sábado, novembro 29, 2008

Fantástica democracia - BPP e trapalhadas

Crise. Os accionistas do Banco Privado Português estão disponíveis para contribuir com a sua parte para o plano de salvação da instituição, que está a ser preparado pelo Banco de Portugal, juntamente com outros seis bancos, cujo interesse é proteger os seus créditos deixando o risco para o EstadoJoão Rendeiro demite-se da liderança do bancoO encontro de ontem à noite entre os principais accionistas do Banco Privado Português (BPP) terminou com a renúncia de João Rendeiro à presidência da instituição e com a disponibilidade dos accionistas - nomeadamente Rendeiro, que permanece como tal - para acompanhar um provável aumento de capital, fundamental no plano de salvação da instituição. Isto porque mantêm-se as dúvidas sobre a qualidade das garantias a dar ao Estado para que este assuma o risco das injecções de liquidez no BPP que os seis bancos envolvidos na operação irão disponibilizar. O montante desta injecções deverá ser ligeiramente superior a 500 milhões de euros. Este dinheiro servirá para o BPP cobrir insuficiências de liquidez, quer nas linhas de crédito que estão a vencer, quer para pagar aos clientes que estão à espera de uma solução para resgatar os seus investimentos (bloqueados desde o início desta semana). A reviravolta da posição dos principais bancos portugueses - que há uma semana mostraram-se indisponíveis para "ajudar" o BPP - tem a ver com duas questões. Por um lado, dada a inexistência de risco para o sistema (assumida pelo próprio Governo), a única ameaça tem a ver com os créditos que o BPP tem junto dos principais bancos portugueses. Segundo apurou o DN, do total de 707 milhões de créditos, cerca de metade foi contraída no mercado português. Por outro lado, os bancos admitiram fazer parte da solução para o BPP - também pelas ligações comerciais que têm com alguns dos seus clientes - se o Estado assumisse o risco da operação. Soube o DN que a estrutura das injecções está definida de acordo com a dimensão dos bancos: o BCP e a CGD deverão avançar com 100 milhões cada, BES, Santander e BPI com 80 milhões e o restante será da responsabilidade da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo. Imbróglio jurídicoNeste momento, o plano está definido, mas falta dar-lhe um enquadramento legal. É que a lei das garantias do Estado só prevê 45 milhões de euros para o BPP, já que está indexado à quota de mercado de crédito. Embora seja ao abrigo dessa lei que os outros bancos vão financiar-se para contribuir para a solução do BPP, o Banco de Portugal terá de encontrar outra solução jurídica, já que o regime geral das instituições de crédito e sociedades financeiras não prevê que o Estado assuma os riscos de injecções de capital feitas por entidades privadas. Ou seja, no caso de o BPP falhar o pagamento dos 500 milhões injectados, será o Estado a assumir o risco de contraparte. O enquadramento jurídico desta operação pode mesmo, segundo apurou o DN, obrigar o Governo a legislar, provavelmente através de portaria. Os activos a dar como garantia são outro problema. É que, tendo em conta que o banco perdeu 500 milhões de euros em depósitos nas últimas semanas (os restantes 200 milhões estão bloqueados) sobra, como activos, o capital (daí a necessidade de o aumentar) e os veículos de investimento com participações no BCP, Brisa, Cimpor e Mota-Engil. Só que estes veículos perderam muito valor nos últimos meses, colocando uma dificuldade adicional ao Estado. Refira-se que, com a saída de Rendeiro, entrarão novos gestores na instituição. A Lusa avançava ontem que um deles pode ser Manuel Alves Monteiro, membro do conselho consultivo. Berardo pede "bom senso"Uma das questões que tem levantado algumas dúvidas prende-se com a eventualidade de o Estado assumir riscos para "salvar" más decisões de investimento dos gestores do BPP. Segundo apurou o DN, o banco conquistou clientes este ano com produtos de juros mais altos que a concorrência, a qual já procurava protecção da crise financeira em curso. O investidor Joe Berardo pediu "bom senso" e frisou ao DN que "os accionistas e gestores do BPP deviam ter tido cuidado com o que estavam a fazer. Não amealharam no Verão para sobreviver ao Inverno". Por isso, "o dinheiro dos contribuintes não deve ser usado para salvar grandes investidores. Se não também tem de salvar os pequenos". in Diário Notícias 29.11.2008.



