domingo, dezembro 31, 2006

Gott Nytt År


Estocolmo, 31 de Dezembro de 2006.
Último dia do ano. Neste fantástico mês de Dezembro, com temperaturas meriodinais, o último dia do ano não ficou atrás. Dia cinzento com uma temperatura de 6 positivos, ideal para uns quilómetros pela floresta. Como eu, neste final de ano, estão centenas de pessoas a correr, alguns com carrinhos de bébe, sózinhos ou em grupo, com ou sem Ipods, mas todos em movimento, animando com as suas roupas coloridas os 20 km de floresta. Mais uma vez, desculpem-me, não consigo evitar a comparaçao como o nosso cantinho tão pequenino neste espaço global, até no exercício físico, para nossa desgraça e vergonha (se a temos), estamos nos piores. Leio no "SVD" (o maior matutino sueco, cerca de 200 mil leitores. Aceder em www.svd.se) de hoje, num destacável sobre a entrada da Roménia e da Bulgária no clube da CE a partir de amanhã, 1 de Janeiro de 2007, numa comparação da CE a 27 países, que Portugal é o país onde a população menos pratica desporto ou, sequer, alguma actividade física. Concretamente, que nisto das percentagens a CE é rigorosa, 66% dos "tugas" (raio de nome tão horrível) não pratica desporto, enquanto na Suécia só 7% não pratica. Então, na vizinha Finlândia ainda é mais impressionante; sómente 4% dos finlandeses não pratica alguma actividade desportiva. É estranho, num país como o nosso tão dado a comparações, ora com a Finlândia e o seu sistema escolar, os dinamarqueses com a sua famosa flexibilidade laboral, os suecos com o seu I&D (Investimento e Desenvolvimento), também não tenhamos em conta o aspecto do exercício físico. Parece, assim, que o bem estar físico dos cidadãos nórdicos reve-se no seu bom desempenho profissional, logo, dos seus países. E os custos com uma população activa e mais física tem, obviamente, menos custos para o país, menos faltas ao trabalho, menos custos hospitalares, menos doenças, etc. Na Suécia, o gosto pela actividade física começa muito cedo, na escola primária. Faça sol, poucas vezes, ou frio e neve, muitas vezes, as criancinhas suecas todas as semanas saiem das escolas para irem para a floresta, para praticarem desportos de inverno, para jogarem futebol, praticarem natação, andebol, basquetebol (e os pavilhões, campos de ténis e piscinas suecas não são muito diferentes dos nossos, estou a recordar-me da excelente piscina Municipal de Águeda e dos fantásticos campos de ténis do CTA). Resumindo: existe uma política desportiva escolar. Não sei se em Portugal a coisa funciona da mesma forma.
Neste último dia do ano, dois acontecimentos a assinalar e que deverão ser seguidos com atenção em 2007: a execução de Saddam Hussein, que poderá tornar a situação do Estremo Oriente ainda mais explosiva num país às portas da guerra civil, com consequências para toda a região e para o Mediterrâneo e, o segundo acontecimento, o regresso ao passado pela ETA, com o recente atentado de Madrid. Resta saber se este atentado é um acto isolado, espermos que sim, já que para Portugal, por questões económicas e geo-políticas, interessa a existência de uma Espanha una, e não a multiplicação de várias Espanhas. Terei a oportunidade de discutir estes dois assuntos tão actuais hoje nos locais onde irei passar as passagens do anos (tenho o privilégio de passar duas passagens do ano, a Sueca e a nossa, uma hora mais tarde), já que terei como companheiros de festa americanos, austríacos, romenos, franceses, alemães, suecos e dinamarqueses (qual aldeia global), que deverão ter pontos de vista diferentes. Bem, para todos um Gott Nytt År (Feliz Ano Novo) e que façam muitos skål com o nosso bom espumante bairradino. O meu já está no frio, e irá portar-se bem contra os champagnes franceses, italianos, australianos e sul-africanos. O da Bairrada é o melhor. Viva Portugal.

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