terça-feira, maio 30, 2006

Svenska Herrlandslaget till VM i Tyskland 2006


Em vésperas de mais um Mundial de Futebol, enquanto os nossos "tugas" (ainda se chamam assim!!!) carregam, ou antes, derretem, as baterias debaixo do sol alentejano (ainda apanham uma constipação quando chegarem às temperaturas da Europa Central), a selecção sueca, a "landslag" de que junto foto, anda a preparar-se numa ilha situada no Báltico que se chama Gotland (é a Madeira cá da zona com a vantagem de não ter Jardim, ver info. em http://www.gotland.info/eng/), com temperaturas a rondar os 10 graus. Mais moderadamente do que em Portugal, os suecos lá andam com muita calma a prepararem-se para a sua décima primeira participação num Mundial, cujos melhores resultados foram um 2 lugar em 1958, em que perderam com o Brasil de Pelé e Garrincha, e dois terceiros lugares, o de 1950 e de 1994, este último jogado nos EUA. Essa selecção do Brasil de 1958 ficou para a história por ter sido, se não me engano, a primeira a ganhar a copa e por nela ter surgido um rapaz de 17 anos que iria revolucionar o futebol, Pelé, negro, numa altura que ainda se questionava no Brasil se os jogadores negros deveriam jogar ou não. No entanto, para os suecos, o jogador que mais impressionou pela sua técnica e simplicidade foi Garrincha, que, ao que parece, não somente encantou os adeptos suecos com as suas fintas marotas advindas da perna esquerda ser mais curta, mas, e também, as adeptas suecas. Ficou para a história o facto de Garrincha ter gostado e abusado de 3 coisas na sua curta passagem por este mundo, e não necessariamente por esta ordem: jogar futebol, beber e mulheres. Pois, na Suécia, Garrincha deixou mais do que fintas, deixou, também, um filho, resultado das aventuras na terra do sol da meia noite. Recentemente, foi mostrado na televisão sueca um documentário sobre este filho misterioso de Garrincha e, a genética tem destas coisas, a parecença com o mago das fintas é assustadora, tornando-o mesmo num "famoso" quando visita a terra do Pai, tanto é o mimetismo.
Esta "landslag" sueca tem 2 jogadores a reter; Zlatan Ibrahimovic (que joga na Juventus) e Henrik Larsson (do Barcelona), sendo ambos filhos de emigrantes que se radicaram no Sul da Suécia. Ibrahimovic foi criado num "ghetto" de Malmö, de Pai Bósnio e Mãe Croata, e Larsson cujo Pai é oriundo de Cabo-Verde e Mãe sueca, nasceu em Helsingborg (para onde irá jogar, depois do Mundial). Ambos são o colorido e a creatividade numa selecção "segura e previsível" (à imagem da sociedade sueca), e representam bem o papel de principais actores de uma sociedade cada vez mais multicultural como a sueca, cerca de 20% da população sueca não tem antecedentes suecos, e orgulho de milhares de jovens, suecos e não "suecos", pelo exemplo que transmitem. Só por isso, vale a pena seguir a "landslag". Heja Sverige e boa sorte para a Selecção de todos nós; a Selecção Nacional.

Yuri da Ucrânia dinamarquês em Águeda...


As crianças de algumas escolas do 1º CEB de Águeda foram "arregimentadas" para integrarem claques de apoio organizadas às equipas que disputaram jogos do Campeonato Europeu de Sub21 em Futebol no Municipal de Águeda. Na bancada superior norte era visível uma faixa que dizia "A Escola da Mourisca apoia a Dinamarca". E aqui começa o problema. O Yuri (nome fictício) ucraniano de gema, está com os pais em Portugal e frequenta a escola do 1º CEB de Mourisca do Vouga a quem "coube" a tarefa de apoiar a selecção dinamarquesa. O infeliz do Yuri que pensou que por algum tempo iria gritar bem alto o nome do país onde nasceu - a Ucrânia - em conjunto com a sua turma teve de incitar os dinamarqueses. Não sabemos se fingia que gritava ou se gritava baixinho... Concerteza que não foi tarefa fácil para Yuri nos seus 8/9 anos de idade viver estes conflitos de identidade provocados por outros. Esta história não é estória. Aconteceu ontem, com um Yuri qualquer que com uma camisola da claque das escolas que apoiaram a Dinamarca, no final do jogo levantava bem alto uma bandeira com as cores da Ucrânia seu país natal...

segunda-feira, maio 29, 2006

Da avaliação à Eurovisão...


