La donna è MOBILE, qual piuma al vento…
Como as palavras dos primeiros compassos da célebre ária do não menos célebre “Rigoletto” de Giuseppe Verdi deixam subentender, falar de mobilidade é falar de inconstância ou propensão para a mutabilidade de um indivíduo. Pondo o romantismo de Verdi de lado, e recordando as maravilhosas aulas de Física III- Electromagnetismo que um tal de Prof. Providência me propiciava quando eu era estudante de Engenharia Civil, falar de mobilidade pode também implicar falar da velocidade que um transportador de carga eléctrica adquire sob a influência de um campo eléctrico (já não me lembro se unitário ou não). Porquê Verdi, porquê Providência? Porque o que me parece estar em causa é aquilo que se entende por MOBILIDADE, e, como o compositor e o físico ajudam a demonstrar… a cada juiz, sua sentença.
Como planeador (também gosto de ‘planar’ às vezes), a minha percepção de mobilidade aproxima-se muito daquela que o RN expõe em post anterior, o que requer, sem dúvida, uma abordagem de planeamento muito abrangente em termos ‘temáticos’ (tráfego, segurança, acessibilidade, funcionalidade, redes, etc.) e, acima de tudo, imbuída de pensamento estratégico. Trata-se afinal de uma abordagem que cai fora daquele que é o ‘cesto’ da tradição da actividade de planeamento, - designadamente urbano-, no nosso país, uma tradição ainda muito baseada em lógicas essencialmente sectoriais (e maioritariamente normativas) de intervenção sobre a transformação ‘física’ da cidade. Numa base especulativa, uma vez que não faço a mínima ideia quais são os critérios utilizados para atribuir o Tanit da mobilidade, penso poder dizer que, tendo em conta tal tradição, não é por acaso que Águeda recebe a tal bandeira prateada devido, pelos vistos, a coisas como a elevação de passadeiras, a substituição de degraus por rampas ou o alargamento de passeios.
Curiosamente, a atribuição do galardão acontece num momento em que Águeda está a desenvolver um Plano de Mobilidade. Poderíamos até pensar que as duas coisas estavam intimamente ligadas, uma vez que a preocupação da CM relativamente à questão poderia ser motivo de reconhecimento por uma associação profissional. Tudo indica que qualquer ligação entre os dois ‘eventos’, se existir, será pura coincidência. Correndo o risco de ser injusto (repito, não conheço quer os critérios da APPLA, quer os detalhes do Plano de Mobilidade), a ‘mobilidade’ da ‘bandeira’ não é a mesma ‘mobilidade’ das setinhas para baixo e para cima que resumem o Plano, até porque os ‘sujeitos’ que exercem as duas ‘mobilidades’ parecem ser diferentes. Será que a bandeira é para os peões e o plano para os que querem ir mostrar o BMW na Avenida? Ou será que a bandeira é ‘show-off’ e o plano ainda não se sabe muito bem…?
Como Il Duca di Mantova diz no Rigoletto, “in pianto o in riso, é menzognero”…
Como planeador (também gosto de ‘planar’ às vezes), a minha percepção de mobilidade aproxima-se muito daquela que o RN expõe em post anterior, o que requer, sem dúvida, uma abordagem de planeamento muito abrangente em termos ‘temáticos’ (tráfego, segurança, acessibilidade, funcionalidade, redes, etc.) e, acima de tudo, imbuída de pensamento estratégico. Trata-se afinal de uma abordagem que cai fora daquele que é o ‘cesto’ da tradição da actividade de planeamento, - designadamente urbano-, no nosso país, uma tradição ainda muito baseada em lógicas essencialmente sectoriais (e maioritariamente normativas) de intervenção sobre a transformação ‘física’ da cidade. Numa base especulativa, uma vez que não faço a mínima ideia quais são os critérios utilizados para atribuir o Tanit da mobilidade, penso poder dizer que, tendo em conta tal tradição, não é por acaso que Águeda recebe a tal bandeira prateada devido, pelos vistos, a coisas como a elevação de passadeiras, a substituição de degraus por rampas ou o alargamento de passeios.
Curiosamente, a atribuição do galardão acontece num momento em que Águeda está a desenvolver um Plano de Mobilidade. Poderíamos até pensar que as duas coisas estavam intimamente ligadas, uma vez que a preocupação da CM relativamente à questão poderia ser motivo de reconhecimento por uma associação profissional. Tudo indica que qualquer ligação entre os dois ‘eventos’, se existir, será pura coincidência. Correndo o risco de ser injusto (repito, não conheço quer os critérios da APPLA, quer os detalhes do Plano de Mobilidade), a ‘mobilidade’ da ‘bandeira’ não é a mesma ‘mobilidade’ das setinhas para baixo e para cima que resumem o Plano, até porque os ‘sujeitos’ que exercem as duas ‘mobilidades’ parecem ser diferentes. Será que a bandeira é para os peões e o plano para os que querem ir mostrar o BMW na Avenida? Ou será que a bandeira é ‘show-off’ e o plano ainda não se sabe muito bem…?
Como Il Duca di Mantova diz no Rigoletto, “in pianto o in riso, é menzognero”…
1 comentário:
Abrir a Rua Luis de Camões novamente ao trânsito é um erro grosseiro.
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