quarta-feira, janeiro 21, 2009

O Ministro, o Secretário e o Mundial


O Ministro das Finanças afirmou publicamente que a organização do Mundial de Futebol em 2018 em conjunto com a Espanha, não se constitui como uma prioridade do país. Com a exposição mediática do fenómeno Futebol, tais afirmações, revelaram-se de "lesa pátria", mas o que objectivamente importa é haver alguém que faça imperar o bom senso. Num momento de gravíssima crise nacional e mundial, com o espectro de desemprego a preocupar tudo e todos, colocar na agenda das nossas preocupações a organização de um Mundial de Futebol, não parece de bom tom. Isto, mesmo que o "estafado" argumento de que os estádios já aí estão às moscas e de que é preciso dar-lhes rentabilidade. Como se um Mundial de Futebol se circunscrevesse a uma lógica de haver balizas, relva e bancadas...
Obviamente que o ministro que assim fala, pertence ao mesmo governo que deu luz verde para o assumir da candidatura conjunta com Espanha avançar e inclusivé fazer parte da agenda política da próxima cimeira ibérica.

O Futebol e o Desporto em geral têm a ganhar quando deixarem de ser vistos pela excepcionalidade das organizações europeias ou mundiais, mas antes pela efectividade da sua prática pelos cidadãos portugueses. Estamos fartos de estádios megalómonos, verdadeiros templos de contemplação desportiva, contra o desenvolvimento sustentado de políticas de promoção das práticas desportivas por todos. Cristiano Ronaldo é fantástco, mas o futebol também pode servir para muitos cidadãos serem mais activos envolvendo-se em práticas desportivas regulares.

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