sexta-feira, dezembro 26, 2008

O grau zero da política

O Governo usará todos os meios ao seu alcance para ajudar os portugueses a ultrapassar as dificuldades impostas pela "grave crise económica e financeira". A garantia foi dada ontem pelo primeiro-ministro numa mensagem de Natal dirigida ao País, onde recordou as medidas tomadas pelo Executivo. Na mensagem, Sócrates chamou a si, inclusivamente, a descida das taxas de juro afirmando que, "criámos as condições para que baixassem os juros com a habitação", atirando para segundo plano as decisões do Banco Central Europeu. in Correio da Manhã 26.12.08.


Quando pensamos que já ouvimos de tudo, enganamo-nos. Quando imaginamos que não é possível baixar o nível, surpreendemo-nos. Quando conjecturamos que a "elite política do bloco central" ainda tem alguma lata política, desiludimo-nos. Como entender afirmações desta natureza, na quadra natalícia? Como compreender este ar caritativo, tendo como pano de fundo o novo ano? Como aquilatar do valor destas afirmações, num tempo pós-ajuda/dádiva à banca portuguesa?
Mas, a razão de ser e de estar politicamente de um PM não é claramente "ajudar os portugueses a ultrapassar as dificuldades"? Estaria o nosso PM a referir-se a outros portugueses que não aqueles que têm sido ajudados até agora? Pensaria o nosso PM nos portugueses que não integram o bloco central?
Para além da demagogia sobre as taxas de juros dos empréstimos à habitação, como é possível encenar tanta farsa e hipocrisia? Assume-se agora que tudo o que foi pensado e feito ao longo destes anos, não foi para ajudar os portugueses? Considera-se que "agora é que é" a sério. Com orçamentos de estado de faz de conta, vamos iniciar 2009 em clima político de pré-campanha eleitoral, em que agora até os 3% do deficit público já nada importam. Com as trapalhadas habituais mascaradas pelas excelentes agências de comunicação que tudo esmagam em termos de comunicação social, chega para completar o ramalhete o inenarrável Pedro Santana Lopes, figura apenas consumível politicamente neste país.

Politicamente 2009 não augura nada de bom. Em cima das políticas de trapalhadas, temos ainda o regresso à luz potente dos holofotes desta figura que Manuela Ferreira Leite não teve a coragem política de vetar para a candidatura autárquica a Lisboa.

sábado, dezembro 20, 2008

Sérgio Godinho a abrir as sextas

As iniciativas culturais e desportivas carecem de ritualidade para integrarem a vida das comunidades. As sextas culturais de Águeda promovidas pela nossa autarquia e pensadas e dirigidas artisticamente pela D'Orfeu, aí estão com a qualidade de um bom cartaz. E para abrir o programa nada mais nada menos que o espectáculo dia 9 de Janeiro no Cine-Teatro S.Pedro com Sérgio Godinho (http://www.myspace.com/sergiogodinhooficial) um "camaleão" musical que desde os anos 70 do século passado engrossa a nossa colecção musical de vinil e agora a de CD. Sérgio Godinho cantou publicamente em Águeda pela primeira vez no ano de 1975 (?) num canto livre no ginásio masculino da actual Escola Secundária Marques de Castilho. Diziam as más línguas da época que apenas aceitou participar se a iniciativa fosse apartidária. Lembro-me que foi um dos últimos dos cantautores portugueses nesses anos de brasa, a cantar em Águeda. Já Zeca Afonso, Fausto, Vitorino, Carlos Paredes e Adriano Correia de Oliveira o tinham feito. Sérgio Godinho foi o cantautor mais difícil de ouvir em Águeda. Nessa época tivemos o privilégio de ouvir Adriano Correia de Oliveira e as suas belíssimas canções inúmeras vezes. Quase que a caminho de Avintes, Adriano Correia de Oliveira à sexta-feira cantava em Águeda, tantas foram as suas actuações em Águeda...
Em 1975 (?) para mim foi a primeira vez de Sérgio Godinho, ainda sózinho com a sua guitarra e as canções da época como "Saltimbancos", "Que força é essa?", "Charlatão" e do albúm Pré Histórias como a famosíssima "Barnabé", "O Homem dos sete instrumentos", "Porto, Porto", "A noite passada" ou "Aprendi a amar". Um Sérgio Godinho que teve a inteligência, o saber e a mestria de fazer uma carreira musical de qualidade ao longo dos tempos, quanto a mim, ancorada na descoberta de novos valores ao nível da orquestração musical que lhe garantiram espaço e público constante ao longo das várias gerações sonoras. Com canções que se tornaram verdadeiros hinos de gerações - "Etelvina", "O Grande Capital", "Com um brilhozinho nos olhos" e tantas outras ...- Sérgio Godinho foi capaz de atravessar a etiqueta de cantautor ou baladeiro do 25 de Abril a partir da qualidade musical e poética das suas canções, hoje objecto de admiração e culto por parte das novas gerações de grupos musicais. Sérgio Godinho sempre soube "enroupar" as suas criações com a sonoridade mais próxima da actualidade, sem prescindir da mensagem que pretendia transmitir nas suas letras ou da inovação da sua escrita musical. Só assim se explica a qualidade e longevidade da sua carreira musical.
Outra questão é a sua performance em palco. Sérgio Godinho tem aquilo que poderemos chamar "quilómetros de palco". Mas só isso é pouco para explicar a sua presença, energia e forma de envolver os públicos nas suas canções. Público que muitas das vezes vai aos concertos para cantar as suas canções.

Sérgio Godinho a abrir as sextas culturais para além de uma boa notícia, é um bom sinal.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Os padeiros versus Galp

A Autoridade da Concorrência acusa a Associação dos Industriais de Panificação de Lisboa (AIPL) de “impedir, restringir ou falsear a concorrência” no sector da panificação, incorrendo a associação no pagamento de uma coima de 1,18 milhões de euros.Em comunicado, divulgado hoje no seu site, o regulador concluiu que entre 2002 e 2005 a AIPL criou um “sistema de trocou informações sobre preços de venda de pão ao público com as suas [empresas] associadas”, com o intuito de “fixar, de forma directa e indirecta, os preços de compra ou de venda, ou interferir na sua determinação pelo livre jogo do mercado”. Este tipo de práticas coincide com a designação de cartel, que é a formação de preços iguais entre várias entidades que supostamente deviam concorrer entre si, através do preço dos produtos intermédios ou de venda ao público.A Autoridade da Concorrência, presidida por Manuel Sebastião, identificou, após denúncia, 14 empresas que adoptaram este tipo de prática durante o período de quatro anos e que envolveu um montante de 17,7 milhões de euros. O regulador adianta ainda que a AIPL “induziu, artificialmente, quer a alta, quer a baixa [dos preços do pão]”.Recorrendo aos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o regulador identificou ainda que entre 2002 e 2005 o pão registou “o maior aumento de preços” entre a classe dos Produtos Alimentares e Bebidas não Alcoólicas, facto que fortalece ainda mais a convicção da prática de combinação de preços no sector do pão entre este grupo de 14 empresas.A multa aplicada pela Concorrência corresponde a dez por cento do volume de negócios agregado anual das empresas que participaram na prática de preços combinados, que é proibido por lei, lembra ainda o mesmo comunicado.


Dá vontade de rir. Para lá da justeza e razão da posição, que acreditamos poder ter fundamento. Chamou-nos a atenção como neste país um regulador (figura-mor da defunta onda neo-liberal) é tão lesto a punir os padeiros e tão lento a controlar o regabofe que foi e ainda é a determinação do preço da gasolina e gasóleo pelas empresas petrolíferas. Durante meses, anos, os preços da gasolina e gasóleo ao consumidor foi uma mina escandalosa, bem expressa nos milhões de euros jamais alcançados nos lucros dessas empresas. É sempre mais fácil punir os pequenos, do que se meter com os grandes, desta forma vindo a evidenciar como estes organimos com funções de polícias de mercados económicos possuem sempre dois pesos e duas medidas e usurpam funções sociais do Estado que esse sim deve actuar em nome do interesse público. A comercialização de bens como a gasolina ou o pão, não são um jogo que carece de um árbitro (pretensamente) especializado e pago a peso de ouro. Mais uma no país do faz de conta....