Andam a flutuar no ar, transportados certamente pelos políneos que todas as manhãs irritam as narinas e as laringes, rumores de que a avaliação de professores vai começar a contar com a participação dos pais dos alunos. Não tenho nada contra a avaliação dos professores. Antes pelo contrário. A avaliação é uma forma de melhorar o seu desempenho individual e, por arrastamento, da escola onde leccionam e do sistema de ensino no seu todo. Assim, a avaliação é uma coisa séria, que deve ser levada a sério! Aqui é que a porca, decerto devido ao efeito irritante dos políneos, torce o rabo. A proposta que o Governo estará a preparar não é séria! Porquê? Primeiro, porque a noção de avaliação que o Governo adopta tem fins punitivos! Há que punir aquela corja de mandriões que têm três meses de férias, dão cinco horas de aulas por dia, faltam amiude e não ligam ao sucesso dos seus alunos! Segundo, porque os muitos diagnósticos que têm sido feitos sobre o ensino em Portugal, apresentam de forma recorrente a demissão dos pais relativamente à vida escolar dos seus filhos como um dos factores de insucesso mais relevantes. São os "demissionários" que vão avaliar, ou ajudar a avaliar, o desempenho dos professores?
Esta iniciativa, a ser verdade, resulta da tradução cega de um modelo que em influenciado a acção governativa de forma significativa nos ultimos tempos: o modelo dos países escandinavos. Há uns posts atrás, desejámos que nosso premier tivesse aprendido alguma coisa quando visitou a Finlândia. Pelos vistos copiou mais do que aprendeu...
Já agora, pode ser que os organizadores do nosso festival da canção se lembrem de imitar os finlandeses e, para o ano, enviar à Eurovisão os Moonspell ou coisa semelhante em vez das meninas de minisaia e voz esganiçada que, com o voto electrónico já não convencem ninguém. Na foto abaixo, para quem não conhece, os vencedores finlandeses do festival da Eurovisão 2006!


Culturas Dominantes

Ainda a propósito da "futebolização mediática do país" encontrámos no site de um semanário da "bila" (CC para quando novos post?) a seguinte pergunta aos cibernautas:

Costuma ir ver jogos ao estádio de Águeda?

- Sempre que posso
- Não vou
- Só quando são jogos importantes

Perante esta cultura dominante que valoriza conhecer se os cidadãos se sentam ou não nas bancadas do Municipal de Águeda, ficamos sem palavras ou então apetece-nos acrescentar outras como estas:

* Leva farnel?

* Bebe cerveja ou coca-cola?

* No intervalo lê a Bola ou o Record?

* Vai para a central ou para o superior?

* Frequenta os WC do estádio?

* Leva boné ou cachecol?

* Sempre que vai leva o puto?

* Leva o fato com que foi à missa ou veste fato de treino?

* A seguir "peregrina" pela rota das tasquinhas da Rua de Baixo?

* A sua bandeira tem cabo de madeira ou aço inox?

* ...

É a vida...