Num tempo em que os euros saltaram debaixo do colchão e começaram a cair do céu, é verdadeiramente notável e fantástico o trabalho e esforço colocado ao serviço de salvar da bancarrota um banco com 3.000 clientes !!! Se tamanho empenho e abnegação fosse colocado ao serviço da captação de investimento, do combate ao desemprego, de luta contra a pobreza quão melhor seria este país. Esta "operação de engenharia político-jurídico-financeira" representa um bom exemplo de como a vontade de uma élite se sobrepõe ao interesse público, contra a própria legislação recentemente publicada. A democracia dos interesses sobrepõe-se mais uma vez à democracia política, em que todos devem ser tratados equitativamente. Aqui há 3.000 portugueses que recebem tratamento especial, porque o seu Banco Privado Português se meteu em trapalhadas, perdeu dinheiro e agora não há liberalismo que lhes valha, tendo que recorrer ao dinheiro de todos nós. Ao que isto chegou. O Estado sustenta financeira e juridicamente os bancos privados, fundados numa lógica assumida de gestão de fortunas e obviamente dirigido a um restrito grupo de cidadãos. No meio disto tudo o "figura de cera" mais bem pago do país, como (des)governador do Banco de Portugal ainda tem a distinta lata de vir para a praça pública dizer que o Banco de Portugal está há dois dias a estudar e a tratar da resolução deste problema. Mas desde quando a função de um BP é envolver-se na fuga à falência de bancos? Desde quando o BP se transforma em assessor técnico de um banco privado? Como é compreensível que o BP orgão regulador seja o tutor de soluções para evitar a falência de bancos? A que ficará obrigado amanhã o BP a fazer perante os outros bancos. Se não fosse um insulto à democracia, daria vontade de rir. Aqui chegados convirá relembrar que sobre Educação, Saúde e outras dimensões essenciais à dignidade humana e ao desenvolvimento sustentado da sociedade, o nível de escrutínio público é ao euro. Nestes casos de garantias bancárias, ajudas financeiras, injecção de capitais, apoios pontuais as questões colocam-se sempre em dezenas e centenas de milhões de euros...

Ao contrário de Águeda


Mais de metade das 25 maiores autarquias baixam IMI em 2009.
Em ano de eleições, 19 das 25 maiores autarquias do país vão reduzir a taxa do Imposto Municipal sobre Imóveis em 2009, contrariando a tendência registada nos últimos três anos, avança a edição online do semanário Sol, numa notícia que será desenvolvida na edição de amanhã. Nenhuma das 25 maiores autarquias, que têm uma população equivalente a 44% do total nacional, irá aumentar o imposto, sendo que 19 decidiram reduzi-lo.
Por exemplo, em Lisboa, o socialista António Costa cortou a taxa em 13%, para os 0,35%. No Porto, o social-democrata Rui Rio optou por um corte de 20% na taxa do IMI. in Dinheiro Digital 29.11.08 http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/news.asp?section_id=13&id_news=108382


Ao contrário do acontecido e "martelado democraticamente" em Águeda, o imposto municipal sobre imóveis (IMI) foi reduzido em 19 das maiores autarquias do país. Será que outras autarquias como Lisboa, estarão mais desafogadas financeiramente?
Um infeliz sinal político para as famílias e empresas, em tempos de crise. Que infelizmente só a proximidade de eleições ajuda a explicar, sem aceitação.