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Alçada Batista - a morte de um sábio

Morreu o escritor Alçada Batista (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Al%C3%A7ada_Baptista).
Autor de uma obra não muito extensa, (1971 - Peregrinação Interior I - Reflexões sobre Deus
1973 - O Tempo das Palavras; 1973 - Conversas com Marcello Caetano;1982 - Peregrinação Interior II - O Anjo da Esperança; 1985 - Os Nós e os Laços (romance); 1988 - Catarina ou a Sabor a Maçã; 1989 - Tia Suzana, Meu Amor (romance); 1994 - O Riso de Deus (romance)
1998 - A Pesca À Linha, Algumas Memórias; 2003 - A Cor dos Dias.

Apenas o descobri com livros como O nós e os Laços, Tia Suzana. meu amor e O Riso de Deus. Para mim a sua literatura irradiava sabedoria e um não sei quê de uma mística das relações pessoais que nem todos conseguem transpor para o papel. Alçada Batista com a riqueza e simplicidade da sua escrita constrói uma literatura carregada de afectos, sem pieguices e com uma enorme profundidade humana, só passíveis de serem escritos por alguém de bem com a vida. O seu ar de idoso calmo e sabedor sobre todas as coisas da vida, eram reforçadas pela tranquilidade das suas falas e dos seus escritos diversos. Perdemos (mais uma) uma voz do bom-senso e da visão humanista da vida.

domingo, dezembro 07, 2008

Também Lisboa

Mobilidade: Câmara de Lisboa investe cinco milhões de euros para pôr munícipes a pedalar
Lisboa.

A Câmara de Lisboa vai investir, nos próximos anos, cinco milhões de euros para criar 40 quilómetros de novas vias cicláveis e recuperar outras já existentes, anunciou hoje o presidente da autarquia. O projecto, apresentado na data em que se celebra o Dia Europeu Sem Carros, compreende um conjunto de iniciativas entre as quais um protocolo hoje assinado com a Administração do Porto de Lisboa (APL) para desenvolver uma pista ciclável com sete quilómetros, entre Belém e o Cais do Sodré, a inaugurar no próximo dia 05 de Junho de 2009.
O presidente da câmara, António Costa, salientou que parte da verba necessária (1,7 milhões de euros) deverá ser obtida através de fundos comunitários, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). A pista ciclável na frente ribeirinha vai ser feita em parceria com a APL e deve mobilizar igualmente patrocínios privados, acrescentou o autarca.
"O porto é essencial à economia da cidade de Lisboa. Lisboa nasceu e existe porque tem este porto, mas ao longo destes 19 quilómetros é possível compatibilizar os diferentes usos da frente ribeirinha", afirmou, à margem da apresentação das novas vias cicláveis.
Depois deste primeiro troço, a pista vai ligar o Cais do Sodré a Santa Apolónia e, mais tarde, vai chegar até ao Parque das Nações. A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, sublinhou igualmente a importância do protocolo assinado entre a autarquia e a administração portuária, que "vai permitir o acesso a certos troços até agora interditos à fruição pública", melhorando o bem estar e a qualidade de vida dos cidadãos.
"Ao criar uma infra-estrutira ciclável contínua, dedicada e segura estamos a contribuir para a promoção da utilização da bicicleta como paradigma de um novo tipo de mobilidade mais sustentável", frisou a governante.
O plano de mobilidade da câmara de Lisboa prevê ainda a instalação de uma rede de 2500 bicicletas de uso partilhado, devendo as primeiras mil estar disponíveis em 2009 e as restantes até 2012, segundo o programa apresentada pelo vereador com o pelouro da mobilidade e vice-presidente da câmara, Marcos Perestrello.
O concurso público internacional vai ser apresentado quarta-feira na reunião de câmara e prevê que os operadores cumpram vários critérios, entre os quais garantir um tempo inicial de utilização gratuita de 20 minutos aos utilizadores que tenham adquirido um passe anual, a associação ao cartão Lisboa Viva e um horário mínimo de funcionamento entre as 06:00 e as 01:00.
O vereador com o pelouro dos espaços verdes, José Sá Fernandes, adiantou que, somando as novas pistas e as que serão recuperadas, Lisboa terá um total de quase 80 quilómetros de ciclovias.
Além dos 250 postos disponíveis para as bicicletas da rede de uso partilhado que vão ser criados mais 65 estacionamentos (http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=364310&visual=26&rss=0)
Para incentivar os utilizadores e "para as pessoas sentirem mais confiança", o município vai ainda lançar cursos para aprender a andar de bicicleta em meio urbano em colaboração com a Federação Portuguesa de Cicloturismo, acrescentou o autarca.


Não discutindo as dimensões políticas nas suas vertentes económico-financeiras, no actual contexto da autarquia lisboeta, a ideia como exemplo nacional deve ser relevado. O facto de Lisboa assumir uma política de promoção da bicicleta na mobilidade urbana, pode ser um incentivo para outras autarquias, pela visibilidade mediática de tal iniciativa no país. Para lá da moda das bikes, Lisboa poderá ser um exemplo da adaptabilidade do uso das bicicletas numa cidade dita pouco favorável para o seu uso, por ser "a cidade das sete colinas".
Vamos aguardar a multiplicação sustentada destas políticas e ajudar às alterações de padrões de atitudes e comportamentos dos cidadãos.

segunda-feira, dezembro 01, 2008

French music

Uma enorme canção francesa, refrescada numa nova interpretação de StephanieValentin.

