domingo, abril 15, 2007

E de repente


E, de repente, é Verão. Esta semana a temperatura tem estado nos 20 graus (positivos...), o que, para estas latitudes nesta época do ano, é invulgar e raro. Somente no Verão, e quando os deuses estão bem dispostos e alinhados, é que se atingem temperaturas "tão elevadas". Dir-se-ia que estamos no fim do período de hibernização, as pessoas assaltam as ruas, as esplanadas ganham vida, os parques ficam repletos de uns seres muito branquinhos e de cabelos claros, quais garças esticando os seus longos pescoços para apanhar uns raios de sol, tal é a necessidade que têm em ganhar outra cor, como se o sol lhes permitisse uma outra identidade. Amanhã, quando o Metro de Estocolmo estiver cheio que nem um ovo, será, para um meriodinal como eu, divertido ver a proliferação de escandinavos satisfeitos e orgulhosos do seu bronzeado, ou antes, das suas faces encarnadas que nem um tomate. Enfim, coisas de escandinavos e que faria um dermotologista português brandar aos céus, tal a anormalidade. Esta súbita e bem vinda subida da temperatura permitiu-me aumentar ainda mais a cadência, passando da floresta para o asfalto, já que a Maratona será nessa superfície. Acabada a semana, totalizei 50 K (2 treinos), aumentei a duração dos treinos para as 2 horas, o que, para minha surpresa, correu bem. Psicologicamente foi importante ultrapassar a barreira das 2 horas e ter feito o equivalente a meia-maratona (um pouco mais do que essa distância), e não ter sentido dores resultantes de tal esforço, para além de dores num dos dedos menores do pé esquerdo. Como tudo não é eterno, a partir da próxima terça espera-se uma fronte fria proveniente do norte, o que fará baixar a temperatura para uns olímpicos 5 graus. Daí se compreenda a necessidade e a fobia destas gentes em procurarem o sol.

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