palpites e pouco conhecimento. Conhecimento do que pode ser hoje um espaço natural. Do que pode ser o seu contributo para a qualidade de vida das pessoas. De ponto de confluência de múltiplos gerações e populações, desde as crianças até aos gerontes. Pensar hoje um Parque Natural é muito mais que discutir os metros quadrados de relva ou área verde. Como promover a sua fruição? Como evitar a sua vandalização? Como valorizar o sentido de pertença e identidade a esses espaços por todos? Não chega construir, não basta edificar. Um parque como o da Alta Vila tem de viver da qualidade de vida daqueles que o sentem e vivem. Não só os "urbanóides" de Águeda, mas todos aqueles que valorizam a natureza, a relação próxima à sua diversidade de pontos de interesse (as árvores raras, o lago, o som dos patos, os trilhos sinuosos, os caminhos a descobrir, os pontos elevados de observação sobre a cidade, as pontes, o belo coreto, o campo de jogos).
PS - Por um mero acaso, descobrimos há pouco que um dos mais belos Parques Verdes das nossas redondezas (Sever do Vouga) foi concebido e planeado por uma arquitecta de .....Águeda. Claro que aquele parque era impossível de fazer em Águeda, porque ... é muito barato e teve um caderno de encargos muito baixo.
É a vida!!!???

1 comentário:

Anónimo disse...

Realmente este é mais um lugar que suscita curiosidade..
Agora recomendo.. que tal fornecer algumas dicas para que cidadãos que não de Águeda possam localizar e assim aceder a esta local que vale pela sua beleza natural natural?

Este é um meu caso, uma cidadã do Porto, que gostaria de conhecer algumas belezas naturais da vossa cidade.. Rio Alfusqueiro (Préstimo), Parque da Alta Vila, Praia Fluvial do Souto do Rio (Borralha), de Bolfiar, da Talhada, da Redonda.. mas que gostaria de ter algumas dicas de como posso encontrar estes lugares, antes de partir à descoberta.