sábado, novembro 29, 2008

Fantástica democracia - BPP e trapalhadas

Crise. Os accionistas do Banco Privado Português estão disponíveis para contribuir com a sua parte para o plano de salvação da instituição, que está a ser preparado pelo Banco de Portugal, juntamente com outros seis bancos, cujo interesse é proteger os seus créditos deixando o risco para o EstadoJoão Rendeiro demite-se da liderança do bancoO encontro de ontem à noite entre os principais accionistas do Banco Privado Português (BPP) terminou com a renúncia de João Rendeiro à presidência da instituição e com a disponibilidade dos accionistas - nomeadamente Rendeiro, que permanece como tal - para acompanhar um provável aumento de capital, fundamental no plano de salvação da instituição. Isto porque mantêm-se as dúvidas sobre a qualidade das garantias a dar ao Estado para que este assuma o risco das injecções de liquidez no BPP que os seis bancos envolvidos na operação irão disponibilizar. O montante desta injecções deverá ser ligeiramente superior a 500 milhões de euros. Este dinheiro servirá para o BPP cobrir insuficiências de liquidez, quer nas linhas de crédito que estão a vencer, quer para pagar aos clientes que estão à espera de uma solução para resgatar os seus investimentos (bloqueados desde o início desta semana). A reviravolta da posição dos principais bancos portugueses - que há uma semana mostraram-se indisponíveis para "ajudar" o BPP - tem a ver com duas questões. Por um lado, dada a inexistência de risco para o sistema (assumida pelo próprio Governo), a única ameaça tem a ver com os créditos que o BPP tem junto dos principais bancos portugueses. Segundo apurou o DN, do total de 707 milhões de créditos, cerca de metade foi contraída no mercado português. Por outro lado, os bancos admitiram fazer parte da solução para o BPP - também pelas ligações comerciais que têm com alguns dos seus clientes - se o Estado assumisse o risco da operação. Soube o DN que a estrutura das injecções está definida de acordo com a dimensão dos bancos: o BCP e a CGD deverão avançar com 100 milhões cada, BES, Santander e BPI com 80 milhões e o restante será da responsabilidade da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo. Imbróglio jurídicoNeste momento, o plano está definido, mas falta dar-lhe um enquadramento legal. É que a lei das garantias do Estado só prevê 45 milhões de euros para o BPP, já que está indexado à quota de mercado de crédito. Embora seja ao abrigo dessa lei que os outros bancos vão financiar-se para contribuir para a solução do BPP, o Banco de Portugal terá de encontrar outra solução jurídica, já que o regime geral das instituições de crédito e sociedades financeiras não prevê que o Estado assuma os riscos de injecções de capital feitas por entidades privadas. Ou seja, no caso de o BPP falhar o pagamento dos 500 milhões injectados, será o Estado a assumir o risco de contraparte. O enquadramento jurídico desta operação pode mesmo, segundo apurou o DN, obrigar o Governo a legislar, provavelmente através de portaria. Os activos a dar como garantia são outro problema. É que, tendo em conta que o banco perdeu 500 milhões de euros em depósitos nas últimas semanas (os restantes 200 milhões estão bloqueados) sobra, como activos, o capital (daí a necessidade de o aumentar) e os veículos de investimento com participações no BCP, Brisa, Cimpor e Mota-Engil. Só que estes veículos perderam muito valor nos últimos meses, colocando uma dificuldade adicional ao Estado. Refira-se que, com a saída de Rendeiro, entrarão novos gestores na instituição. A Lusa avançava ontem que um deles pode ser Manuel Alves Monteiro, membro do conselho consultivo. Berardo pede "bom senso"Uma das questões que tem levantado algumas dúvidas prende-se com a eventualidade de o Estado assumir riscos para "salvar" más decisões de investimento dos gestores do BPP. Segundo apurou o DN, o banco conquistou clientes este ano com produtos de juros mais altos que a concorrência, a qual já procurava protecção da crise financeira em curso. O investidor Joe Berardo pediu "bom senso" e frisou ao DN que "os accionistas e gestores do BPP deviam ter tido cuidado com o que estavam a fazer. Não amealharam no Verão para sobreviver ao Inverno". Por isso, "o dinheiro dos contribuintes não deve ser usado para salvar grandes investidores. Se não também tem de salvar os pequenos". in Diário Notícias 29.11.2008.



Num tempo em que os euros saltaram debaixo do colchão e começaram a cair do céu, é verdadeiramente notável e fantástico o trabalho e esforço colocado ao serviço de salvar da bancarrota um banco com 3.000 clientes !!! Se tamanho empenho e abnegação fosse colocado ao serviço da captação de investimento, do combate ao desemprego, de luta contra a pobreza quão melhor seria este país. Esta "operação de engenharia político-jurídico-financeira" representa um bom exemplo de como a vontade de uma élite se sobrepõe ao interesse público, contra a própria legislação recentemente publicada. A democracia dos interesses sobrepõe-se mais uma vez à democracia política, em que todos devem ser tratados equitativamente. Aqui há 3.000 portugueses que recebem tratamento especial, porque o seu Banco Privado Português se meteu em trapalhadas, perdeu dinheiro e agora não há liberalismo que lhes valha, tendo que recorrer ao dinheiro de todos nós. Ao que isto chegou. O Estado sustenta financeira e juridicamente os bancos privados, fundados numa lógica assumida de gestão de fortunas e obviamente dirigido a um restrito grupo de cidadãos. No meio disto tudo o "figura de cera" mais bem pago do país, como (des)governador do Banco de Portugal ainda tem a distinta lata de vir para a praça pública dizer que o Banco de Portugal está há dois dias a estudar e a tratar da resolução deste problema. Mas desde quando a função de um BP é envolver-se na fuga à falência de bancos? Desde quando o BP se transforma em assessor técnico de um banco privado? Como é compreensível que o BP orgão regulador seja o tutor de soluções para evitar a falência de bancos? A que ficará obrigado amanhã o BP a fazer perante os outros bancos. Se não fosse um insulto à democracia, daria vontade de rir. Aqui chegados convirá relembrar que sobre Educação, Saúde e outras dimensões essenciais à dignidade humana e ao desenvolvimento sustentado da sociedade, o nível de escrutínio público é ao euro. Nestes casos de garantias bancárias, ajudas financeiras, injecção de capitais, apoios pontuais as questões colocam-se sempre em dezenas e centenas de milhões de euros...

Ao contrário de Águeda


Mais de metade das 25 maiores autarquias baixam IMI em 2009.
Em ano de eleições, 19 das 25 maiores autarquias do país vão reduzir a taxa do Imposto Municipal sobre Imóveis em 2009, contrariando a tendência registada nos últimos três anos, avança a edição online do semanário Sol, numa notícia que será desenvolvida na edição de amanhã. Nenhuma das 25 maiores autarquias, que têm uma população equivalente a 44% do total nacional, irá aumentar o imposto, sendo que 19 decidiram reduzi-lo.
Por exemplo, em Lisboa, o socialista António Costa cortou a taxa em 13%, para os 0,35%. No Porto, o social-democrata Rui Rio optou por um corte de 20% na taxa do IMI. in Dinheiro Digital 29.11.08 http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/news.asp?section_id=13&id_news=108382


Ao contrário do acontecido e "martelado democraticamente" em Águeda, o imposto municipal sobre imóveis (IMI) foi reduzido em 19 das maiores autarquias do país. Será que outras autarquias como Lisboa, estarão mais desafogadas financeiramente?
Um infeliz sinal político para as famílias e empresas, em tempos de crise. Que infelizmente só a proximidade de eleições ajuda a explicar, sem aceitação.

sexta-feira, novembro 28, 2008

Leixões - Vivam os bébés do Mar

A actual classificação geral da I Liga de Futebol Profissional, era algo de inimaginável há uns meses atrás. A liderança assumida e justificada de uma equipa como o Leixões não passaria pela cabeça de ninguém, atendendo ao seu orçamento e depois disso "aos nomes" que constituem o seu plantel. Mas o desporto e o futebol em particular têm esta fantástica característica de também se estruturarem em dimensões imprevistas. Que desde sempre fizeram parte da sua própria capacidade de atracção das massas, pelo fenómeno social que é. Todos já sabemos como vai começar e acabar o filme que vamos ver, a peça de teatro a que vamos assistir o concerto de música que vamos ouvir. Um jogo desporto caracteriza-se saudavelmente pela imprevisibilidade e no caso concreto do futebol, pelas possibilidades de por vezes Golias ser menos forte desportivamente do que David.
Este Leixões que é olhado como um pequeno e simpático David, tem sido um autêntico Golias na disputa futebolística dos jogos, quer ao nível do seu espírito colectivo, disciplina táctica e elevados níveis de auto-confiança dos seus jogadores. Se hoje aqui falamos de futebol, tal justifica-se por ser importante para a sua própria sobrevivência como jogo que apareçam equipas como o Leixões, intrusos na "ditadura dos três grandes" que obstaculiza a magia do jogo.
O Futebol só é futebol quando ninguém sabe como vai ser a disputa do jogo. Quando os corações palpitam até aos 90 minutos de jogo. Quando um dito pequeno, pode bater o pé a um dito grande.
Bem haja Leixões em nome do Futebol português ...