sexta-feira, novembro 28, 2008

Leixões - Vivam os bébés do Mar

A actual classificação geral da I Liga de Futebol Profissional, era algo de inimaginável há uns meses atrás. A liderança assumida e justificada de uma equipa como o Leixões não passaria pela cabeça de ninguém, atendendo ao seu orçamento e depois disso "aos nomes" que constituem o seu plantel. Mas o desporto e o futebol em particular têm esta fantástica característica de também se estruturarem em dimensões imprevistas. Que desde sempre fizeram parte da sua própria capacidade de atracção das massas, pelo fenómeno social que é. Todos já sabemos como vai começar e acabar o filme que vamos ver, a peça de teatro a que vamos assistir o concerto de música que vamos ouvir. Um jogo desporto caracteriza-se saudavelmente pela imprevisibilidade e no caso concreto do futebol, pelas possibilidades de por vezes Golias ser menos forte desportivamente do que David.
Este Leixões que é olhado como um pequeno e simpático David, tem sido um autêntico Golias na disputa futebolística dos jogos, quer ao nível do seu espírito colectivo, disciplina táctica e elevados níveis de auto-confiança dos seus jogadores. Se hoje aqui falamos de futebol, tal justifica-se por ser importante para a sua própria sobrevivência como jogo que apareçam equipas como o Leixões, intrusos na "ditadura dos três grandes" que obstaculiza a magia do jogo.
O Futebol só é futebol quando ninguém sabe como vai ser a disputa do jogo. Quando os corações palpitam até aos 90 minutos de jogo. Quando um dito pequeno, pode bater o pé a um dito grande.
Bem haja Leixões em nome do Futebol português ...


terça-feira, novembro 25, 2008

100 anos do Vouguinha

A homenagem possível a uma linha ferroviária, carente de um outro olhar e com potencialidades de expansão, que corte com a lógica de mais auto-estradas, pontes, viadutos e túneis. Melhorar e requalificar o que existe tem de ser o novo paradigma
PS - Não resisti ao template "cinema mudo"

quinta-feira, novembro 20, 2008

Os russos roubaram os tpc do computador do meu pai

Trinta por cento dos alunos britânicos procuram desculpas nas falhas tecnológicas para a não apresentação dos trabalhos de casa, revela uma sondagem realizada junto dos professores e divulgada pelo «The Times».
«O computador do meu foi manipulado pelos russos e roubaram os meus trabalhos de casa» ou «o PC explodiu quando o cão fez xixi em cima dele», ocupam o top das desculpas mais criativas . . . e inverosímeis.
Os professores das escolas no Reino Unido escutam semanalmente 6,5 milhões de desculpas, sendo que 30 por cento se relacionam com falhas informáticas, seja no computador ou na ligação à internet.
Eis algumas das desculpas favoritas: «O meu computador partiu-se todo», «terminei os trabalhos de casa e apaguei-os sem querer», «não consegui imprimí-los», «não tinha ligação à internet e não consegui pesquisar nada» e «perdi o portátil». in IOL




Estas informações valem o que valem, no entanto sugerem-nos como a hipervalorização dos recursos materiais e nomeadamente das tecnologias, ajudam a transformar o processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças numa "obsessão informática" em que as atitudes individuais e as capacidades próprias passam para um lugar secundário. Neste cenário mediático onde se pretende dizer às pessoas "banda larga para todos" e "um magalhães para cada criança" resolvem todos os nossos problemas de aprendizagem e de qualificação da população, é um enorme logro á mistura com enormes negociatas (a propósito, porque nunca foi equacionado o projecto de "Nicholas Negroponte's $100 PC" - http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicholas_Negroponte).

sábado, novembro 15, 2008

Magalhães...

Para relembrar de que a aprendizagem das crianças, não é totalmente dependente dos recursos materiais, mas sim da qualidade e eficácia dos processos, aqui fica uma imagem dos "Magalhães" de outros tempos.

terça-feira, novembro 11, 2008

Em Santarém com mágoa...

Estivemos no Festival Bike de Santarém, onde imaginámos como seria promover uma feira daquelas em Águeda "capital das duas rodas". Como seria importante para promover a actividade comercial e industrial associada às bicicletas. Como seria importante, como estratégia valorizadora da região e da sua actividade económica e capacidade de atracção turística.

