Tour, política, desporto e verdade
O Desporto é habitualmente associado a actos eticamente "pouco aconselháveis" e onde por vezes as piores virtudes humanas desaguam, suscitando a questão de saber se tal apenas acontece no Desporto. E a política? E a economia? E a política internacional? E o mundo dos negócios?
Pois é. Neste momento importa realçar o que se está a passar no Tour http://http//www.letour.fr/ a propósito de uma prática desportiva de alta competição livre de doping. Antes e durante o Tour, a política de combate ao doping no ciclismo, parece ter sido assumida como uma necessidade para que um desporto como o ciclismo mantenha a atenção dos media e das comunidades. É uma situação rara, já que demasiadas vezes as autoridades desportivas se mostram muito tolerantes em relação aos desportistas que acusam positivo nos diversos controlos anti-doping. Este exemplo do ciclismo, devia ser ampliado a outras modalidades mais e menos expostas mediaticamente. Sabemos que estas políticas, surgem no ciclismo, em função da sua organização desportiva assentar em pressupostos e lógicas de publicidade, marketing e comunicação de massas. Mas tal, não invalida que noutros contextos competitivos e noutras modalidades a prática desportiva se realize cada vez com maior fair-play e respeito pela verdade desportiva.
Para lá das motivações, este exemplo mundial do ciclismo é uma pedrada no charco no combate anti-doping em que muitas vezes a própria comunicação social assume um papel compreensivo-desculpabilizante como se estivesse em causa apenas ganhar ou perder. E a verdade desportiva? E o exemplo dos grandes mitos desportivos para os mais jovens? E a própria saúde dos desportistas que se dopam?
Que bom seria se também na política portuguesa a prática fosse caracterizada por atitudes destas, com desistências voluntárias, demissões imediatas, responsabilização pelos actos, assumpção de responsabilidades colectivas, verdade todos os dias ...
Obrigado Tour de France 2007 pelo exemplo mundial.
Obrigado Tour de France 2007 pelo exemplo mundial.
1 comentário:
O Ciclismo é um desporto a médio-prazo condenado pelo dóping.
Para mim, ou bane-se a modalidade profissional durante alguns anos, ou legaliza-se o consumo dessas substâncias.
A organização do Tour, este ano, a cargo de um estreante nestas andanças Christian Preud´homme ( não confundir com o antigo guarda redes do Benfica) fica marcada novamente pelo dóping, algo que já tinha humilhado a prova por duas vezes, em 1997, aquando do caso festina, enquanto o seu lider Richard Virenque lutava pela vitória, que se não estou em erro saltou para Jan Ullrich, e em 2006, já de si reduzida de grandes vedetas da alta montanha como o mesmo Jan Ullrich, Ivan Basso, todos suspeitos de uma operação de policia internacional contra a dopagem, vulgo, " Operação Puerto", mas ainda mais manchada pelo retirar da vitória final ao americano Floyd Landis, na altura nos Suiços da Phonak ( equipa que desistiu no final do ano passado) por dopagem e na conjura que o jornalismo desportivo internacional fez ao vencedor ( ainda não reconhecido) Óscar Pereiro que acabou por ganhar devido a uma fuga que chegou com 27 minutos de avanço do pelotão ( algo imaginável hoje em dia no ciclismo internacional) também ele, especulativamente envolvido num esquema de dopagem montado por um médico Espanhol de seu nome Dr. Fuentes.
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