terça-feira, novembro 25, 2008

100 anos do Vouguinha

A homenagem possível a uma linha ferroviária, carente de um outro olhar e com potencialidades de expansão, que corte com a lógica de mais auto-estradas, pontes, viadutos e túneis. Melhorar e requalificar o que existe tem de ser o novo paradigma
PS - Não resisti ao template "cinema mudo"

quinta-feira, novembro 20, 2008

Os russos roubaram os tpc do computador do meu pai

Trinta por cento dos alunos britânicos procuram desculpas nas falhas tecnológicas para a não apresentação dos trabalhos de casa, revela uma sondagem realizada junto dos professores e divulgada pelo «The Times».
«O computador do meu foi manipulado pelos russos e roubaram os meus trabalhos de casa» ou «o PC explodiu quando o cão fez xixi em cima dele», ocupam o top das desculpas mais criativas . . . e inverosímeis.
Os professores das escolas no Reino Unido escutam semanalmente 6,5 milhões de desculpas, sendo que 30 por cento se relacionam com falhas informáticas, seja no computador ou na ligação à internet.
Eis algumas das desculpas favoritas: «O meu computador partiu-se todo», «terminei os trabalhos de casa e apaguei-os sem querer», «não consegui imprimí-los», «não tinha ligação à internet e não consegui pesquisar nada» e «perdi o portátil». in IOL




Estas informações valem o que valem, no entanto sugerem-nos como a hipervalorização dos recursos materiais e nomeadamente das tecnologias, ajudam a transformar o processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças numa "obsessão informática" em que as atitudes individuais e as capacidades próprias passam para um lugar secundário. Neste cenário mediático onde se pretende dizer às pessoas "banda larga para todos" e "um magalhães para cada criança" resolvem todos os nossos problemas de aprendizagem e de qualificação da população, é um enorme logro á mistura com enormes negociatas (a propósito, porque nunca foi equacionado o projecto de "Nicholas Negroponte's $100 PC" - http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicholas_Negroponte).

sábado, novembro 15, 2008

Magalhães...

Para relembrar de que a aprendizagem das crianças, não é totalmente dependente dos recursos materiais, mas sim da qualidade e eficácia dos processos, aqui fica uma imagem dos "Magalhães" de outros tempos.

terça-feira, novembro 11, 2008

Em Santarém com mágoa...

Estivemos no Festival Bike de Santarém, onde imaginámos como seria promover uma feira daquelas em Águeda "capital das duas rodas". Como seria importante para promover a actividade comercial e industrial associada às bicicletas. Como seria importante, como estratégia valorizadora da região e da sua actividade económica e capacidade de atracção turística.

A avaliação dos professores, a manifestação e a ministra

No contexto da discordância dos professores para com o modelo desenvolvido pelo Ministério da Educação (ME) para a avaliação do seu desempenho profissional, teve lugar no último sábado mais uma mega-manifestação em Lisboa. Apesar de os números da manifestação nos terem surpreendido e entendermos que estas iniciativas são formas de exteriorizar indignações individuais e colectivas, chama-me mais a atenção ver envolvidas nestas iniciativas professores que nunca em tal se viram. O que releva do grau de indignação latente nas escolas e que o modelo de avaliação do desempenho é apenas o rastilho. É hoje um dado adquirido que (mais uma vez) as estruturas sindicais não estiveram à altura da liderança das lutas dos professores, pois ao assinarem o memorandum em Julho, comprometeram-se com ideias e propostas que sabiam não merecer a concordância da maioria dos professores. Portanto, o que se passa neste momento é fruto da falta de visão estratégica na condução da contestação de Junho, que não foi capaz de ir até ao fim, exigindo clareza e rigor na avaliação do desempenho dos professores. Por outro lado, o ME e a pessoa da Srª Ministra assume tiques autoritários e de um autismo de quem não está à altura de dirigir os destinos da Educação em Portugal no século XXI. Dirigir o ME com base num conjunto de preconceitos acerca do trabalho dos professores, não é de quem tenha o bom senso necessário para fazer mudanças, qualificando a escola pública. Neste momento, do lado dos professores é urgente credibilizar a sua acção, através de iniciativas que transmitam a verdade acerca do que efectivamente está em causa. Para isso, é necessário fugir de mais manifestações que sendo importantes num determinado contexto, tendem a descredibilizar a sua acção e a perder necessariamente fulgor e entusiasmo. Independentemente dos promotores, outra manifestação no dia 15 é uma tontice, carente de estratégia, que apenas levará ao descrédito social. Mais importante é agora o trabalho de formiga, organizando as acções no contexto das escolas, conselhos pedagógicos e departamentos de forma a por um lado inviabilizar a aplicação deste modelo de avaliação e em alternativa ser capaz de testar e validar outro que sem burocracias, com bom senso e rigor científico seja capaz de seriar os professores. Em todas as profissões há uns melhores do que outros. Também assim é na classe dos professores. A Educação do país tem a ganhar com a ultrapassagem da ideia peregrina de que "os professores são todos bons" como durante dezenas de anos foi defendido pelos Sindicatos.

Em função do exposto é fundamental que a primeira avaliação realizada de forma consistente e sistemática seja feita primeiro às escolas como organizações educativas e não como repartições administrativas. Como organizações, as escolas necessitam de avaliações periódicas que lhes forneçam informação específica acerca do seu desempenho colectivamente entendido. Por arrastamento uma avaliação da organização implicará, uma avaliação individualizada dos professores na sua acção quotidiano e no contributo para a melhoria colectiva da educação dos alunos. As escolas são organizações complexas que não obedecem aos princípios dos manuais de gestão, necessitando de uma percepção ecológica e complexa.
Para que todos ganhem, principalmente os alunos no contexto da sua aprendizagem, importa a todo o custo retomar a paz social nas escolas e centrar as motivações e energias dos professores no essencial.

O primeiro de muitos...


Dia 22 de Novembro, pelas 9:30, no Parque da Pateira de Óis da Ribeira, bem junto daquela que é considerada a maior lagoa natural da Península Ibérica, a Pateira de Fermentelos, decorrerá a abertura oficial do primeiro percurso pedestre de Águeda – da Pateira ao Águeda. O percurso, que será acompanhado por uma guia da Câmara Municipal de Águeda e contará com a presença de um ornitólogo, decorre praticamente todo em REDE NATURA 2000, apresentando um elevado interesse natural e paisagístico, mas com apontamentos históricos e sociais interessantes.Águeda possui estudada uma rede de percursos pedestres, cicláveis, equestres, entre outros que se estendem por vários quilómetros no Concelho, mas também por concelhos vizinhos. O percurso pedestre da Pateira ao Águeda é o primeiro trilho a ser implementado (PR1), e devidamente sinalizado, no concelho de Águeda. Este percurso pedestre de pequena rota (PR) decorre por caminhos e veredas das freguesias de Óis da Ribeira e Espinhel (concelho de Águeda), junto àquela que é considerada a maior lagoa natural da Península Ibérica – a Pateira de Fermentelos –, e ao rio onde desagua, o Águeda. Sendo em circuito, pode ser iniciado em qualquer dos sítios por onde passa, muito embora se recomende que o pontde partida seja junto à Pateira de Fermentelos, no Parque de Espinhel ou no Parque de Óis da Ribeira. in (http://www.cm-agueda.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27652&noticiaId=37389&pastaNoticiasReqId=27662o )


Um passo fundamental tendo en vista a qualificação e rentabilização dos excelentes recursos naturais do concelho de Águeda, carentes de um outro olhar e de divulgação qb. Desde a zona serrana com cantos e recantos fantásticos até à Pateira é possível encontrar a beleza natural na paisagem, nos trilhos e na flora.

O futuro aí...