sábado, maio 27, 2006

Águeda, Portugal e Futebol


O Futebol é uma paixão nacional. Todos nós crescemos a jogar e a adorar o Futebol, ao mesmo tempo que nos obrigam a tomar partido pelo SLB, FCP ou SCP. Todas as paixões devem contudo ser consumidas em doses moderadas. Antes de mais, por muito que apreciemos o jogo, a magia técnica dos seus melhores executantes, a beleza das suas acções colectivas, o colorido "marketizado" dos equipamentos, NUNCA deixará de ser um jogo. E um jogo que mais do que interpretar oposições, dissonâncias e rancores clubísticos, contém na sua vivência fundamentos motores, cognitivos e sócio-afectivos fundamentais para o desenvolvimento de cada ser humano. Quantas coisas importantes aprendemos com o Futebol? Do nosso auto-conhecimento pessoal, às nossas capacidades individuais, às relações com os outros, aos valores essenciais à construção da nossa personalidade. Quantas experiências sentidas, vividas e marcantes nas nossas memórias estão situados à volta do jogo de Futebol. Eu comecei a gostar do Futebol no grande e liberto espaço do Adro. Nos anos 60 no Adro contavam-se pelos dedos os automóveis ali estacionados ou que por ali passavam. O Futebol no Adro tinha múltiplas variantes de acordo com o número de participantes, tempo disponível, tipo de objecto de jogo (bola) e nível técnico dos jogadores. Assim tinhamos o "jogo das sarjetas" utilizando uma minúscula bola de borracha e como balizas as sarjetas com água existentes nos passeios. Normalmente eram assim uns jogos de "tudo ao molho e fé em Deus" com muita canelada à mistura. Tinha direito ao jogo ser interrompido sempre que passava um automóvel na estrada. O terreno de jogo ficava em frente à sala do famoso Professor Oleastro. Depois tínhamos o "jogo dos bancos" que com 1x1, 2x2 ou 3x3 no pequeno jardim ao lado da igreja, com balizas paralelas e que colocava à prova a orientação espacial. Por vezes o jogo era interrompido, por perturbar a missa ao lado. No "campo principal" em frente à Escola Primária (actual Junta de Freguesia e Biblioteca Municipal) organizados em "equipas escolhidas a partir dos encostados à parede" disputavam-se as grandes partidas, já com cantos, livres e golos de cabeça. Os golos de cabeça davam sempre muita discussão, sobre a virtual altura da barra. Os postes das balizas eram as árvores ou uma pedra mais arredondada. Nesse tempo o S.Sebastião era a grande catedral do Futebol, onde ao domingo o RDA tentava levar de vencida aquela malta danada de clubes temidos como o Valecambrense, o Lourosa, CORFI, etc.
Em Maio de 2006 o país está rendido ao Futebol, não ao jogo, mas áquilo que hipoteticamente dois grupos de rapazes quase todos nascidos cá neste rectângulo, poderão fazer num Campeonato Europeu de Sub21 anos e num Campeonato Mundial de Futebol. Nesse sentido os chineses já mandaram fazer milhões de bandeiras nacionais de todo os tamanhos, cachecóis, lenços e múltiplos adereços com as cores nacionais. As nossas TV já contrataram jornalistas, comentadores, programaram transmissões, directos, reportagens. Existe já um movimento cívico que está a lutar para combater uma falha grave de informação. Querem saber quantas vezes o Pauleta vai ao WC durante a noite. Há também adeptos interessados em saber em que sentido é que o Luís Figo, esfrega os dentes com a respectiva escova. Depois do livro do Carrilho, os jornalistas que se cuidem.... Nada ficará como dantes. Exigimos rigor na informação.
Assim, através de um jogo fantástico - o Futebol - um país pára embasbacado não para o jogar, desfrutar dele, tirar partido dos seus benefícios para a sua saúde, bem-estar e qualidade de vida, mas antes para encher as bancadas, gritar e acenar com bandeiras e cachecóis. Fico triste, chocado e até "envergonhado geracionalmente" quando os esforços, a mobilização, os recursos financeiros são para organizar claques de crianças que vão ficar com uma ideia de "desportistas de bancada" vestidos com as cores das equipas que circunstalcialmente estão no relvado. O Futebol desenvolveu-se porque conseguiu ao longo dos séculos, atrair muitos praticantes a um jogo simples. Trata-se de valorizar as práticas do Futebol, por oposição às formas contemplativas do jogo. Porque não colocamos a mesma vontade, o mesmo empenho, os mesmos meios, os mesmo recursos fundamentais para organizar 2/3 jogos entre equipas participantes numa competição, noutras situações? Porque não acontece o mesmo para requalificar os espaços desportivos das escolas do 1º CEB? Porque não nos empenhamos na construção de espaços verdes e espaços desportivos públicos? Porque temos dificuldade em afectar meios a políticas de promoção das práticas?
José Sócrates pode andar descansado. O país andará nos próximos meses adormecido e alienado com o Futebol e as suas ilusões. Mister Scolari com o seu ar de sargento sabichão e mandão (que outro país suportaria tal bronco ignorante à frente de selecções nacionais?) irá fazer "agitação de massas" com truques saloios de tiques de autoritarismo sul-americano, mascarado de grande "sabedor" da coisa.
O Futebol é só um jogo. Por sinal um jogo fantástico que os portugueses adoram. Mas custa ver num país com tantas dificuldades, que a mobilização dos cidadãos seja maior para comemorar um título desportivo, do que para lutar pelos direitos dos cidadãos. É mais fácil mobilizar as pessoas para "ver um jogo" do que para discutir um problema que possa afectar a vida da comunidade. As emoções relacionadas com o jogo não explicam tudo. A actual "ditadura económico-grupal" da comunicação social lusa poderá ajudar a compreender e explicar a situação. Um país com o mais elevado nível de ileteracia, possui 3 diários desportivos. O país da Europa com menor consumo de leitura de jornais, consome 3 diários, que de desportivos têm muito pouco, já que ocupam a atenção com as questões acessórias do jogo.
Neste contexto, o Futebol não tem culpa da utilização social que lhe é dada. Ele é apenas um dos muitos jogos praticado pelo Homem. A cada momento devemos equacionar que "o mais importante não é o que pode fazer o João no Futebol, mas antes como pode o Futebol ajudar o João" ...
Viva o Futebol....

quinta-feira, maio 18, 2006

Parque da Alta Vila - portfolio (II)


O coreto do Parque da Alta Vila.

Parque da Alta Vila - portfolio


Inicia-se aqui um porfolio de imagens que procurarão dar uma ideia do actual Parque da Alta Vila na cidade de Águeda.

