Funções nucleares...
Esta semana, foi introduzido na agenda do debate político e laboral um novo item: o vínculo contratual dos trabalhadores do Estado. Mais do que discutir os contornos e as razões daquilo que o nosso governo parece estar a reservar para esses ‘mandriões’ que são os funcionários públicos, tão resistentes à mudança e à inovação porque, na sua maioria (dois terços, dizem…), regalados com o carácter vitalício do seu emprego, parece-me relevante tecer breves considerações sobre a ‘ideologia’ ou a lógica que parece estar por trás desse novo item. E faço-o tendo por base as declarações de um membro do governo às nossas TVs, as quais culminaram com a ilustrativa conclusão de que apenas as funções nucleares do Estado seriam preservadas do assalto à natureza vitalícia dos contratos da função pública. Segundo o governante, funções nucleares do Estado são aquelas que se relacionam com a segurança (tropa, polícias…) e com a justiça (juízes, magistrados…). Só posso concluir que coisas como a saúde e a educação deixaram de ser nucleares. São o quê? Acessórias? Uma chatice porque implicam suportar financeiramente coisas como o SNS ou a educação e formação dos portugueses? Algo a privatizar, no âmbito daquele paradigma que eficiência é coisa que só pode existir se a gestão for privada? Estará na hora de privatizar o governo, como um visionário economista do Norte uma vez proclamou? Coitada da nossa Constituição…
1 comentário:
Oportuna chamada deste tema à cena. Ele não pode passar despercebido. Será a curto prazo tema central de debate na sociedade portuguesa.
Prometo postar nos próximos dias.
Enviar um comentário