Maior ecopista do país avança já esta semana


Viseu, Tondela e Santa Comba Dão dividem custos da obra concurso público para a construção da maior ecopista do país, com meia centena de quilómetros, é lançado esta semana. Terça-feira, as câmaras de Viseu, Tondela e Santa Comba Dão definem quanto paga cada uma. A obra está orçada em cinco milhões de euros. Três serão financiados pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Os dois restantes divididos pelos três municípios envolvidos. Cada um pagará em função dos quilómetros de ecovia que atravessam o respectivo concelho. Amanhã, pelas 16 horas, no Solar do Vinho do Dão, na sede de distrito, as câmaras de Viseu, Tondela e Santa Comba Dão assinam o protocolo que as vincula ao projecto e onde é definido o montante que cada uma irá pagar."Estamos a falar da maior ecopista do país, com meia centena de quilómetros, que incluem os 7,5 já construídos no concelho de Viseu, desde a cidade até Figueiró. Um empreendimento amigo do ambiente que justifica este esforço intermunicipal", explica Carlos Marta, autarca de Tondela e presidente da Associação de Municípios Dão Lafões, promotora do projecto. A mesma fonte adianta que, ainda esta semana, em dia a designar, será lançado o concurso público da obra que, após a adjudicação, prevista para o início do ano, terá seis meses para ficar pronta. O que significa que a ecopista poderá estar operacional já a partir do próximo Verão. O financiamento proveniente do QREN deixou de fora, nesta fase, os 600 mil euros necessários à requalificação do interior das estações de caminho de ferro ainda existentes no antigo ramal do Dão. "Mas assegura todos os arranjos exteriores" garante Carlos Marta. [/i]


Um bom exemplo de iniciativa e visão de futuro em termos de turismo de lazer, apoiado na utilização da bicicleta como fonte de prazer na actividade desportiva. Obviamente que a proliferação de ecopistas é um foco de promoção das práticas desportivas utilizando a bicicleta, mas convirá não esquecer que a sua utilização não pode nem deve ficar circunscrita a espaços próprios. A utilização plena da bicicleta requer outra mentalidade. Que começa por exemplo num Orçamento de Estado que introduz benefícios fiscais para a aquisição de veículos eléctricos, mas .. não fala de bicicletas. Parabéns região de Lafões pela iniciativa ecológica e saudável.

quinta-feira, novembro 06, 2008

Águeda - a democracia a martelo

pedido de empréstimo de http://tv.cm-agueda.pt/?page=show_image&id=1

O município de Águeda analisou e discutiu as taxas do imposto municipal (IMI) sobre imóveis a aplicar durante o próximo ano civil. Após debate, discussão e votação a Assembleia Municipal votou valores de taxas diferentes dos propostos pelo executivo municipal e da sua maioria "cor de rosa". Após os batepapos do costume, desaforos próprios da política, queixumes daqui e dacolá, acusações mútuos típicas de políticos formados na Grande Universidade de Ciências Políticas de Travassô, todos foram beber uns finos ao S. Sebasteão e repousar sobre as decisões.
Eis senão quando, com nova passagem pelo executivo municipal, nova/velha proposta de votação das taxas de IMI é apresentada, votada com voto de qualidade após empate (2-2) e submetida novamente à Assembleia Municipal. Portanto, não se diga que as decisões já foram tomadas. Com estes níveis de aceitação das decisões e de funcionamento democrático das instituições, nunca se pode dizer que não há nada a fazer. Basta voltar a apresentar novamente as propostas e fazê-lo tantas vezes até serem aprovadas ... Talvez seja a nova forma democrática intitulada de democracia repetitiva. Repete-se, repete-se até à aprovação... Não está em causa o valor da taxa, a paridade com valores em concelhos vizinhos, a necessidade de obtenção de recursos financeiros ou a aproximação de eleições autárquicas no próximo ano. Está em causa a forma como se faz política. Como se tomam decisões, se valoriza ou não as outras posições.

terça-feira, novembro 04, 2008

O dinheiro, o BPN, a crise e a nacionalização

Portugal tem sido ao longo dos últimos dez anos um país fustigado por um discurso estruturado em torno das palavras crise e "deficit". Todos os dias os portugueses são bombardeados com constantes alusões sobre o despesismo do Estado, o constante endividamento das famílias e empresas e a cruel ausência de liquidez. No entretanto fomos ouvindo que "a banca portuguesa tem elevados níveis de produtividade", que "a banca portuguesa apresenta índices de modernização" que "a banca portuguesa apresenta uma forte solidez" "blablabla"...

Tudo isto num contexto de glorificação do liberalismo económico e do valor sacro-santo do mercado como mezinha para todos os males e bússola para todas as decisões. Para tudo o mercado serviu...

Neste quadro de início da transição de uma crise financeira para uma crise económica sem precedentes, o Estado qual Luís de Matos ilusionista começa a fazer aparecer euros de todo o lado. Ele são 700 milhões "para salvar o BPN e manter a confiança na banca", ele são mais 4 milhões como garantias para o reforço do capital dos bancos, ele são 20 mil milhões de garantias para os bancos poderem aceder a créditos... Isto é a banca, actividade económica privilegiada que é taxada fiscalmente a um valor médio de 11% de IRC, que usa e abusa de poder dominante sobre os seus clientes (salvo raras e honrosas excepções) como foi o caso dos arredondamentos nos créditos à habitação, que não tem uma verdadeira supervisão, nem entidade reguladora, mas antes uns "intocáveis do regime" a fazer figura de cera, que ao longo dos últimos anos se vangloriou dos seus lucros consecutivos aos milhões de euros distribuídos por administradores e accionistas... precisa agora da mão e dos euros de todos nós. Para os momentos dos lucros chorudos não se passa nada, fica tudo em família, para os abanões que ponham em causa a continuação desses lucros, os euros do Estado (em nome da imagem da banca, sempre!!!) são necessários e fundamentais.
Um país do faz de conta, em que a usurpação entrelaçada com a ausência de valores éticos justificam o injustificável.


PS - Poderá o caso BPN após as declarações de Miguel Cadilhe, ter a justificação insondável do grande poder maçónico?

sábado, novembro 01, 2008

Fellini sempre

Recordar Fellini é relembrar o fantástico cinema italiano de que aprendemos a gostar no famoso "Piolho" de saudosa memória e no "Cefas" arauto de novos tempos ideias e imagens. Fellini foi um mágico genial, cujo filme "8 1/2" representa muito mais do que um filme oscarizado. Como não me canso de Federico Fellini e do seu "8 1/2" aqui fica mais uma referência:


Leo Kottke

Momentos mágicos por quem sabe. Leo Kottke há uns anos atrás e no seu melhor. Faz bem recordar quem assim toca.

http://www.youtube.com/watch?v=lnQTC5ICGik

quinta-feira, outubro 30, 2008

Primeiro Ministro de Portugal versus Caixeiro viajante da Intel

O primeiro-ministro é o mais alto representante português na Cimeira Ibero-Americana que está a decorrer em El Salvador. Nessa cimeira os países discutem a política internacional, a crise que actualmente grassa por todos eles e suas implicações nas políticas nacionais. O que faz o nosso primeiro, José Sócrates? Não pretendendo perder a oportunidade, sorrateiramente, o que oferece a cada representante dos países presentes? Um plano para aliviar a crise que se vive? Uma ideia para estes países colaborarem num esforço conjunto, para minorar o impacto da crise que se avizinha na vida dos seus cidadãos? Um quadro de reflexão política acerca da origem profunda desta crise e de estratégias refundadoras da organização económica, ao nível dos países ibero-americanos?
Frio. Muito frio...

José Sócrates oferece-lhes um exemplar do "Magalhães"!!!

E assim temos como um primeiro-ministro de um país da Comunidade Europeia, referência social e cultural para muitos países, se transforma num golpe de mágica num caixeiro viajante transcontinental ao serviço da multinacional americana Intel e de uma empresa portuguesa "com um diferendo com o fisco português".

Fantástico. Ora aqui está uma verdadeira visão estratégica de estadista, só ao alcance de alguns. Coisas destas não são para todos.

Por este andar, aconteça o que acontecer quem se atravessar ao caminho do nosso primeiro nos tempos mais próximos, arrisca-se a levar com um "Magalhães". Uma reivindicação salarial da função pública? Atirem-lhes com o "Magalhães". Um protesto acerca da prestação de cuidados de saúde? "Magalhães" para cima deles. Passeatas de militares à paisana a protestar sobre a sua condição? Uns "Magalhães" bem apontados resolvem o problema.