Parque da Alta Vila - oásis natural


O Parque da Alta Vila no contexto urbano da cidade betonizada que é Águeda, constitui-se como um verdadeiro oásis de verde natural (não, não é por causa dos adeptos do clube do Visconde), trilhos sinuosos, cheiros fortes e sons de aves e ramos ao vento. Mesmo no centro da cidade, o Parque da Alta Vila foi recentemente difamado, ao ser referido na comunicação social como vandalizado e ao abandono. Verdade seja dita, acabou de ser totalmente limpo ao nível da sua vegetação e construído um telheiro junto ao viveiro de plantas. Os diversos canteiros de flores estão tratados e floridos. Muito há a fazer. Muito pode ser feito. Mas será importante não desligar a requalificação do Parque da Alta Vila de toda uma visão concelhia de inventariação, requalificação e promoção de espaços naturais no todo concelhio. Não se trata de fazer mais um canteiro assim ou assado, de plantar a espécie mais exótica aqui ou acolá. É tempo de apreciar e valorizar as riquezas naturais que por vezes por estarem tão perto, valorizamos pouco ou nada. O Parque da Alta Vila (e quase o mesmo podemos dizer de quase todos os espaços naturais de Águeda) dançou ao sabor de ideias avulsas, não fundamentadas tecnicamente e com total ausência de visão estratégica numa lógica de espaços naturais públicos como fonte de atracção das pessoas, de promoção de actividades físicas e desportivas, de espaços de encontro e convívio. "Vamos fazer uma Pousada de Juventude no Parque da Alta Vila", "É preciso um salão de chá no Parque", "Falta ali um Parque Infantil", "...". Múltiplas visões avulsas pouco sustentadas numa perspectiva de devolução do Parque da Alta Vila à vida da cidade através não só pela beleza das flores que nele crescem, da raridade das suas árvores, mas essencialmente pela vivência dele pelas pessoas. Como sempre muitos palpites e pouco conhecimento. Conhecimento do que pode ser hoje um espaço natural. Do que pode ser o seu contributo para a qualidade de vida das pessoas. De ponto de confluência de múltiplos gerações e populações, desde as crianças até aos gerontes. Pensar hoje um Parque Natural é muito mais que discutir os metros quadrados de relva ou área verde. Como promover a sua fruição? Como evitar a sua vandalização? Como valorizar o sentido de pertença e identidade a esses espaços por todos? Não chega construir, não basta edificar. Um parque como o da Alta Vila tem de viver da qualidade de vida daqueles que o sentem e vivem. Não só os "urbanóides" de Águeda, mas todos aqueles que valorizam a natureza, a relação próxima à sua diversidade de pontos de interesse (as árvores raras, o lago, o som dos patos, os trilhos sinuosos, os caminhos a descobrir, os pontos elevados de observação sobre a cidade, as pontes, o belo coreto, o campo de jogos).
PS - Por um mero acaso, descobrimos há pouco que um dos mais belos Parques Verdes das nossas redondezas (Sever do Vouga) foi concebido e planeado por uma arquitecta de .....Águeda. Claro que aquele parque era impossível de fazer em Águeda, porque ... é muito barato e teve um caderno de encargos muito baixo.
É a vida!!!???

terça-feira, maio 16, 2006

Cow Parade em Estocolmo


Já que as vaquinhas coloridas chegaram à capital do Império, junto imagem de uma das vacas suecas que estiveram expostas na capital sueca no verão de 2004. Esta, a viking cow, esteve a pastar no Djurgården, umas das ilhas da Estocolmo central, não muito longe do Museu de Arte Moderna desenhado, o museu não a vaca, por um catalão, o Rafael Moneo. Já que mencionei a zona de Djurgården (que em sueco, significa jardim zoológico), e estando em vésperas de um campeonato do mundo da futebolândia, informo ainda que Djurgården não é mais do que uma das principais equipas de futebol de Estocolmo. O Djurgården, que tem um equipamento azul e preto, é considerado o clube das classes altas e joga no meu estádio de futebol favorito; o estádio olímpico de Estocolmo, uma peça de arquitectura fabulosa. Em Estocolmo existe ainda o Hammarby, que tem um equipamento à Setúbal, estando situado na zona sul da cidade, o Söder da boémia, das fábricas que vão sobrevivendo e do porto, sendo considerado o clube das bases populares e do operariado de Estocolmo (se é que ainda ele existe em Estocolmo...). Por fim, ainda existe o AIK de Solna. Este, o AIK, veste de preto e amarelo, e está situado em Solna, uma zona de serviços, sendo o clube popular por excelência de Estocolmo, jogando sempre no estádio nacional sueco, o Råsunda. Este clube é ainda famoso por ter como membro da sua direcção Lennart Johansson, o presidente sueco da UEFA.

