A caminho de Falkenberg
A caminho de Falkenberg, no Sul da Suécia, num comboio IC3 da DSB dinamarquesa. Esta região transfronteiriça, entre a Skåne sueca e a região de Copenhaga, é, na actualidade, uma das regiões mais dinâmicas na Europa. Para além de terem um dos PIB mais altos da CE, a região apostou fortemente nas indústrias da ciência, em particular nas biotecnologias e indústria farmacêutica, sendo já reconhecida como o "Medical Valley" europeu e um dos seus clusters mais dinâmicos, concentrando-se aí as principais empresas do ramo e respectivos centros de investigação e Universidades, como a de Lund, Gotemburgo e Copenhaga. A construção da ponte entre Copenhaga e a cidade sueca de Malmö encurtaram distâncias e aproximaram projectos, de índole económico-cultural e, no fundo, juntou duas regiões siamesas, senão vejamos. A Skåne, Scania em inglês, pertenceu até ao séc. XVIII à Dinamarca, tendo com ela grandes afinidades (por exemplo, a bandeira da região é a dinamarquesa, a risca em vez de ser branca é amarela). Quando se vem da capital, de Estocolmo, tem-se a agradável sensação que estamos em direcção à Europa continental, sendo as pessoas e os hábitos muito semelhantes aos dinamarqueses, extrovertidos, o que só tem de positivo, e, ao atravessar a ponte entre Malmö e Copenhaga, fica-se com a sensação que se está a ir de Almada a Lisboa, salvo seja, do que a entrar num outro país. A mobilidade humana entre ambas as regiões é impressionante, e todos os dias assiste-se a uma contínua migração de milhares de pessoas de cada um dos lados do estreito, para trabalharem em Copenhaga (os suecos), ou em Malmö e Lund (os dinamarqueses). A popularidade e a pujança desta nóvel/velha região tem chamado a atenção de outras regiões transfronteiriças europeias, incluindo o nosso Minho e a Galiza (o cluster auto), assinalando um novo rumo, de uma Europa cada vez mais feita de regiões do que de países. Daí não estranhar que nesta minha deslocação a Falkenberg ter, na ida, utilizado um IC3 dinamarquês, de Gotemburgo a Falkenberg, e, no regresso a Estocolmo, ter utilizado um X2000 sueco.
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