A própria Intel e aquela empresa portuguesa "com um diferendo com o fisco português" nem sabem no que se meteram. Daqui até às eleições de 2009 não vão conseguir estar à altura das necessidades políticas de milhares de exemplares do "Magalhães"...

quinta-feira, outubro 23, 2008

Toques do Caramulo na Antena 1

emprestado de © João Abrantes d'Orfeu


Sem receio de se constituir como uma interpretação provinciana, não queremos deixar de assinalar e orgulhar da passagem do grupo de Águeda Toques do Caramulo com as suas sonoridades serrano-jazzísticas nas ondas hertzianas da Antena 1 no passado dia 16 de Outubro. Tal aconteceu (onde mais poderia ter sido???) nessa ilha de divulgação da melhor música portuguesa que é o programa "Viva a Música" da Antena 1, da responsabilidade de Armando Carvalhêda, que não obedece a "playlists" ou patrocínios de alcance manhoso...

O grupo Toques do Caramulo tem um fantástico CD gravado numa noite de Verão na tenda da Venda Nova no quintal do Drº Adolfo... quem diria. A sonoridade da música típica da zona serrana de Águeda, não é replicada com requintes de perfeição técnica, antes é transformada por via da utilização criativa de novos e diferentes instrumentos e também de arranjos pouco habituais para este género musical. Para quem tinha só a ideia de um grupo folk jovem, fica deslumbrado pela capacidade musical demonstrada ao vivo, muito por culpa de uma sonoridade musical que identificamos como nossa, mas que se enriquece pela forma como é transformada e recriada.

Tal actuação ao vivo pode ser recordada em podcast:


sábado, outubro 18, 2008

Bikes - III maratona btt e a capital das duas rodas

foto "emprestada" de http://www.cm-agueda.pt/
A III Maratona de BTT do Vale do Vouga foi um sucesso de participação desportiva e de capacidade organizativa demonstrada. Reunir cerca de mil betetistas a pedalar em Águeda no curto espaço de 3 anos é algo de louvar e enaltecer. De todo o lado chegam apreciações positivas à organização, ao percurso escolhido, ao ambiente da prova e à imagem pública que se dá de Águeda e da região. Para lá do número patético do nosso Presidente "dizer umas palavrinhas" antes da partida da prova, esta III Maratona organizada pelo Clube de BTT do Vale do Vouga (http://www.maratonavaledovouga.com/) veio evidenciar a oportunidade de voltar a pensar Águeda como uma verdadeira capital das duas rodas. Não a "capital das duas rodas" por ter uma final de etapa da Volta a Portugal à custa de um cheque autárquico de dezenas de milhares de euros ou um Grande Prémio de Ciclismo ABIMOTA com tradição, mas a "capital das duas rodas" por ser capaz de coordenar actividades, iniciativas e acções que rentabilizem esforços de todos na reabilitação da fruição da bicicleta. Uma capital das duas rodas, em que cada importador e/ou montador de bicicletas segue o seu caminho sem olhar para o todo regional é redutor. Porque temos em Santarém o maior certame de exposição e apresentação do mundo das duas rodas? O que tem Santarém a ver com as bicicletas? Porque é uma grande empresa de Águeda um dos principais patrocinadores de Santarém?
Não seremos capazes de criar uma cidade exemplarmente ciclável em Águeda?
Não seremos capazes de fazer em Águeda modelos de provas de BTT extensivas a outros públicos (ex: crianças )?
Não seremos capazes de desenvolver em Águeda um parque fechado de BTT utilizável a qualquer hora?
Não seremos capazes de conceptualizar e planear políticas de mobilidade sustentadas na utilização da bicicleta?
Não seremos capazes de integrar grupos de "lobby" suficientemente fortes para levar à modificação do actual Código da Estrada?
Águeda pode e dever ser "a capital das duas rodas", mas efectiva e sustentada em acções, - de preferências destituídas do habitual "show-off" político-pessoal - que ao longo do tempo e no todo nacional coloquem a questão da mobilidade urbana (e não só) em cima da mesa, recuperem a imagem social da bicicleta como instrumento utilitário pessoal, desafiem políticas promotoras da segurança das bicicletas na via pública (ex: urgente alteração do Código da Estrada) e façam da utilização das bicicletas um factor de qualidade de vida e bem-estar, indutor de estilos de vida saudáveis.

Até na morte ...

A morte é sagrada. Falar da morte, descrever a morte, contabilizar a morte tem um sentido humano imbuído de respeito. Aconteça ela em que circunstâncias seja, a morte é sempre o fim. O fim carregado de tristeza para todos. A vivência de sentimentos pesados e dolorosos. A morte não é somente uma vivência individual e subjectiva. Todos colectivamente lamentamos a morte mesmo daqueles que não conhecemos. Se ela surge de forma brutal, resultante de acidentes rodoviários, choca-nos mais. Sem discutir a qualidade das nossas rodovias ou a segurança e forma de condução típica dos portugueses, a realidade impõe-se. Em Portugal morre-se demasiado na estrada. Mas, agora ... fazer "mais um número" político à custa das mortes das pessoas nos acidentes rodoviários em Portugal e pretender com isso ser galardoado pelas suas pretensas políticas de segurança rodoviária, não imaginava poder ainda observar. Se já estamos habituados "à política do show-off" nas freguesias, nos municípios que tudo propagandeiam e na acção dos vários ministérios, fazê-lo em compicta com os nossos parceiros europeus tem mais riscos. O da chacota e humilhação internacional...
Alguém se lembraria de adulterar critérios de definição da morte resultante de um acidente rodoviário, tendo em vista "apresentar serviço"? A visão tecnocrática das coisas e da vida, não justificam tais situações.

Destaque Expresso
Estatísticas de Segurança Rodoviária
Federação Europeia quer tirar prémio a Portugal
O ministro Mário Lino recebeu em Junho um prémio da Comissão Europeia pelo sucesso do país no combate à sinistralidade, mas hoje chegou à União Europeia uma denúncia que acusa o Governo de mentir nas estatísticas.
Diversas organizações discordam das estatísticas referentes ao número de mortos em acidentes de viação em Portugal e queixaram-se a Bruxelas. A Federação Europeia de Vítimas Rodoviárias, que congrega as maiores associações da Europa de combate à sinistralidade, enviou uma carta ao comissário Europeu dos Transportes a pedir que retire a Portugal o prémio atribuído pelo sucesso nas políticas de segurança rodoviária.
Este prémio foi entregue em Junho ao ministro dos Transportes e Obras Públicas, Mário Lino.
A Federação apresenta vários motivos para provar que Portugal não merece esta distinção. Um deles prende-se com o facto de o nosso país ser "o único da Europa ocidental que ainda contabiliza apenas as pessoas que morrem nas primeiras 24 horas após o acidente", deixando de fora os óbitos nos 30 dias seguintes, que são contados também por todos os outros países. A organização apresenta as conclusões de vários estudos feitos em Portugal por entidades oficiais, como a PSP ou o Instituto de Medicina Legal, para provar que se fossem contabilizadas nas estatíticas as mortes até 30 dias, os números da mortalidade seriam muito superiores. Em Lisboa, por exemplo, 72% dos feridos graves morreram no hospital. A nível nacional o valor é de 40%.
Escrevem ainda que há casos em que, como os delegados de saúde demoram muito tempo a chegar aos locais dos acidentes para declarar os óbitos, as equipas de emergência levam as vítimas já cadáveres para o hospital, não as contabilizando, no entanto, nas estatísticas como mortos. in EXPRESSO 17.10.08

quinta-feira, outubro 09, 2008

A porta Orelhuda da Venda Nova


Em plena semana do Festival Gesto Orelhudo, faz sentido uma imagem de uma das portas que nos faz entrar noutro mundo, onde os sons, o corpo e o humor ganham outra dimensão.


sábado, outubro 04, 2008

Efterår



E o Outono já chegou a Lidingö, Estocolmo.