Cow Parade


A Cow Parade chegou a Lisboa. A imaginação na pintura do corpo de uma vaca, através de coloridos exemplares, não deixa ninguém indiferente. Descobrir o colorido e a imaginação dos autores das "vacas berrantes" é um desafio na lufa lufa urbana. A imagem é de Praga (2004) de uma colorida vaca em frente à Casa Municipal da cidade.

sexta-feira, maio 12, 2006

Educação Física e "negociatas"



Em função das expectativas criadas na nossa "bila" sobre este tema, recupero aqui um texto já publicado na "Página da Educação", mas que infelizmente faz todo o sentido. Leia quem lhe interesse e reflicta quem deve reflectir...
A Educação Física no 1º Ciclo não é o catering da cantina …

O Ministério da Educação (ME) com base no programa de generalização do Inglês no 1º Ciclo do Ensino Básico (CEB) como actividade extra-curricular entende que “o projecto é para alargar a outros anos e outras disciplinas” acrescentando desejar “criar programas idênticos para outras disciplinas, como a Educação Física”(1). A Educação Física (EF) é uma área curricular obrigatória em todos os níveis do sistema de ensino em Portugal. Como tal não é transferível para componente extra-curricular na escola do 1º CEB. É nosso entendimento de que as mudanças curriculares não podem, nem devem estar ao sabor de vontades circunstanciais. Elas devem corresponder a consensos legitimados pela escola, pelos professores e pelo reconhecimento do seu papel social na formação de gerações de cidadãos. Possuindo responsabilidades formativas ao nível do desenvolvimento da personalidade da criança, do estímulo ao prazer e descoberta de novas competências motoras, do desenvolvimento das suas capacidades motoras, da partilha e fruição de actividades físicas e desportivas pautadas por valores ético-desportivos. A EF não é a mera animação desportiva, para descarregar energias acumuladas. Neste sentido não está à venda, nem disponível para ser uma área de negócio potencial, em que a subcontratação substitui imperativos decorrentes do normal e efectivo trabalho da escola e dos seus professores. É inquestionável que muito há a fazer para que a regularidade e o carácter sistémico da prática da EF nas escolas do 1º CEB beneficie plenamente a totalidade das crianças que a frequentam. Mas isso não é sinónimo de entendermos que “o mercado” é a solução para o problema. Pelo contrário, será mais um passo no aprofundamento da “marginalização da EF” na escola do 1º CEB com efeitos deveras nefastos e incalculáveis no futuro.As finalidades educativas da EF no 1º CEB merecem que esta área seja desenvolvida no contexto da vida de cada escola e de cada turma, sob pena de fomentar a sua marginalização. Contribuir para o desenvolvimento global das crianças que frequentam a escola do 1º CEB em termos cognitivos, sócio-afectivos e motores, também exige a EF na vida de alunos, de professores e das suas escolas.A eventual intenção do ME de colocar a área curricular de EF – que paralelamente com o Português e a Matemática acompanham o aluno português do 1º ao 12º ano de escolaridade – ao nível do mero fornecimento de serviços como as refeições na cantina escolar, releva da desqualificação das suas finalidades educativas para as crianças do 1º CEB. Apesar de reconhecermos a área de EF como problemática, o caminho a realizar para uma melhor EF no 1º CEB nunca pode passar pela sua exclusão do currículo obrigatório. A EF existe na escola do 1º CEB desde 1873, reconhecida como área do currículo. Como podemos chegar a 2005 e pretender desqualificá-la? Transformá-la em componente extracurricular? Fazer dela um produto ao sabor da “oferta do mercado” ou da “prestação de serviços”? Os alunos portugueses não são diferentes dos seus colegas europeus. Têm direito a beneficiar para o seu desenvolvimento de uma EF integrada no currículo obrigatório, de forma a garantir a sua prática regular e sistemática.
- O que fez o ME ao longo dos anos para a qualificação da EF no 1º CEB?
- Que atitudes assumiu perante as inúmeras “situações esquisitas” de invasão curricular da EF no 1º CEB por parte de estranhos à escola?
- Que indicações foram dadas às escolas pelas suas diferentes estruturas sobre o desenvolvimento da EF no 1º CEB?
- Que orientações foram sugeridas pela Inspecção-geral de Ensino para o desenvolvimento desta área no 1º CEB?
- Que exigências foram colocadas às Câmaras Municipais para a requalificação dos espaços, equipamentos e materiais imprescindíveis para uma EF de qualidade no 1º CEB?
É tempo de pensar o desenvolvimento estratégico da área de EF no 1º CEB (á semelhança do que já foi feito noutras, como por exemplo na Matemática), pois a base começa aqui. Os alicerces de aprendizagem e desenvolvimento para o futuro de cada criança iniciam-se com aquilo que de bom e de mau lhe proporcionamos na escola do 1º CEB. Também é assim na Educação Física…
1) In Diário de Notícias de 30.10.05.

terça-feira, maio 09, 2006

Fotografia do ano na Suécia



Fotografia do free-lancer Jocke Berglund no Sul da Suécia, depois da tempestade do último inverno, que arrasou parte significativa da floresta.