A avaliação dos professores, a manifestação e a ministra

No contexto da discordância dos professores para com o modelo desenvolvido pelo Ministério da Educação (ME) para a avaliação do seu desempenho profissional, teve lugar no último sábado mais uma mega-manifestação em Lisboa. Apesar de os números da manifestação nos terem surpreendido e entendermos que estas iniciativas são formas de exteriorizar indignações individuais e colectivas, chama-me mais a atenção ver envolvidas nestas iniciativas professores que nunca em tal se viram. O que releva do grau de indignação latente nas escolas e que o modelo de avaliação do desempenho é apenas o rastilho. É hoje um dado adquirido que (mais uma vez) as estruturas sindicais não estiveram à altura da liderança das lutas dos professores, pois ao assinarem o memorandum em Julho, comprometeram-se com ideias e propostas que sabiam não merecer a concordância da maioria dos professores. Portanto, o que se passa neste momento é fruto da falta de visão estratégica na condução da contestação de Junho, que não foi capaz de ir até ao fim, exigindo clareza e rigor na avaliação do desempenho dos professores. Por outro lado, o ME e a pessoa da Srª Ministra assume tiques autoritários e de um autismo de quem não está à altura de dirigir os destinos da Educação em Portugal no século XXI. Dirigir o ME com base num conjunto de preconceitos acerca do trabalho dos professores, não é de quem tenha o bom senso necessário para fazer mudanças, qualificando a escola pública. Neste momento, do lado dos professores é urgente credibilizar a sua acção, através de iniciativas que transmitam a verdade acerca do que efectivamente está em causa. Para isso, é necessário fugir de mais manifestações que sendo importantes num determinado contexto, tendem a descredibilizar a sua acção e a perder necessariamente fulgor e entusiasmo. Independentemente dos promotores, outra manifestação no dia 15 é uma tontice, carente de estratégia, que apenas levará ao descrédito social. Mais importante é agora o trabalho de formiga, organizando as acções no contexto das escolas, conselhos pedagógicos e departamentos de forma a por um lado inviabilizar a aplicação deste modelo de avaliação e em alternativa ser capaz de testar e validar outro que sem burocracias, com bom senso e rigor científico seja capaz de seriar os professores. Em todas as profissões há uns melhores do que outros. Também assim é na classe dos professores. A Educação do país tem a ganhar com a ultrapassagem da ideia peregrina de que "os professores são todos bons" como durante dezenas de anos foi defendido pelos Sindicatos.

Em função do exposto é fundamental que a primeira avaliação realizada de forma consistente e sistemática seja feita primeiro às escolas como organizações educativas e não como repartições administrativas. Como organizações, as escolas necessitam de avaliações periódicas que lhes forneçam informação específica acerca do seu desempenho colectivamente entendido. Por arrastamento uma avaliação da organização implicará, uma avaliação individualizada dos professores na sua acção quotidiano e no contributo para a melhoria colectiva da educação dos alunos. As escolas são organizações complexas que não obedecem aos princípios dos manuais de gestão, necessitando de uma percepção ecológica e complexa.
Para que todos ganhem, principalmente os alunos no contexto da sua aprendizagem, importa a todo o custo retomar a paz social nas escolas e centrar as motivações e energias dos professores no essencial.

O primeiro de muitos...