O que diz Molero

Dinis Machado morreu. Para mim, Dinis Machado foi o autor de um livro. E que livro. Nos anos setenta do século passado "O que diz Molero" (1977) foi uma lufada de ar fresco na literatura portuguesa, ao nível da escrita narrativa em turbilhão e do desocultar de uma certa Lisboa menos conhecida e mais "underground". Sempre interessado nos novos autores Dinis Machado foi na altura um enorme prazer de ler, páginas e páginas entrelaçadas de humor. Um livro genial que será para sempre a imagem de Dinis Machado, pelo humor, imaginação e velocidade narrativa. Será sempre uma delícia de leitura. Até sempre, Molero.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Outra vez o Magalhães

Computadores portáteis portugueses
"Magalhães" pode ir também para a Argentina
O Governo argentino está interessado nos computadores portáteis portugueses, revelou o secretário de Estado das Comunidades, António Braga. in Expresso on-line 3.10.08 (
http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/414506)


Outra vez?

Mas já não basta a dose infernal e caricata de viver num país em que para o PM e seus ministros a coisa mais importante que têm para fazer é distribuir computadores portáteis da Intel, pagos pelos operadores de telecomunicações a crianças?

Como se o famigerado "Magalhães" fosse resolver todos os problemas da aprendizagem das crianças da escola portuguesa. Teremos o "Magalhães" com banda larga, mesmo que o WC seja impróprio ou as salas sejam contentores pré-fabricados. Teremos o "Magalhães" julgando que com ele resolvemos todos os problemas da qualificação das aprendizagens.

As TIC podem favorecer a aprendizagem das crianças, motivadas e interessadas pelas novas tecnologias, mas agora fazer disso a emblemática panaceia que tudo resolverá, é uma aposta tosca, bacoca e essencialmente demagógica. Até porque ver o nosso PM José Sócrates rodeado pelos seus ministros a dar à mão embalagens de computadores a crianças embevecidas, fez-me recordar as imagens de José Eduardo dos Santos a oferecer motorizadas e electrodomésticos durante a última campanha eleitoral em Angola. Ou ainda há mais anos, o inenarrável major Valentim Loureiro a distribuir torradeiras e outros electrodomésticos na campanha eleitoral autárquica de Gondomar.
Não pode o país ter um PM com mais sentido de estado e menor apego à demagogia mais fácil?
Estaremos condenados a assistir serenamente até à série de eleições de 2009, a sequências destas em doses compactas de propaganda e "show-off"?
O "Magalhães", a Intel e os operadores de telecomunicações que pagam a factura e as famílias que assinarão contratos de fidelização com elas, não têm culpa. Cada um faz o seu papel e limita-se a cumprir de acordo com o guião pré-estabelecido. O que surge ridículo e demagógico é toda esta propaganda em torno das TIC e em especial do "Magalhães" que nunca serão a varinha de condão que só por si resolverão todos os problemas da aprendizagem dos alunos e da escola portuguesa em geral.


sexta-feira, setembro 26, 2008

Lost Locos - um aperitivo para o Gesto Orelhudo

Descentralização educativa versus municipalização escolar

Ao longo dos anos a administração central tem vindo a transferir para a esfera de responsabilidade das autarquias locais, competências na área da Educação. Com o alargamento da rede pré-escolar foi o desenvolvimento da componente de apoio à família. Com o encerramento de milhares de escolas do 1º Ciclo forçaram-se as decisões ao nível da gestão e organização dos transportes escolares. De há largos anos a esta parte a responsabilidade por todas as instalações e equipamentos da rede escolar do 1º Ciclo, estava já sob responsabilidade das autarquias locais. A semana passada cerca de 90 autarquias locais (Águeda incluída) receberam novas competências na área da Educação nomeadamente instalações e equipamentos até ao 9º ano de escolaridade, as actividades de enriquecimento curricular do 1º ciclo, gestão de todo o pessoal não docente e transportes escolares até ao 9º ano de escolaridade.
Em Portugal na área da Educação vivem-se tempos de um centralismo controleirista sobre as escolas e o seu trabalho, perfidamente oposto ao discurso dominante de descentralização e liberdade de decisão. Este espírito centralista controleirista, desenvolve-se depois dentro das organizações, com cada um a pretender ser ainda mais papista do que o papa.

Assim, esta medida de transferência de competências parecem-nos sensatas e produtoras de decisões mais racionais e eficazes por terem em consideração todo o contexto local. É pois com alguma esperança e expectativa que, em princípio, saudamos esta medida na área da Educação. A investigação educativa e o bom senso resultante da observação da realidade de vida das escolas, diz-nos que as escolas são organizações complexas e que a sua eficácia e rentabilidade nas suas finalidades educativas, estão fortemente associadas à sua capacidade de decisão local. Quando as escolas têm poder de decisão, decidem melhor do que quando têm que obedecer à circular nº 234 ou à informação 789. Escolas eficazes são fundamentalmente, escolas com poder de decisão a todos os níveis. Pessoalmente, assumo mesmo que a melhoria do trabalho nas escolas está dependente da selecção e escolha dos seus professores, por parte de quem lidera o projecto educativo que pretende desenvolver. A propósito nenhum treinador treina uma equipa formada, por atletas que "lhe são atribuídos"...

Vem tudo isto a propósito do facto de sermos fervorosos adeptos das parcerias autarquias locais-agrupamentos de escolas, desde que salvaguardando as respectivas competências. Será natural que mais competências na esfera da Educação sejam transferidas para as Autarquias Locais, mas devemos acautelar e afastar possibilidades de municipalização da actividade educativa, com os excessos observados noutros países (ex: Inglaterra pré-1995). Trabalhar bem em Educação é ser capaz de articular bem, em tempo útil e de acordo com as necessidades de cada contexto educativo. O Agrupamento de Escolas de Fermentelos é diferente do Agrupamento de Escolas de Águeda e este do Agrupamento de Escolas de Valongo do Vouga. Para o sucesso dessas transferências na área de Educação, as Autarquias Locais têm de se fortalecer ao nível de "know-how" próprio ou alocado por forma a responder qualitativamente a desafios que ultrapassam as meras questões das reparações escolares ou de substituição dos vidros das janelas. Autarquia que veja a área de Educação como foco prioritário do seu desenvolvimento, não carece de uma mera Carta Educativa aprovada pelo Ministério da Educação, mas fundamentalmente de possuir instrumentos de gestão e desenvolvimento da sua acção com as escolas e a comunidade, muito para lá de uma lógica casuística e de oportunidade de propaganda pessoal e político-partidária.

Ao contrário do nosso PM que considera o "Magalhães" o salvador da pátria, acreditamos que o trabalho racional e organizado, alicerçado nas rotinas quotidianas dos envolvidos, são factores de qualidade na Educação. De preferência sem fax...

III Maratona do Vale do Vouga

Com a animada participação de outros amigos das bikes, o nosso grupo de regularidade dominical, De_Rotaincerta.btt prepara-se para levar as camisolas amarelas à III Maratona do Vale do Vouga BTT, uma boa organização que já marca presença no calendário do btt nacional. Mais informações em: http://www.maratonavaledovouga.com/ .
Um evento desportivo em que a maioria está a praticar desporto.