Deutsche Demokratische Republik




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E o clube da Deutsche Demokratische Republik lá regressou aos nacionais. Aleluia, que se o camarada Erich Honecker ainda cá andasse ficaria contente.
Obrigado pela recordação aqui evocada pelo Oliveira e Silva sénior, eu sou o Oliveira e Silva juvenil, já que somente joguei duas épocas nos juvenis desse fantástico clube cujas camisas cor de grená davam bem com o vinho da taberna do Fanfas (grande defesa central). De facto, o Recreio, ou antes, Portugal, perderam um grande defesa esquerdo, moi, quando, muitos anos mais tarde, se lesionou com uma certa gravidade (estava de ressaca) num encontro de futebol do I.F. Högberga. De facto, a minha valorosa carreira no nosso querido RDA foi marcada, vamos lá ver como explico a coisa, pelo infortúnio de ter marcado, se bem me recordo..., 3 golos na própria baliza. Um dos ditos até com uma certa importância, já que foi marcado na final de um distrital de juvenis jogado no velho Mário Duarte em Aveiro contra o Feirense ou Sanjoanense, não me recordo qual dos dois, em que perdemos por, já estão a ver, 2 a 1... Como devem imaginar, não era um jogador lá muito dado a esses malabarismos técnicos tão ao gosto dos latinos, por muito esforço e valentia que aplicasse nas jogadas. Era mais um jogador que acertava nas pernas dos adversários do que na bola, digamos, da escola inglesa, se estão a ver o estilo, e varria bem o lado esquerdo da defesa. Do outro lado da defesa, a defesa direito, estava outro primor da técnica, o Oliveira, este, mais influenciado pela escola alemã (não, não a de Heidegger), ou seja, dava mais forte e continuamente, e que é hoje, se não me engano, Presidente de uma freguesia da nossa terra.
Isto tudo decorria para desespero do nosso treinador Vergílio Feio, que, coitado do homem, bem tentava incutir uma certa disciplina táctica nestes executantes primorosos.
Agora, à distância que o tempo permite e com frieza, deve ser do clima sueco, já consigo explicar, ou antes, conceber uma explicação com lógica ao facto de ter marcado um auto-golo tão importante como o da final de Aveiro.
O descalabro deveu-se, sem mais nem menos, aos pitons das botas...
Sim, a culpa deveu-se a um problema com os pitons..., já que estavámos habituados a jogar no pelado e não nesse luxo da relva, tinhamos chuteiras (Desportex, grande marca) nada adaptadas à relva. Fuí traído pelo material...
Como se costuma dizer nestas alturas, e tão do agrado dos escribas da bola, perdeu-se um grande jogador, não sou nada modesto, mas ganhou-se o homem...
Já agora, o Oliveira e Silva sénior também não era lá grande primor da técnica, mesmo depois ter tido a oportunidade de deliciar os tiffosi de um outro baluarte do futebol aguedense, o Valonguense...
É a genética.

Cafés e espírito tertuliano

Dia da Europa assinalado em 27 cafés das capitais da UEO Dia da Europa é hoje assinalado em 27 cafés das capitais dos Estados membros da União Europeia e dos dois países que aderem em 2007, com o objectivo de divulgar a diversidade literária e gastronómica europeia.
Em Lisboa, o projecto cultural Café da Europa, uma iniciativa conjunta do Instituto das Regiões da Europa e da presidência austríaca da UE, funcionará no café Martinho da Arcada, celebrizado por ser o espaço de eleição do poeta Fernando Pessoa, situado na Praça do Comércio.
No Martinho da Arcada, as actividades de comemoração do Dia da Europa têm início pelas 10:30, com uma declaração de boas-vindas do secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Fernando Neves, e com a presença do embaixador austríaco em Lisboa.
Segue-se uma «leitura sobre tema europeu», intitulada «Vagabundagem por Mínimas Europas», a cargo do poeta Casimiro de Brito, representante do Clube de Escritores Europeus, em diálogo com o tradutor João Barrento, com base numa colecção de poemas escritos ao longo de 20 anos sobre a passagem por 20 cidades europeias.
Noutros cafés europeus, estarão presentes autores como Vaclav Havel, que estará em Praga, Eva Demski em Berlim, Christiane Singer em Paris, Jan Baeke em Amesterdão e Timothy Garton Ash em Londres.
Todos os escritores abordarão o tema da Europa de um ponto de vista literário, o que será o ponto de partida para o debate entre os presentes, que podem também contribuir com as suas próprias «Histórias da Europa», a compilar e publicar posteriormente no primeiro livro paneuropeu, com 27 capítulos, um por país.
O Café da Europa oferecerá ainda aos participantes uma selecção de bolos dos 25 Estados membros e da Roménia e Bulgária e um folheto intitulado «Sweet Europe» (Europa Doce), com as respectivas receitas originárias de todos os países envolvidos no projecto.
Na capital portuguesa, o protagonista é o pastel de nata, que será oferecido a todos os presentes.
às 17:00 vão ser divulgados os nomes dos vencedores do concurso de cartazes e ilustrações «A União Europeia e os Direitos das Crianças», destinado a jovens entre os 10 e os 18 anos, promovido pela Comissão Europeia e coordenado, em Portugal, pela organização não- governamental Oikos.
Além do Café da Europa, está igualmente prevista a realização de uma conferência subordinada ao tema «Europa: Espaço de Liberdade, Segurança e Justiça» no Centro Cultural de Belém, pelas 18:00, com a participação do ministro da Justiça, Alberto Costa e do juiz do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias José Cunha Rodrigues, entre outros.
Em Portugal, as comemorações do Dia da Europa contam com a colaboração do Gabinete do Parlamento Europeu, da Representação da Comissão Europeia em Portugal, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Embaixada da Áustria em Lisboa.
A 09 de Maio de 1950 foi dado o primeiro passo para o que é hoje a União Europeia, com a declaração de Robert Schuman, que propôs a criação de uma Europa organizada como requisito indispensável para a manutenção da paz. (in Diário Digital 9.05.06)