Dia 22 de Novembro, pelas 9:30, no Parque da Pateira de Óis da Ribeira, bem junto daquela que é considerada a maior lagoa natural da Península Ibérica, a Pateira de Fermentelos, decorrerá a abertura oficial do primeiro percurso pedestre de Águeda – da Pateira ao Águeda. O percurso, que será acompanhado por uma guia da Câmara Municipal de Águeda e contará com a presença de um ornitólogo, decorre praticamente todo em REDE NATURA 2000, apresentando um elevado interesse natural e paisagístico, mas com apontamentos históricos e sociais interessantes.Águeda possui estudada uma rede de percursos pedestres, cicláveis, equestres, entre outros que se estendem por vários quilómetros no Concelho, mas também por concelhos vizinhos. O percurso pedestre da Pateira ao Águeda é o primeiro trilho a ser implementado (PR1), e devidamente sinalizado, no concelho de Águeda. Este percurso pedestre de pequena rota (PR) decorre por caminhos e veredas das freguesias de Óis da Ribeira e Espinhel (concelho de Águeda), junto àquela que é considerada a maior lagoa natural da Península Ibérica – a Pateira de Fermentelos –, e ao rio onde desagua, o Águeda. Sendo em circuito, pode ser iniciado em qualquer dos sítios por onde passa, muito embora se recomende que o pontde partida seja junto à Pateira de Fermentelos, no Parque de Espinhel ou no Parque de Óis da Ribeira. in (http://www.cm-agueda.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27652&noticiaId=37389&pastaNoticiasReqId=27662o )


Um passo fundamental tendo en vista a qualificação e rentabilização dos excelentes recursos naturais do concelho de Águeda, carentes de um outro olhar e de divulgação qb. Desde a zona serrana com cantos e recantos fantásticos até à Pateira é possível encontrar a beleza natural na paisagem, nos trilhos e na flora.

O futuro aí...





Maior ecopista do país avança já esta semana


Viseu, Tondela e Santa Comba Dão dividem custos da obra concurso público para a construção da maior ecopista do país, com meia centena de quilómetros, é lançado esta semana. Terça-feira, as câmaras de Viseu, Tondela e Santa Comba Dão definem quanto paga cada uma. A obra está orçada em cinco milhões de euros. Três serão financiados pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Os dois restantes divididos pelos três municípios envolvidos. Cada um pagará em função dos quilómetros de ecovia que atravessam o respectivo concelho. Amanhã, pelas 16 horas, no Solar do Vinho do Dão, na sede de distrito, as câmaras de Viseu, Tondela e Santa Comba Dão assinam o protocolo que as vincula ao projecto e onde é definido o montante que cada uma irá pagar."Estamos a falar da maior ecopista do país, com meia centena de quilómetros, que incluem os 7,5 já construídos no concelho de Viseu, desde a cidade até Figueiró. Um empreendimento amigo do ambiente que justifica este esforço intermunicipal", explica Carlos Marta, autarca de Tondela e presidente da Associação de Municípios Dão Lafões, promotora do projecto. A mesma fonte adianta que, ainda esta semana, em dia a designar, será lançado o concurso público da obra que, após a adjudicação, prevista para o início do ano, terá seis meses para ficar pronta. O que significa que a ecopista poderá estar operacional já a partir do próximo Verão. O financiamento proveniente do QREN deixou de fora, nesta fase, os 600 mil euros necessários à requalificação do interior das estações de caminho de ferro ainda existentes no antigo ramal do Dão. "Mas assegura todos os arranjos exteriores" garante Carlos Marta. [/i]


Um bom exemplo de iniciativa e visão de futuro em termos de turismo de lazer, apoiado na utilização da bicicleta como fonte de prazer na actividade desportiva. Obviamente que a proliferação de ecopistas é um foco de promoção das práticas desportivas utilizando a bicicleta, mas convirá não esquecer que a sua utilização não pode nem deve ficar circunscrita a espaços próprios. A utilização plena da bicicleta requer outra mentalidade. Que começa por exemplo num Orçamento de Estado que introduz benefícios fiscais para a aquisição de veículos eléctricos, mas .. não fala de bicicletas. Parabéns região de Lafões pela iniciativa ecológica e saudável.

