Música ambiente?

Ontem, fui ver os James à Festa do Leitão. A banda britânica actuou em Águeda antes de iniciar o tour pelo continente americano, o qual engloba cidades como Boston, Chicago, NYC, Mexico, Montreal, etc., 'sequência' geográfica que evidencia bem a 'anormalidade' que é vermos cá pela nossa 'bila' (como o RN lhe gosta de chamar) artistas de tal dimensão.

Gostei, mesmo sem ter grande afinidade musical com a obra de Tim Booth e companheiros. Um concerto honesto, profissional e, acima de tudo, simpático e empático. Digo até que as tais 'sandes de leitão' que pagaram aos músicos ingleses foram bem empregues.

De registar ainda um evento inédito que os James propiciaram. De facto, foi em Águeda, na Festa do Leitão, que, pela primeira vez senti necessidade de mandar calar a audiência num concerto de rock, o que, na sua essência, é um enorme contrasenso! Um ruído de fundo insuportável proveniente de animada e generalizada cavaqueira dos muitos (mesmo muitos...) membros da audiência que estavam ali para tudo menos para assistir a um concerto, 'descoloria' os tons, entoações, ritmos, etc. da voz e dos seis instrumentistas em palco, desrespeitando i) o esforço que foi preciso fazer (independente de quem o fez) para arranjar as muitas e enormes 'sandes de leitão' que serviram de pagamento; ii) aqueles que se deslocaram ao recinto para assistir de facto ao concerto; e iii) os próprios músicos. Temos em Águeda uns tipos que enchem recintos em Boston (lotação esgotada no concerto a realizar no dia 14 de Setembro), ainda por cima dão boa conta de si, e uma boa parte da plateia está-se a 'marimbar' (a atitude mais expectável de quem se está a 'marimbar' seria certamente a de nem sequer ir!). Assim não vale a pena! Qualquer par de altifalantes, mais ou menos roufenho, com mais ou menos watts de potência, faz ecoar o som dos James a partir de qualquer suporte analógico ou digital. Para conseguir um efeito de 'música de fundo', esta solução, que por sinal implica o dispêndio de muito, muito menos 'sandes de leitão', parece ser muito mais apropriada.

Uma outra alternativa (que, diga-se, até me agradava...) é trazer à próxima Festa do Leitão os Machine Head, os Slipknot ou os Rammstein.