A ideia do café como espaço público de encontro, convívio e cavaqueira com troca de opiniões e ideias parece ser a preocupação deste evento europeu. Ao contrário dos bares, o café como espaço público de ideias é cara a muitas gerações de cidadãos. Os cafés como espaços públicos de ninguém e de toda a gente, estão gradualmente a desaparecer, dando lugar nas melhores praças e avenidas a sucursais de bancos e seguradoras, restaurantes de "fast food" ou snack-bar de gosto duvidosos e "ditadura das fórmicas". Os poucos cafés de cidade que ainda restam são aqueles que possuem alma. E assim sendo garantiram a sua continuidade ou ganharam novos fôlegos de rejuvenescimento mantendo a sua matriz. A cultura europeia precisa do café como espaço público. Não é apenas a nossa história literária ou artística que se revê na função social desse espaço. Todos nós temos necessidade de possuir as referências culturais nos espaços das cidades. Não existem espaços neutros. Existem espaços a quem as pessoas dão vida e cor. Faz parte da nossa cultura essa rotina social de saber que encontramos naquele espaço os conhecidos e os amigos. Que nesse contexto vamos ter oportunidade não só de cavaquear descontraidamente, mas quando menos esperamos falar das coisas mais sérias da vida, dos problemas do quotidiano, das soluções milagrosas que cada um julga ter para cada situação. Quantas decisões são quotidianamente tomadas à mesa do café? Quantas iniciativas políticas foram desenvolvidas a partir das mesas de café? Quanto grupos se organizaram em volta de umas "bicas"? Pela nossa parte a nossa vivência cívica no âmbito do Águeda Fórum - Movimento Cívico Para a Participação, teve o café "Avenida" como sede (referido no livro "Águeda Fórum - Percursos de Cidadania"-2003), espaço de reunião e tertuliano. Contribuir para recuperar e fomentar este espírito de ver nos cafés um espaço tertuliano diferente da internet, não é uma mera questão geracional. Há necessidade de dar relevo aos cafés que possuem identidade e vida própria. Quem não recorda o que representou para a vida social, política e económica de Águeda o café "Moderno". Este café representou à época um rasgo de inovação e modernidade em todos os sentidos. Porque razão cafés desse tempo, tão próximos no espaço urbano - "Moderno", "Jardim" e "Cancioneiro" - possuíam identidades tão diferentes e distintas? Onde estão hoje em Águeda estes cafés? Onde podemos encontrar os cafés actuais de Águeda como referências identitárias? Será que os actuais cafés estão condenados a subordinar-se à bacoca divisão pelos três maiores clubes desportivos nacionais? Queremos acreditar que os cafés têm de dar vida às cidades e contribuir para aumentar os espaços de encontro e tertuliano dos cidadãos, seja à volta de "uma bica", um "pastel de nata" ou ......um "pastel de Águeda".

segunda-feira, maio 08, 2006

E agora ... algo completamente diferente

Conforme isto tudo está HARE KRSNA pode ser uma saída...

domingo, maio 07, 2006

RDA!!!

Longa vida ao Recreio! Talvez (assim espero) a crescente utilização do termo Recreio para designar o RDA traduza uma maior aproximação das gentes de Águeda ao seu clube. Talvez seja esta uma das poucas situações em que a expressão "Oh tempo volta para trás" me diz qualquer coisa de positivo.
Já agora não se esqueçam que neste blog há pelo menos três bloggers que envergaram com orgulho, valentia e abnegação (apesar de alguns golos na própria baliza... não é Paulo?) a camisola grená (e não vermelha!) do clube!
Um abraço aos atletas, equipa técnica e dirigentes do RDA.

