sábado, junho 30, 2007

Ainda a Carta Educativa de Águeda ...

A Carta Educativa (CE) de um território é um instrumento fundamental para a rentabilização de recursos e a visão prospectiva na área educativa. Mas pensar que uma Carta Educativa se resume a contar cabeças de alunos, metros quadrados de salas e quilómetros de estradas, evidencia uma visão curta do problema. Obviamente também a CE não será a varinha de condão que tudo resolve por artes mágicas. Em Águeda a Carta Educativa em discussão (?!) é um não documento, porque tenta "esmagar" o leitor com números e mais números numa arte de copy paste, com intenções desmobilizadoras da análise e reflexão dos dados. Há claramente um "deficit" de reflexão contextualizada dos dados e sua extrapolação para as decisões futuras. Parece até que se encheu um saco com dados e mais dados, para legitimar decisões previamente tomadas e de duvidoso bom senso. De entre estas importará referir a falta de sensibilidade com que nos parece ter sido tratada a resposta educativa na zona serrana do concelho, que pela sua complexidade exigia redobrada atenção. Por outro lado, a excessiva centralização (ex: Águeda) criando escolas do 1º CEB com um número excessivo de alunos - com risco de "escolas armazém" - não pode ser a norma, mesmo em nome da racionalidade e rentabilização de recursos humanos e materiais. Há que fazer as transições entre o 8 e o 80 com a devida reflexão com a realidade.
Para evitar que o presidente Gil ande a apagar fogos pelas freguesias, bastaria que o processo fosse participado. Já não digo uma participação tipo "orçamento participativo" ... mas o claro envolvimento de responsáveis educativos e autárquicos. Sim, porque uma CE antes de ser um monte de papéis, tem de ser um processo de discussão, debate, opiniões e consensos. Sabemos que parece que no país, começa a estar na moda não discutir com ninguém, impôr, amordaçar opiniões, incentivar a delação, mas ... por vezes o povo começa a não ser tão sereno quanto isso...
Portanto para que a CE cumpra a sua função de planeamento educativo e não seja um documento decorativo, o debate (que por vezes pode e deve ser paroquial...) tem de se intensificar para decantar as verdadeiras necessidades estratégicas na área da Educação no concelho. Sim, porque não será demais lembrar que estamos a decidir para um futuro de 20/30 anos.

3 comentários:

João Branco disse...

Por mais que tente, que avive a memória ou vasculhe todos os arquivos deste espaço, não consigo compreender o porquê dos responsáveis deste blog, perante comentários nos respectivos posts nunca se terem dignado a prestar-me alguma resposta...

Não conhecendo as devidas pessoas de lado algum diria que provávelmente serei eu o conhecido por parte dos dignos membros deste blog...
Mas será que após esta nota de reclamação dirigida a vossas excelências com algum fel irónico advindo da minha humilde pessoa, algum de vós ousará dispender um esforço que deveis de reconhecer colossal para ligar o computador e a ligação á Internet e se dignar a responder-me?

Unknown disse...

thesarcasticway disse...
100 mil euros!
Não será dar muito dinheiro?

1:20 PM


RN disse...
Discutir o dinheiro dissociado do projecto é redutor. Mas, mais do que pôr em causa o valor, importa clarificar políticas e intervenções que sejam capazes de estar acima das lutas partidárias. A qualidade da D'Orfeu exigiam tacto, sensibilidade e bom senso em mobilizar TODOS à volta de um dos poucos projectos culturais com sustentabilidade no concelho de Águeda.O seu passado de intervenção cultural em Águeda e o seu "caderno de encargos" para o futuro exigiam isso.

9:37 PM


Como pode comprovar pela cópia acima, já lhe responderam...


cumprimentos

João Branco disse...

Pois bem... fez-se luz neste blog!