segunda-feira, junho 30, 2008

Águeda e o Rio - um projecto que tem de "dar certo"


Um novo projecto de requalificação das margens do rio Águeda, está em discussão pública - http://gis.cm-agueda.pt/gpdpgf4/viewer0framed.htm - Daquilo que vimos divulgado, parece ter tudo para ser uma boa aposta na valorização dos espaços públicos e na fundamental aproximação das pessoas com o seu rio. Águeda e o seu rio merecem-se. Para lá das imagens bonitas expostas em placard, importa saber qual a ideia de espaço público subjacente. Que pressupostos suportaram as decisões do projecto. Como confessável adepto de espaços verdes, como espaços de fruição total (andar, correr, passear, jogar, descansar, ...) importa não desperdiçar mais esta oportunidade. Portanto, não basta o verde, uns basquinhos modernaços escolhidos por catálogo e umas pindericas árvores que ainda hão-de crescer daqui a 25 anos... Um projecto desta natureza tem de saber conciliar as suas múltiplas utilizações, combinando públicos-alvo, sazonalidade de actividades e ocupações, tipos de lazer com diversidade de actividades físicas e desportivas. AS pontes pedonais como factor estruturante de conciliação e comunicação fácil entre as margens - para lá da sua dimensão estética - parecem-nos soluções interessantes e a rentabilizar no projecto como um todo.

Quem observou a morte do Parque do Souto Rio, como parque de lazer às mãos de certos decisores técnicos e políticos, tem de ter medo daquilo que se vai passar nas margens do rio. Quem depois observou o desperdício que foi o investimento do projecto da praça às mãos de um "desenhador" que copiou o Parque Expo, sente que agora, não há margem nem recursos para terceira oportunidade. Este projecto tem de vencer, com base na sua qualidade e capacidade de ganhar os cidadãos para a sua fruição social e de lazer. Não se trata de mais um jardim à beira do rio, com uns baloiços e quantos banquinhos. Está em causa a possibilidade de construir através deste projecto um verdadeiro ex-libris de uma cidade carente deles.
E um dos poucos ainda existentes - a sua ponte principal e mais antiga - não pode ser mexida, em nome de modernices. A ponte é a ponte. Não são necessários toques e retoques modernaços que a alinhem com a linha arquitectónica a nascer nas suas vizinhanças. As características da ponte são passado de Águeda e é sobre elas que se devem projectar as outras decisões arquitectónicas. Na nossa modesta opinião, nada há que justifique mexer na ponte do rio.
Ficamos positivamente expectantes acerca daquilo que se conseguir fazer neste projecto, que é demasiado importante para a qualidade urbana da cidade.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ponto positivo desde já é a realização de um debate público acerca do projecto no próximo dia 18. Lamentavél é que a informação "pendurada" em outdoors pateticamente ilegíveis em vários pontos da cidade, não esteja disponível no respectivo site da autarquia.Seria uma óptima forma de ampliar a informação e divulgar o que se pretende fazer.