Viva o Recreio ... abaixo o Águeda

O Recreio Desportivo de Águeda acaba de subir de divisão. Apesar de tudo é de assinalar e comemorar. Noto que ultimamente voltou-se a usar mais frequentemente a designação "o Recreio" e menos "o Águeda". Para a minha geração, que aprendeu a gostar de futebol no velhinho Campo de S. Sebastião e a gostar do Recreio Desportivo de Águeda com camisolas de cor grená, esta distinção tem significado. Confesso que me custou deixar de ouvir chamar "o Recreio", para passar a ouvir "o Águeda". Quando ouvia "o Águeda ganhou, o Águeda perdeu" parecia que falavam de um clube desligado do RDA, de um qualquer clube representativo de uma qualquer "bila" de província (como gostam de dizer os lisboetas). Isto porque para muitos de nós, que sempre ouvimos dizer "o Recreio isto, o Recreio aquilo", com as sucessivas subidas de divisão, progressiva profissionalização do futebol sénior, dizer "o Águeda" não era a mesma coisa. Para já não falar do gozo que era dizermos que o nosso clube era o RDA...à época (anos 70) "confundível" com o país alemão portento desportivo a todos os níveis (as outras histórias viriam mais tarde). Portanto em Águeda falar de futebol é falar do "Recreio" das suas vitórias e derrotas, das suas crises existenciais. Resumindo, sentimos que quando se fala mais do "Recreio" que do "Águeda" sentimos afectivamente as coisas, mas também de que o clube está a ser pensado para aquilo que foi fundado. Fomentar a prática desportiva, principalmente aos mais jovens. Criar condições para que o prazer do futebol possa ser uma alegria semanal para muitas crianças e jovens. Longa vida ao Recreio...

sexta-feira, maio 05, 2006

Culto D'Orfeu - momentos únicos

No âmbito da Semana Cultural organizada pela JF de Águeda, teve lugar na 4ª feira passada um concerto único e memorável. Perante um Teatro de Bolso do Orfeão de Águeda repleto, os privilegiados presentes puderam gozar de momentos musicais fantásticos proporcionados pela mestria e criatividade de 4 filhos da terra. Desta vez santos da terra fizeram milagres, ainda que aplaudidos e reconhecidos por poucos (relativamente). Os irmãos Fernandes (Rogério, Artur, Luís e "Bitocas") com base em música de vários continentes e através de originais arranjos, construiram uma sessão em que o rigor instrumental se casava continuadamente com a improvisação. Tudo isto num tipo de música que os nossos ouvidos, não estão habituados a associar a improvisações e ousadias de arranjos. Uma noite fantástica de música. Irrepetível !!!
Haverá gravações destes momentos musicais fabulosos?

Portas da Venda Nova (VI)

quinta-feira, maio 04, 2006

Biba a crise que ... não é para todos.

"O Governo vai premiar os gestores pelo seu desempenho à frente das empresas públicas. Para já, os presidentes das empresas e institutos tutelados por Mário Lino ficaram a saber que a parte "variável" dos seus salários passa a ser indexada em conformidade com os resultados obtidos. O ministro das Obras Públicas Transportes e Comunicações garantiu que não vai mexer na parte fixa do salário. " (in Diário de Notícias 4.05.06).
Viva a distribuição democrática dos efeitos da crise orçamental do Estado. Para uns congelam-se salários, retiram-se regalias sociais pré-25 de Abril, diabolizam-se aos olhos de todos como "uns calaceiros profissionais" e causadores objectivos da situação financeira. Para outros nem se discutem salários, discute-se a "parte variável" das suas "míseras remunerações". Essa "parte variável" será indexada aos resultados obtidos face a objectivos de gestão ...definidos pelos próprios. Claro que falta dizer que falamos da "elite boyada" formada pelos gestores do "baile das cadeiras" integrado por fundamentalistas do bloco central. Isto sim, são medidas de ruptura de gestão!!! Discutir os prémios, quando para outros se discute o dia da porta da rua!!!
Porque não fala com seriedade e objectividade a nossa comunicação social destes "pequenos/grandes" escândalos políticos e sociais?
Porque existem cortinas de fumo quando se trata da "boyada do bloco central"?
É a vida ...???!!!

terça-feira, maio 02, 2006

1º de Maio

O 1º de Maio pretende assinalar a luta pela dignidade do trabalho em todo o mundo. Num tempo em que sob a capa da "competitividade", da "flexibilização", da "deslocalização" o país assiste a uma constância de encerramento de empresas, fecho súbito de fábricas com carteiras de encomendas, perspectivas da mais elevada taxa de desemprego, ... parece que não se passa nada. Perante estas situações a mobilização da sociedade é ...para a comemoração do título de campeão do FCP, para a comemoração da subida de divisão do Beira-Beira, etc. Terá que ser assim? Estaremos irremediavelmente condenados à alienação FFT (fátima, futebol e televisão)? A dignidade da vida de cada um não será mais importante do que o novo "look" do Simão? A desregulação de horários de trabalho não terá mais influência na vida das pessoas, do que a conferência de imprensa de Pinto da Costa? A constante caminhada no sentido do "capitalismo mais selvagem" não será mais ofensivo para todos nós, do que o que pensam 3 senhores engravatados que falam entre si de futebol?
Somos um povo (quase) fantástico... Com grande dificuldade para nos mobilizarmos pelas questões essenciais da vida, mas fulgurantes para nos mobilizarmos pelas questões mais acessórias...