sábado, abril 21, 2007

D'Orfeu - Porque tem de ser assim?


A Câmara Municipal aprovou dois protocolos com finalidades culturais. Com o Cine-Teatro foi firmado um acordo que prevê a transferência de 36 mil euros anuais para a sua utilização. Já com a D’Orféu não foi possível o consenso. Os três vereadores sociais-democratas optaram pela abstenção.António Tondela alegou que o protocolo peca por falta de dados. “Não coloco em causa a idoneidade da D’Orféu, mas considero enorme a abertura deste acordo”, referiu o vereador, questionando se a instituição cultural “terá capacidade técnica e humana”.Comentou que “as outras associações dizem que a D’Orféu vai ser a relações públicas da Câmara, no âmbito cultural” e se “representa 50% das verbas de âmbito cultural”.Carlos Almeida defendeu uma maior transparência na atribuição de verbas, “discriminando para que se destinam estes 100 mil euros”.Gil Nadais assumiu que “há riscos, mas vamos ver como resulta”. in Soberania do Povo 18.4.07



O trabalho passado da D'Orfeu merecia mais. A qualidade da sua diversificada oferta e promoção cultural, mereciam mais. Não mais dinheiro, mas mais dignidade e reconhecimento. Não mais dinheiro, mas outra forma de abordar o problema. Não mais dinheiro, mas um consenso político claro em volta da qualidade de um projecto cultural. A D'Orfeu não pode pagar as favas dos outros. A D'Orfeu tem identidade e um projecto próprio, que não pode nem deve ser capturável. Águeda não pode andar meio ano para apoiar um projecto como o da D'Orfeu. Entristece-nos a incapacidade política de obter e buscar consensos em volta de um projecto que é superior à ausência sustentada de políticas culturais no município e às formas e manifestações partidárias de desenvolver oposição.


Porque tem de ser assim?

4 comentários:

João Branco disse...

100 mil euros!
Não será dar muito dinheiro?

Unknown disse...

Discutir o dinheiro dissociado do projecto é redutor. Mas, mais do que pôr em causa o valor, importa clarificar políticas e intervenções que sejam capazes de estar acima das lutas partidárias. A qualidade da D'Orfeu exigiam tacto, sensibilidade e bom senso em mobilizar TODOS à volta de um dos poucos projectos culturais com sustentabilidade no concelho de Águeda.O seu passado de intervenção cultural em Águeda e o seu "caderno de encargos" para o futuro exigiam isso.

Anónimo disse...

O protocolo de utilização do Cine-teatro tinha de ser aprovado pelo PSD! Se é a eles e à sua política cultural populista que se deve a inexistência de um auditório municipal!
O que lhes interessa é granjear os votos dos descontentes que têm dado provas de coisa pouca ou nenhuma.

Al Berto disse...

Viva:

O dia 25 de Abril aproxima-se.
Nele será comemorado uma data que permitiu ao povo português libertar-se dum regime totalitário, desprezível e anquilosado.
Foi posto termino a uma guerra colonial injusta e traumatizante.
É opinião unanime de que o país progrediu a olhos vistos.
É preciso fazer mais?
Certamente.
Mas fazê-lo em liberdade tem muito mais sabor.

Viva o 25 de ABRIL.

Um abraço,