Sérgio Godinho a abrir as sextas

Em 1975 (?) para mim foi a primeira vez de Sérgio Godinho, ainda sózinho com a sua guitarra e as canções da época como "Saltimbancos", "Que força é essa?", "Charlatão" e do albúm Pré Histórias como a famosíssima "Barnabé", "O Homem dos sete instrumentos", "Porto, Porto", "A noite passada" ou "Aprendi a amar". Um Sérgio Godinho que teve a inteligência, o saber e a mestria de fazer uma carreira musical de qualidade ao longo dos tempos, quanto a mim, ancorada na descoberta de novos valores ao nível da orquestração musical que lhe garantiram espaço e público constante ao longo das várias gerações sonoras. Com canções que se tornaram verdadeiros hinos de gerações - "Etelvina", "O Grande Capital", "Com um brilhozinho nos olhos" e tantas outras ...- Sérgio Godinho foi capaz de atravessar a etiqueta de cantautor ou baladeiro do 25 de Abril a partir da qualidade musical e poética das suas canções, hoje objecto de admiração e culto por parte das novas gerações de grupos musicais. Sérgio Godinho sempre soube "enroupar" as suas criações com a sonoridade mais próxima da actualidade, sem prescindir da mensagem que pretendia transmitir nas suas letras ou da inovação da sua escrita musical. Só assim se explica a qualidade e longevidade da sua carreira musical.
Outra questão é a sua performance em palco. Sérgio Godinho tem aquilo que poderemos chamar "quilómetros de palco". Mas só isso é pouco para explicar a sua presença, energia e forma de envolver os públicos nas suas canções. Público que muitas das vezes vai aos concertos para cantar as suas canções.
Sérgio Godinho a abrir as sextas culturais para além de uma boa notícia, é um bom sinal.
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