segunda-feira, fevereiro 19, 2007

As funções do Estado e o estado das funções ...


Pobre país em que os seus cidadãos para fazerem ouvir a sua voz e lutar por aquilo que julgam ser seu de direito têm de gritar, berrar, ocupar a via pública, ...até chegar ao ponto de cortar as fronteiras do país, como fez a população de Valença.

Os esforços dos militares da GNR foram insuficientes para travar o protesto de mais de um milhar de pessoas que, ontem, invadiram a ponte internacional entre Valença e Tui (Galiza) contestando a intenção do ministro da Saúde de encerrar a urgência local, uma das 14 que vão encerrar de norte a sul do País. Questionado pelo DN, o presidente da Câmara de Valença (PS) admitiu recorrer aos tribunais para travar a decisão do Governo. (DN 19.02.07)

Não estamos a falar de cuidados médicos especializados. Não se trata de colocar um aparelho de TAC em cada freguesia e aldeia. Não se trata de ter uma maternidade em cada vila. O país observa e não entende. O país adormecido pela contra-informação das excelentes agências de comunicação, sente os problemas na pele e não compreende decisões tomadas em Lisboa, no ar condicionado de um gabinete olhando friamente para gráficos e números. O país não entende porque deve deixar de ter acesso ao que é básico e fundamental, o acesso à saúde. Se o Estado não é capaz ou não quer assumir essa função quem a cumpre? O Grupo Mello?
Até quando os brandos costumes portugueses suportarão com a generalizada passividade estas políticas?



Biba o TGV e o Aeroporto da Ota canhões do nosso desenvolvimento...

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