quinta-feira, novembro 06, 2008

Águeda - a democracia a martelo

pedido de empréstimo de http://tv.cm-agueda.pt/?page=show_image&id=1

O município de Águeda analisou e discutiu as taxas do imposto municipal (IMI) sobre imóveis a aplicar durante o próximo ano civil. Após debate, discussão e votação a Assembleia Municipal votou valores de taxas diferentes dos propostos pelo executivo municipal e da sua maioria "cor de rosa". Após os batepapos do costume, desaforos próprios da política, queixumes daqui e dacolá, acusações mútuos típicas de políticos formados na Grande Universidade de Ciências Políticas de Travassô, todos foram beber uns finos ao S. Sebasteão e repousar sobre as decisões.
Eis senão quando, com nova passagem pelo executivo municipal, nova/velha proposta de votação das taxas de IMI é apresentada, votada com voto de qualidade após empate (2-2) e submetida novamente à Assembleia Municipal. Portanto, não se diga que as decisões já foram tomadas. Com estes níveis de aceitação das decisões e de funcionamento democrático das instituições, nunca se pode dizer que não há nada a fazer. Basta voltar a apresentar novamente as propostas e fazê-lo tantas vezes até serem aprovadas ... Talvez seja a nova forma democrática intitulada de democracia repetitiva. Repete-se, repete-se até à aprovação... Não está em causa o valor da taxa, a paridade com valores em concelhos vizinhos, a necessidade de obtenção de recursos financeiros ou a aproximação de eleições autárquicas no próximo ano. Está em causa a forma como se faz política. Como se tomam decisões, se valoriza ou não as outras posições.

terça-feira, novembro 04, 2008

O dinheiro, o BPN, a crise e a nacionalização

Portugal tem sido ao longo dos últimos dez anos um país fustigado por um discurso estruturado em torno das palavras crise e "deficit". Todos os dias os portugueses são bombardeados com constantes alusões sobre o despesismo do Estado, o constante endividamento das famílias e empresas e a cruel ausência de liquidez. No entretanto fomos ouvindo que "a banca portuguesa tem elevados níveis de produtividade", que "a banca portuguesa apresenta índices de modernização" que "a banca portuguesa apresenta uma forte solidez" "blablabla"...

Tudo isto num contexto de glorificação do liberalismo económico e do valor sacro-santo do mercado como mezinha para todos os males e bússola para todas as decisões. Para tudo o mercado serviu...

Neste quadro de início da transição de uma crise financeira para uma crise económica sem precedentes, o Estado qual Luís de Matos ilusionista começa a fazer aparecer euros de todo o lado. Ele são 700 milhões "para salvar o BPN e manter a confiança na banca", ele são mais 4 milhões como garantias para o reforço do capital dos bancos, ele são 20 mil milhões de garantias para os bancos poderem aceder a créditos... Isto é a banca, actividade económica privilegiada que é taxada fiscalmente a um valor médio de 11% de IRC, que usa e abusa de poder dominante sobre os seus clientes (salvo raras e honrosas excepções) como foi o caso dos arredondamentos nos créditos à habitação, que não tem uma verdadeira supervisão, nem entidade reguladora, mas antes uns "intocáveis do regime" a fazer figura de cera, que ao longo dos últimos anos se vangloriou dos seus lucros consecutivos aos milhões de euros distribuídos por administradores e accionistas... precisa agora da mão e dos euros de todos nós. Para os momentos dos lucros chorudos não se passa nada, fica tudo em família, para os abanões que ponham em causa a continuação desses lucros, os euros do Estado (em nome da imagem da banca, sempre!!!) são necessários e fundamentais.
Um país do faz de conta, em que a usurpação entrelaçada com a ausência de valores éticos justificam o injustificável.


PS - Poderá o caso BPN após as declarações de Miguel Cadilhe, ter a justificação insondável do grande poder maçónico?

sábado, novembro 01, 2008

Fellini sempre

Recordar Fellini é relembrar o fantástico cinema italiano de que aprendemos a gostar no famoso "Piolho" de saudosa memória e no "Cefas" arauto de novos tempos ideias e imagens. Fellini foi um mágico genial, cujo filme "8 1/2" representa muito mais do que um filme oscarizado. Como não me canso de Federico Fellini e do seu "8 1/2" aqui fica mais uma referência:


Leo Kottke

Momentos mágicos por quem sabe. Leo Kottke há uns anos atrás e no seu melhor. Faz bem recordar quem assim toca.

http://www.youtube.com/watch?v=lnQTC5ICGik