Festival Gesto Orelhudo - gostosamente em Outubro

Como é já um ritual da cena de espectáculos em Águeda, Outubro oferece-nos essa diversa, bem disposta e criativa semana do Festival Gesto Orelhudo da responsabilidade da D'Orfeu. Este Festival que vai na sua 7ª edição fez um percurso alicerçado na constância de boas propostas de espectáculos musico-teatrais com um denominador comum ao nível do burlesco, do cómico e do humor. É hoje interessante observar, como "O Gesto Orelhudo" galgou fronteiras de espectadores não se importando com reconhecimentos oficiais e maiores ou menores valores de subsídios ou apoios. Águeda ganhou um Festival diferente de muitos, que por vezes parece ser mais reconhecido por outros do que por nós e onde muitas vezes as pessoas não imaginam a qualidade do que perdem e se passa junto à nossa porta...
O cartaz deste ano - http://www.dorfeu.com/eventos/orelhudo/2008/main.htm - promete uma semana cheia, onde os espectáculos não se vão ficar pela tenda branca e mágica da Venda Nova no quintal do Drº Adolfo.
De 3 a 10 de Outubro a folia e a animação habituais vão estar em Águeda, com a qualidade e o profissionalismo habituais da D'Orfeu, ver detalhes em http://issuu.com/dorfeu/docs/e-livrinho_fogo08 .

quinta-feira, setembro 25, 2008

Leo Bassi, sempre notícia...

O actor-provocador Leo Bassi que por duas vezes incendiou as consciências nos espectáculos realizados no âmbito do Festival Gesto Orelhudo, é notícia no "El País". Pelo conteúdo das suas mensagens, pela forma de comunicação e pela sua percepção de sentido de oportunidade. Á grande Leo Bassi...

Leo Bassi se cae del cartel fulminado por el PP murciano
El bufón iba a denunciar en un 'show' la corrupción urbanística de la región
TONO CALLEJA - Murcia - 25/09/2008
La decisión del consejero de Cultura, Juventud y Deportes del Gobierno murciano, Pedro Alberto Cruz, de eliminar de la programación del festival Alter-Arte el espectáculo Bassibus del comediante italiano Leo Bassi ha acabado con la dimisión del director de la muestra, Nelo Vila, quien renunció a su cargo a tres semanas del inicio de la misma.

"La consejería decide censurar a Leo Bassi por la coincidencia en el tiempo de la obra polémica del artista italiano con el congreso regional del Partido Popular murciano [el próximo 18 de octubre]", afirmó Vila en el comunicado en el que anunciaba su decisión, que también ha sido secundada por la coordinadora general, Beatriz Boluda.
El espectáculo del bufón italiano, tal y como se autodenomina el propio Leo Bassi, fue anunciado en febrero por el propio consejero, sobrino de Charo Cruz, esposa del presidente murciano Ramón Luis Valcárcel.
La consejería ofreció al artista la posibilidad de aplazar la actuación a otro momento menos molesto, pero desde su página web el artista rechazó tal posibilidad al entender que eso limitaría su libertad de expresión.
El espectáculo que el comediante italiano tenía intención de desarrollar los días 10 y 11 de octubre, una semana antes de que el PP murciano eligiera a su presidente, era similar al ya desarrollado en Barcelona. Así, pretendía mostrar los presuntos desmanes urbanísticos recorriendo en autobús las localidades que durante los últimos años han venido protagonizando los titulares de los medios de comunicación.
"Lo que está pasando en la región de Murcia es más propio de la mafia siciliana que de España. No es que en Murcia haya 10 o 12 muertos al año como pasa en mi país, sino que lo que yo he visto nos sitúa como una sociedad mafiosa en la que el miedo impera sobre todo. Sólo en un día he recibido más de 30 correos de personas que quieren denunciar recalificaciones ilegales o abusos de autoridad, y en la mayoría de los casos solicitando el anonimato para no sufrir las represalias", explicó ayer Leo Bassi a EL PAÍS.
Una vez llegado a este punto, el comediante italiano no ha decidido qué va a hacer, si seguir con su proyecto de denunciar el urbanismo salvaje o posponerlo hasta lograr que todas las asociaciones y organizaciones ecologistas de la Región de Murcia le asesoren para tomar una decisión al respecto.
El consejero de Cultura, Juventud y Deportes dijo que los motivos por los cuales su departamento eliminó al artista del programa se debían a que éste no llegó a especificar de qué trataba su show. "Necesitamos conocer siempre el contenido de los espectáculos, sobre todo si son en la calle", dijo.


terça-feira, setembro 23, 2008

Ciclovias em Águeda?

Mobilidade -
Apresentado estudo-prévio de Pistas Cicláveis para a Cidade de Águeda
22-09-2008

Foi apresentado no passado dia 18 de Outubro, durante a reunião do Executivo Municipal, um estudo-prévio para a criação de Pistas Cicláveis na malha da Cidade de Águeda.Este projecto surge na sequência de um conjunto de projectos relacionados com a criação de uma rede ciclável no concelho, tendo em conta a sua longa tradição e história nas duas rodas.O projecto apresentado visa criar um espaço adequado à circulação da bicicleta na principal urbe do Concelho, adequada às necessidades actuais em termos de mobilidade, criando condições positivas em termos ambientais e de saúde para as populações. (http://www.cm-agueda.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=27652&noticiaId=36932&pastaNoticiasReqId=27662)


Cá está uma boa notícia que se espera tenha pernas para sair do papel e passar à prática. Num blog todo adepto das bikes, não ficamos indiferentes a tal iniciativa de melhorar as condições para que em Águeda se circule com mais segurança de duas rodas e a pedalar.



segunda-feira, setembro 22, 2008

Golfe em Kristianstad e ondas curtas em Estocolmo



Apesar de tudo, Portugal, felizmente existe.
Creio que num dos meus post iniciais, também ele dedicado ao golfe, mencionei o facto de que, a Suécia, país com +- a mesma população que Portugal, teria mais de 500 mil praticantes de golfe, sendo, se não estou errado, o segundo país europeu, a seguir ao Reino Unido, com maior número de praticantes. Qual desporto de massas..., o golfe na Suécia é praticado por um vasto leque de pessoas, de grupos etários e sócio-económicos diferentes, se não fosse a Suécia o tal país da social democracia, mesmo tendo agora uma coligação de direita (eles dizem que são, mas muito à esquerda para a direita portuguesa). Felizmente para nós, os suecos adoram o golfe e, para sua desgraça, tem um clima, digamos, assim um pouco para o frio, o que lhes impossibilita a prática contínua deste desporto. Nós, pelo contrário, temos um óptimo clima e soberbos greens, sendo um destino muito procurado pelos nativos deste país, o que sempre ajuda a nossa balança comercial. Esta imagem reporta a um torneio no sul da Suécia, região de Kristianstad, concretamente, em Åhus, que é essencialmente conhecida por ser o local da Absolut, sim, da vodka sueca (entretanto vendida aos franceses da Pernord), com um museu muito interessante que, para além de se poder provar as 14... variedades de Absolut, ainda dá para ver as obras de Basquiat e Andy Warhol feitas à volta do frasco da vodka (frasco, porque inicialmente era um frasco de farmácia). Este torneio foi o culminar de um conjunto de torneios por toda a Suécia, tendo envolvido cerca de 15 mil jogadores... e em que, conjuntamente com o maior diário económico escandinavo, o Dagens Industri, fomos co-patrocianadores.
E como existe vida para além do golfe, a cultura portuguesa, e logo esta, de imagens a 24 segundos, passaram por Estocolmo com grande sucesso. Creio que conhecem o programa do João Garção Borges na RTP 2, onde são apresentados autênticas peças de joalharia visual, de documentários, filmes de animação e curtas. O programa, único no seu estilo no panorama televisivo europeu (qual study case), chamou a atenção crítica do público presente na Kulturhuset, a "fábrica" da cultura de Estocolmo, tendo Borges, também ligado ao festival Indie de Lisboa, levado 8 exemplos, qual deles o mais sublime. Registo a animação "História trágica com final feliz", de Regina Pessoa , provavelmente o filme portugês mais premiado em toda a história (já passou dos 20 prémios... entre eles o célebre Grand Prix at Annecy’06).